Setembro entra em sua quinta e última semana com resultados que deixam o nono mês deste ano com saldo no azul. Entre esses resultados pode-se incluir, finalmente, até a retomada do emprego formal, conforme foi apurado pelo Caged no período referente a agosto/2017, divulgado no último dia 21, quinta-feira.
Na mesma toada – para seguir o vocabulário dos bois de Parintins – a taxa básica de juros mantém a tendência de queda, está em 8,25% com último corte de um ponto percentual realizado pelo Comitê de Política Monetário
Os 163,4 mil novos postos de trabalho acumulados no país durante este exercício, se não são uma notícia que mereça comemoração, em face dos ainda 13 milhões de brasileiros que buscam emprego pelo país afora, pelo menos confirma a tendência, ao longo de cinco meses, de expansão na oferta de empregos formais.
O Amazonas, com saldo positivo de 1.357 novos postos no mês de agosto, concorreu com cerca de 40% das 3.275 novas vagas criadas em toda a região Norte. Pode parecer pouco, mas considerando o tamanho da recessão da qual o Brasil ensaia sair, já oferece algum consolo para aqueles que ainda buscam colocação no mercado formal de trabalho. Na frente o segmento de serviços que criou 860 novos postos de trabalho no mês passado, seguido pela indústria de transformação com a geração de mais outras 475 novas vagas naquele mês.
Mas nem só de emprego vive a economia, tanto é assim que a inflação continua a recuar e os dados coletados pela pesquisa do Banco Central (BC) na semana encerrada no dia 22 e divulgada nesta segunda-feira, 25, mostram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC) se mantém em queda. Tendo iniciado setembro ao nível de 3,45%, na expectativa dos agentes econômicos para este ano, deve fechar o mês abaixo do limite inferior da meta de 3%, conforme o relatório Focus, ao registrar expectativas de 2,97% para este ano.
Na mesma toada – para seguir o vocabulário dos bois de Parintins – a taxa básica de juros mantém a tendência de queda, está em 8,25% com último corte de um ponto percentual realizado pelo Comitê de Política Monetário (Copom), no último dia 6 de setembro. De outro lado, as expectativas dos agentes econômicos estimam que 2017 vai fechar com a Selic em 7%. O mesmo valor também está previsto para 2018.
Quem prefere acompanhar o desempenho da economia por meio da geração de riqueza, também tem boas notícias, pelo menos se depender das expectativas do mercado captadas pela pesquisa do BC. O produto interno bruto (PIB) também se comporta em curva ascendente neste ano. Na primeira semana deste mês, os agentes econômicos estimavam um PIB de 0,39% para 2017, na semana de 11 a 15 de setembro essas previsões passaram para 0,60% e fecharam a semana passada em 0,68%.
A mesma cadência manteve as expectativas do PIB para o próximo ano, tendo iniciado setembro em 2,0 %, atingindo 2,20% no período de 11 a 15 de setembro, para fechar a semana passada em 2,30%.
A má notícia, no entanto, ficou para o final uma vez que as expectativas da produção industrial para 2017 tiveram um ligeiro recuo na visão do mercado, conforme o BC, ao cair de 1,10%, no período de 11 a15 deste mês, para 1,05% na semana passada. A pesquisa do BC captou baixa também nas expectativas para o próximo ano.
As visões positivas do mercado são razoáveis, embora pareçam embutir a cautela inerente aos fatores políticos e à sombra que continua a rondar o mandato do presidente Michel Miguel Temer. Não dá para ser diferente.