Ruínas: herança do crescimento econômico sem preservação

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Eustáquio Libório*

Manaus completa neste ano uma história de 353 anos que se iniciou em 1669 com a construção do Forte de São José do Rio Negro, o qual deu origem à cidade, e onde, inicialmente, viviam a tropa de guarnição portuguesa, assim como jesuítas e membros das tribos indígenas Banibas, Barés e Passés, catequisados pelos padres da ordem citada. O forte estava localizado na área próxima ao Roadway e dali se originou Manaus.

O Amazonas se desligou do Pará e seguiu sua rota, enquanto Manaus cresceu como cidade. A expansão da economia decorreu da exploração do látex, já a partir de 1880, assim como nas décadas iniciais do século 20, em harmonia com o crescimento da indústria automotiva que demandou a produção de pneus.

Com a riqueza trazida pela comercialização do látex, Manaus passa a ter administrações que buscam dotá-la de mais conforto para seus moradores, como ruas calçadas, esgoto, energia elétrica, telégrafo, telefone, bonde elétrico entre outros serviços públicos, assim como são construídas edificações mais portentosas, tanto particulares quanto públicas, estas já a partir de 1891, nas administrações de Eduardo Ribeiro.

Se o ciclo da borracha se foi, sem deixar a economia estruturada para sobreviver no pós-borracha, sobraram as edificações como Teatro Amazonas, Palácio da Justiça, Usina Chaminé, Palacete Provincial, Ponte Benjamin Constant, Mercado Adolpho Lisboa, Relógio Municipal, palácios Rio Negro e Rio Branco, Alfândega, Roadway, Reservatório do Mocó, entre tantas outras ainda existentes ou já demolidas para “dar passagem ao progresso”, como por exemplo, o palacete da família Maximino Corrêa, na avenida Eduardo Ribeiro, que deu lugar ao espigão homônimo.

A metrópole na qual Manaus se transformou deixou pelo caminho vítimas como os igarapés que existiam, como o dos Remédios, o do Espírito Santo, para dar lugar a logradouros como a atual avenida Eduardo Ribeiro. Por outro lado, com a chegada dos ingleses, que ajudaram a aterrar igarapés de forma correta – construindo galerias para dar vazão à água – também por aqui se ganhou um porto moderno – o Roadway – para escoar a borracha e desembarcar mercadorias da Europa e Estados Unidos.

Crescimento econômico gera riqueza, mas se não for bem administrado deixa mazelas como a ausência da preservação de bens culturais e históricos. Apenas para ilustrar, cito a Praça do Comércio, ou complexo Boothline, ou ainda Estação dos Bondes, encravados ao lado do Roadway. Ali funcionou agência do Banco do Brasil, The Manáos Tramways & Light Company Ltd., assim como um botequim, à época muito famoso, o Bolsa Universal.

Na década de 1990, sob a administração do prefeito Arthur Neto, nesse local, hoje em ruínas, funcionou a Empresa de Urbanização de Manaus (Urbam), na parte central da edificação. As demais áreas eram ocupadas, àquela época, pelo Bar do Bigode e por um supermercado. A edificação, em frente ao Banco do Brasil, está sem nenhuma conservação… destino que parece estar reservado ao prédio da penitenciária estadual, ao prédio do Museu do Homem do Norte, ambos na av. 7 de Setembro, e outros espalhados pela cidade.

(*) Jornalista

Eleição no EUA e campanhas quentes em Manaus

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Nesta terça-feira, dia 3, os Estados Unidos da América (EUA)devem definir o próximo presidente daquela grande nação do Norte. O resultado da eleição, no entanto, pode se transformar até em tumulto nas ruas de muitas cidades norte-americanas, em caso de derrota do presidente Donald Trump, o qual já ameaçou não aceitar um resultado no qual ele não seja o vencedor.

Importante não só para os Estados Unidos, assim como para os países que têm os EUA como grande parceiro comercial.

É o caso do Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro, que se diz amigo pessoal de Trump, declarou que vai continuar apoiando o presidente estadunidense até o último momento de definição das eleições nos Estados Unidos.

É uma promessa que, para Trump, nada significa. Para o Brasil, uma perda de tempo, afinal, amizades podem até pesar no relacionamento entre dois países soberanos, isso, porém, não quer dizer que o Brasil terá que seguir tudo que os Estados Unidos definirem.

O alinhamento do presidente Bolsonaro com o presidente Trump pouco tem servido aos interesses do Brasil. Aliás o País tem perdido oportunidades em várias instâncias, apesar dessa “amizade presidencial”.
Não foram poucos os milhões de dólares que o Brasil perdeu com a política de favorecimento às empresas norte-americanas adotada durante a gestão Trump.

Enquanto as eleições nos Estados Unidos se encerram com todas as chances de haver tumulto quando sair o resultado final, que pode demorar dias, no Amazonas os candidatos a prefeitos e vereadores mantêm as campanhas em suas cidades, apesar da covid-19.

A campanha eleitoral pode ter desencadeado uma segunda onda de covid-19 em municípios do interior do Amazonas e também em Manaus. Essa é a visão de autoridades do segmento de saúde do Estado.

O fato é que os candidatos não têm observado, em sua maioria, os protocolos para evitar a contaminação pelo coronavírus durante eventos de campanha, como passeatas e, em alguns casos, até em comícios
 As autoridades da área de saúde têm registrado aumento no número de internações por covid-19 em Manaus, e atribuem o crescimento dos casos de ataque do coronavírus justamente aos eventos das campanhas eleitorais.
Se a covid-19 voltou em segunda onda, por outro lado as campanhas estão cada vez mais quentes e até candidatos que estavam trabalhando realmente com suas propostas, como é o caso de Amazonino Mendes, também resolveram responder aos ataques de seus adversários.

Enquanto os candidatos partem para ataques aos adversários, deixando propostas de lado, os eventos de publicidade eleitoral que vão parar na justiça também aumentam.
 

Um desses casos foi a propaganda do candidato Alfredo Menezes atacando Davi Almeida. Por determinação da Justiça Eleitoral, Alfredo Menezes teve de retirar, de suas redes sociais e outros locais, a propaganda que desconstruía a imagem do candidato Davi Almeida.

Nesta terça-feira, candidato Ricardo Nicolau também, por determinação da Justiça, vai ter que ajustar sua propaganda e citar a Prefeitura de Manaus, além de ter que esclarecer direitinho como é que ele, sozinho, em quatro dias, construiu um hospital de campanha.

Zona Franca marca pontos na política econômica do governo federal

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Saindo da zona de sombra na qual o governo Bolsonaro, assim que iniciou, tinha colocado a Zona Franca de Manaus (ZFM), de vez que o modelo contrariava projetos na área econômica que o ministro da Economia, Paulo Guedes, então pensava implantar, a ZFM marcou pontos.

O ministro da Economia, quando assumiu a pasta, pregava e ainda prega o fim de incentivos e subsídios. Se a política econômica de Guedes parece não ter mudado acerca do que planeja fazer como ministro da Economia, no entanto, suas investidas contra a Zona Franca de Manaus estão menos agressivas. Tal posicionamento pode ser decorrência da atitude da bancada federal no Congresso Nacional aos ataques ao modelo de incentivos para desenvolver a Amazônia Ocidental e Amapá.

Assim é que, desde a semana passada, o Governo Federal sinaliza a manutenção do modelo. Tais sinalizações se concretizam na forma de normas baixadas, via decretos que mantêm incentivos fiscais para as organizações que operam sob os benefícios fiscais gerenciados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Na semana passada, decreto presidencial manteve vantagens contemplando organizações de bens e serviços na área de informática com isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e redução do Imposto de Importação (II), assim como a obrigação de que as empresas desse setor apliquem pelo menos 5% de seu faturamento em pesquisa desenvolvimento na região gerida pela Suframa.

Nesta terça-feira, dia 20, a boa notícia publicada pelo Diário Oficial da União (DOU) foi a manutenção da alíquota de 8% para o segmento de concentrados fabricados na Zona Franca de Manaus. A briga vem de longe com a alíquota caindo, e com isso, gerando insegurança jurídica, além de espantar – ou expulsar? – indústrias que aqui já estavam estabelecidas, que preferem sair da Zona Franca de Manaus, como foi o caso da Pepsi Cola.

Operações da envergadura daquela aqui mantida pela Ambev, por outro lado, poderiam também ser atingidas caso o IPI para o setor caísse mais, o que agora está fora de cogitação, pelo menos por enquanto. A Ambev, além de manter fábrica em Manaus, opera gerando milhares de empregos no interior do Amazonas, como por exemplo em Maués, onde é a grande compradora da produção de guaraná.

Duas rodas

A outra boa notícia está vinculada à produção do segmento de duas rodas, o qual, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), teve crescimento de 13,1% no comparativo entre os meses de setembro deste ano e o mesmo mês de 2019. Com produção superior a 105 mil motos, foi o melhor desempenho neste ano.

As boas notícias acabam aí, porém. Os números de produção depois da retomada nas atividades no Polo Industrial de Manaus (PIM), levou à reavaliação de metas no setor de motocicletas. Assim, a nova projeção da Abraciclo para fabricação de motos em Manaus é de 937 mil unidades neste ano, o que representa, em relação ao exercício de 2019, uma retração superior a 15%, uma vez que naquele ano foram fabricadas 1,10 milhão de motocicletas.

Crises e atentado a empresário do Amazonas

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As comemorações pelos 351 anos da fundação de Manaus, que começou com o Forte de São José, às margens do rio Negro, assim como a crise que o País e o Estado do Amazonas vivem em decorrência, principalmente, da pandemia de covid-19, nos lembra outras crises pelas quais o Estado e Manaus já passaram e sobreviveram.

A mais virulenta, que parece só perder para atual de coronavírus, foi a crise da borracha, a qual, com sua derrocada, deixou a economia local às moscas até que a Zona Franca de Manaus (ZFM) a ressuscitasse, nos anos 1970.

No entanto, cabe lembrar um dos grupos econômicos que tiveram existência desde antes de a borracha se tornar riqueza local, e no decorrer de sua existência foram pioneiros em muitas atividades, como um dos primeiros supermercados foi por esse grupo fundado, o Peg-Pag, na Galeria JG, situada na avenida Eduardo Ribeiro. Vamos à história.

Aquele 27 de setembro de 1990 ficou na história do Amazonas dado o tamanho do incêndio que aconteceu no centro de Manaus. De acordo com jornais da época, começou às 13 horas e destruiu prédios situados na Eduardo Ribeiro, Quintino Bocaiúva, Marechal Deodoro e Theodureto Souto, quadrilátero que virou cinzas.

O mais complicado de tudo, porém, foi que o grande incêndio destruiu a Galeria Central, um conjunto de prédios que sediou as empresas do grupo J G Araújo & Cia., um dos principais jotas remanescentes dos tempos áureos da borracha. A galeria JG concretizava em tijolo e cimento, no Amazonas, talvez o Estado mais rico do País.

Em uma época em que as empresas alemãs, francesas e britânicas dominavam o comércio exportador de borracha a partir do Amazonas, o grupo JG , fundado em 1877, por Joaquim Gonçalves de Araújo, foi um dos mais bem-sucedidos e mais longevos.

Enquanto aquelas empresas cuidavam do comércio exterior da borracha, os portugueses, incluído o grupo de Joaquim Gonçalves de Araújo (J G Araújo), serviam no comércio interior do Estado, levando aos produtores de borracha o aviamento de mercadorias e insumos necessários à coleta do ouro branco, ao mesmo tempo em que o compravam.

De acordo com o pesquisador Samuel Benchimol, em seu livro “Manáos do Amazonas, memória empresarial”, o incêndio que acometera os armazéns ocupados por J G Araújo conforme o escritor, em outubro de 1989, embora jornais locais, como A Crítica e o Jornal do Commercio o noticiem conforme registramos.

O crescimento do grupo J G Araújo acontece principalmente em meados da década de 1910, com a retirada das grandes empresas que então faziam o comércio e exportação da borracha a partir do Amazonas.

O conglomerado J G Araújo, que naquela época fabricava até saltos e solados de sapato da marca Coroa, detinha em seu patrimônio empreendimentos como serraria, fazendas de gado, cultura de juta, entre outros iniciativas, nas quais a empresa atuou muito fortemente até os anos 1940.

Só para se ter ideia do tamanho do comércio de borracha feito pelo conglomerado, entre 1910 e 1916, Samuel Benchimol registra que o grupo J G Araújo vendeu 8,82 milhões de toneladas de borracha que, ao câmbio de 1992, corresponderia a 115 milhões de libras esterlinas.

A riqueza e o poder do comendador JG cresceu e, conforme se conta, ele teria sofria um atentado a bala. O tiro teria sido desferido por um negociante do rio Negro que negava a pagar uma dívida. Cobrado na justiça, o negociante atirou à queima roupa, e a bala teria atingido o cabo do guarda-chuva. O comendador teria, então, mandado colocar uma placa de ouro no guarda-chuva para comemorar sua salvação. E fato, no entanto, ocorreu, mas a vítima do atentado não foi o comendador JG, mas sim, o seu filho, o engenheiro Aluísio Araújo.

Privatização (des)energizada e má qualidade de serviço

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Fornecimento de energia em Manaus não teve melhorias com a privatização

Para quem acredita que a privatização de empresas estatais vai melhorar a qualidade dos serviços e produtos, o dia 10 de dezembro de 2018 poderia ter sido um dia muito feliz para essas pessoas. Naquele dia, depois de muita lenga-lenga, de decisões judiciais que autorizavam ou desautorizavam a privatização de concessionárias de energia elétrica subsidiárias da Eletrobrás, foi levado a leilão a Amazonas Distribuidora de Energia
 A concessionária foi arrematada pelo consórcio Atem Distribuidora de Petróleo e a Oliveira Energia pelo valor de 50 mil reais, assim como assumiu o compromisso de absorver um passivo superior a dois bilhões de reais.
Além desse passivo, os novos titulares da distribuidora de energia tiveram que se comprometer a fazer investimentos iniciais de 491 milhões de reais. Até aí se poderia dizer que o negócio fazia sentido para os arrematantes, assim como para o governo, deste por reduzir despesas, àqueles pelo potencial que uma distribuidora de energia tem de ser um bom e lucrativo negócio.
 A Amazonas Energia, à época, já atendia cerca de 900 mil consumidores e agora deve estar próxima de atender, e mal, cerca de um milhão de consumidores no Estado do Amazonas. Os serviços, no entanto, desde quando eram prestados por uma empresa pública, também não tiveram nenhuma melhora do ponto de vista do consumidor, do usuário.
 Este fato é ilustrado, por exemplo, pelo alto número de reclamações que a companhia de energia do Amazonas tem registrado nos serviços de proteção ao consumidor. A última estatística divulgada pelo Procon-AM, a campeã era a companhia energética do Amazonas, com mais de 1.700 reclamações em 2020.
 Como a maioria dos usuários de energia não faz registro contra os serviços que são prestados sem a qualidade necessária para a população, dá para pensar que os números são muito maiores do que aqueles registrados pelo Procon-AM.
Sem ser um método científico, as redes sociais espelham a insatisfação do cliente compulsório de energia, quando o serviço é cortado em áreas da cidade sem nenhum aviso prévio. Nesse fórum, a Amazonas Energia é a campeã desde há muito. Isto acontece tanto na época do verão amazônico, quando o calor é mais intenso e as temperaturas chegam próximas e às vezes até ultrapassamos 40ºC, quanto no inverno, que agora estamos iniciando. Nas duas ocasiões o corte de energia e muito frequente. Isto é, durante todo o ano…
 Se a qualidade dos serviços não melhorou, por outro lado, o indicador básico para a arrematação da Amazonas Energia, relacionado a tarifa mais baixa, não faz sentido, de vez que o serviço é ruim e a companhia continua tentando obter mais reajuste em suas tarifas.
Os frequentes eventos de falta de energia atingem o parque industrial de Manaus e a empresa que não tiver geradores para atender sua demanda, vai ter que parar, como param outros tipos de negócios que não tomam precaução para manter sua atividade em caso de falta de energia.
 Cabe, por fim, questionar o órgão regulamentador, isto é, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sobre quais providências, se as tem tomado, e o que pode ser feito com o objetivo fazer a empresa prestar o serviço – com qualidade – para o qual é paga por seus usuários.

Eleitor ainda não sabe em quem votar, dizem pesquisas

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Eleitor manauara ainda não se definiu sobre candidato em quem vai votar

Dois temas estão ocupando boa parte da mídia manauara no início desta semana. O primeiro é o aumento da incidência de casos infecção por coronavírus, como já havíamos falada na semana anterior, e o segundo são as pesquisas eleitorais que apontam a preferência do eleitorado pelo ex-governador e também ex-prefeito de Manaus, Amazonino Mendes.
As pesquisas buscam aferir a preferência do eleitorado pelos candidatos ao cargo de prefeito de Manaus nas eleições que do dia 15 de novembro, mas a campanha só começou agora, isto é, candidatos e apoiadores só podem pedir votos a partir do último dia 27, domingo.
Mesmo assim, cabe analisar os números apresentados pelas pesquisas da DMP/Rede Tiradentes e da Perspectiva Mercado de Opinião, nas quais os dois candidatos que despontam são Amazonino Mendes e David Almeida.
Na pesquisa espontânea da DMP, Amazonino tem 7,8% da preferência, enquanto Davi Almeida tem 5,4. Na da Perspectiva, Amazonino tem 13,1% e David Almeida tem 7,7%.
Na pesquisa estimulada, Amazonino tem 33% pela DMP, enquanto na Perspectiva ele é apontado com 32,7%. Almeida tem 18% da preferência do eleitorado na pesquisa da DMP e 18,5% na da Perspectiva Mercado de Opinião.
No entanto, o que é mais significativo nas duas pesquisas são os números que indicam quem não sabe em quem votar, e está indeciso. A pesquisa da DMP aponta que 81,2% não sabem ainda em quem votar, enquanto a Perspectiva indica que 58,7% dos eleitores entrevistados ainda estão indecisos.
O que se pode dizer é que ainda é muito cedo para que o eleitor se defina acerca do candidato no qual vai votar. Além disso, a campanha vai ser atípica devido à covid-19 e os candidatos devem evitar aglomerações, então, internet com suas redes sociais, TV, rádio, e os celulares é que serão os instrumentos para fazer campanha eleitoral neste ano.
CPI e coronavírus
Enquanto a CPI Saúde vai sendo enterrada, apesar dos resultados apresentados apontando desvio de recursos públicos, não só durante a pandemia de coronavírus, mas desde muito antes, como aconteceu nesta terça-feira, quando, por falta de quórum, a Aleam teve sua sessão encerrada, inviabilizando votar a prorrogação e acabando com a CPI.
Por falar em saúde, o crescimento dos casos de covid-19 já ultrapassam os 136 mil casos no Amazonas e as mortes ocasionadas pelo coronavírus superam a marca dos 4.000 mortos, mesmo assim, a população circula, pelo menos boa parte dela, sem tomar precauções para reduzir o contágio pelo coronavírus. O uso de máscara é desprezado por esses indivíduos, que não se preocupam nem consigo nem com as pessoas que vivem ao seu redor, membros ou não de suas famílias.
Enquanto pesquisadores da Fiocruz afirmam que existe uma nova onda de contaminação pela covid-19 em Manaus e, por outro lado, o prefeito Arthur Virgílio Neto propõe lockdown na cidade, o governador afirma que é contra e isso não vai acontecer.
Por fim uma notícia triste, principalmente para quem gosta das brincadeiras folclóricas e, especificamente, dos bois-bumbás. Nesta terça-feira morreu, vítima da covid-19, o levantador de toadas Klinger Araújo. O artista tinha 51 anos e foi mais uma vida ceifada pelo coronavírus.

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Pandemia de coronavírus e eleições municipais em Manaus

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Controvérsia e dados desencontrados sobre os casos de covid-19 no Estado do Amazonas levaram a Prefeitura de Manaus a fechar, novamente, a praia da Ponta Negra. O aumento na incidência de infecções por coronavírus apareceu na mídia nacional como se o Amazonas ainda estivesse em plena pandemia até meados de setembro.
Sem maiores esclarecimentos, por exemplo, a Rede Globo vinha apresentando o Amazonas em vermelho, o que indica crescimento diário do número de casos. A informação da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), no entanto, é de que os casos apresentados nas reportagens são de infecções abrangendo desde o mês de abril, que só agora puderam ser confirmados, e não casos novos, atuais.
É nesse contexto, por outro lado, que o Teatro Amazonas aparece como uma exceção em outro grande veículo da imprensa nacional, a CNN Brasil, por ter retomado suas atividades, embora, e talvez por isso mesmo, com as limitações impostas pelos protocolos de combate ao coronavírus. As atividades culturais do Teatro Amazonas já tiveram apresentações da filarmônica, mesmo que com cadeiras em número limitado na plateia.
Nesse tópico, por fim, cabe registrar que a Ponta Negra teve, no último fim de semana, praia praticamente deserta. Nessa época de pandemia, todo cuidado é pouco, portanto, é melhor se preservar.
Clima quente
As eleições 2020 terão, em Manaus, onze candidatos à prefeitura, os quais já foram definidos nas convenções que se encerraram na quarta-feira, dia 16, e os candidatos já estão atuando em busca de votos, embora sem que os possam pedir diretamente, em programas de TV, rádio e redes sociais, quando apresentam suas propostas aos eleitores
Enquanto um candidato afirma que vai apresentar suas propostas durante a campanha sem desconstruir os adversários, caso do deputado Ricardo Nicolau, mesmo assim, em sua primeira entrevista como candidato após a convenção, tentou desqualificar outros pleiteantes ao cargo de prefeito.
Por uma trilha parecida segue o ex-superintendente da Zona Franca de Manaus, Alfredo Menezes, o qual, durante o período em que esteve na Suframa já trabalhava para promover sua imagem pública com vista a se candidatar à Prefeitura de Manaus. Menezes, agora, também não dispensa críticas a quem já administrou a cidade ou o estado. É dele, por exemplo, a expressão dizendo que o ex-governador Amazonino Mendes, outro candidato à prefeitura nestas eleições, quer administrar a cidade de cueca e jogando dominó a partir de sua casa no bairro Tarumã.
Pelo que se vê, a campanha eleitoral de 2020 vai ficar na história como uma campanha muito quente, com adversários que, à primeira vista, vão estar mais preocupados promover o que eles julgam que seja negativo em seus adversários, do que em mostrar suas propostas para cidade e para a população de Manaus.
Neste caso também está incluído o candidato do PT à Prefeitura de Manaus, José Ricardo, o qual, em entrevista nesta terça-feira, dia 22, à Rede Tiradentes, não deixou de criticar o também candidato a prefeito e ex-governador do Amazonas, David Almeida, ao afirmar que Almeida sucateou a saúde.
A metralhadora giratória do petista disparou contra Amazonino Mendes e até atacou a atual gestão municipal ao dizer que não vai priorizar só o asfalto. Sobre suas propostas, no entanto, pareceu muito vago, repetindo que vai dar atenção às pessoas, às mulheres que são chefe de família e aos mais carentes. Como vai fazer isso ainda é uma incógnita.

Taxas da Suframa e a sustentabilidade da Amazônia

A bioeconomia está entre as atividades econômicas que devem ser incentivadas

A força da Zona Franca de Manaus (ZFM) sempre esteve à prova com os ataques desferidos contra o modelo, principalmente pela indústria estabelecida no sul e no Sudeste, com ênfase para São Paulo, mas desta vez o inimigo foi a pandemia de coronavírus, que derrubou o faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM) em quase 30% no acumulado de 2020 até o mês de maio, conforme dados divulgados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Este, no entanto, é apenas um dos indicadores que apontam resultados negativos no desempenho das empresas industriais sediadas no Polo Industrial de Manaus.
As importações de insumos, por exemplo, caíram mais de 16% no comparativo entre o acumulado de 2019 e 2020, relativo ao mês de maio. A exportação de produtos também teve desempenho negativo e caiu de US$ 164 milhões, até maio de 2019, para US$ 128 milhões entre janeiro e maio deste ano. A queda das vendas externas atingiu, assim, 21,6% no período
Talvez mais emblemático ainda seja a redução dos investimentos alocados no Polo Industrial de Manaus.  Este indicador, em 2019, era de US$ 8.549 bilhões, passou, em maio deste ano, para US$ 7.116 bilhões, assim, a baixa na média dos investimentos produtivos do PIM foi de exatos 16,76% no período.
Mesmo com estes e outros indicadores negativos, a atração de investidores se mantém, como o exemplificam as reuniões do Conselho de Administração da Suframa (CAS), que continuam a aprovar projetos de novas indústrias para se instalar na Zona Franca de Manaus, sintoma de que o modelo continua atrativo.
Outro exemplo de que o modelo é atrativo foi o pronunciamento do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, na sexta-feira, dia 11, com a indicação de usar as taxas dos serviços prestados pelas Suframa para custear o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
É possível que dinheiro não falte, uma vez que é notória a retenção das receitas da Suframa pelo Governo Federal há muitos anos. Em 2018, por exemplo a Suframa teve orçamento pouco inferior a 500 milhões de reais, no entanto, suas despesas ficaram em aproximadamente 200 milhões de reais naquele ano, pelo que se pode ver, quase R$ 300 milhões em receitas obtidas na Zona Franca de Manaus, pagas pelas indústrias que aqui produzem, foram retidos pela União.
A Suframa, que em sua essência é uma agência de desenvolvimento, há muito deixou de exercer este papel tão importante em uma das regiões menos desenvolvidas do País, a região Norte, que conta, entre os fatores que reduzem as chances de a desenvolver, a distância dos grandes centros consumidores e a logística de transportes.
No caso do Amazonas, essa logística é ainda mais complicada por envolver a navegação fluvial, com todas as limitações que compreendem o regime de enchente e vazante dos rios que são as “rodovias” do Estado, os quais, sem maiores cuidados, em alguns casos ficam inapropriados para a navegação, como o Madeira, enquanto rodovias como a BR-319 estão fora de uso efetivo já se vão anos.
A força da Zona Franca de Manaus foi testada pela covid-19 e jogou o faturamento das indústrias aqui sediadas, em abril deste ano, para pouco mais de 30% dos meses “normais”, mas a forma como a atividade industrial está se recuperando na ZFM é mais um atestado de que é modelo vitorioso. Agora, usar os recursos gerados aqui para toda a Amazônia não deve resolver o problema da sustentabilidade, mas, com certeza, vai reduzir recursos para áreas que deveriam estar sendo assistidas mais efetivamente com essas verbas, como Acre, Amapá, Amazonas, Roraima e Rondônia.

Economia na pior e cientistas preveem nova onda de covid-19 em julho

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A segunda-feira, dia 8, pareceu trazer notícias contraditórias no front da economia, a começar pelas expectativas divulgadas pela pesquisa semanal Focus, do Banco Central. Por ali fica-se sabendo que o mercado mantém expectativa de que a situação pode piorar ao mostrar a evolução do produto interno bruto (PIB).
Conforme a Focus, a expectativa dos agentes do mercado piorou de uma semana para outra, quando o período em debate é o ano de 2020, assim, se na semana anterior se previa uma contração do PIB de 6,25%, na nova pesquisa essa previsão está bem pior: para o mercado o desempenho da economia não deve ficar naquele patamar, mas cair para 6,48%
No cenário apresentado para o exercício de 2021, as expectativas se mantêm em crescimento do PIB em 3,5%. Menos ruim, ao que parece.
Mas se a pesquisa Focus mantém o viés de piora no desempenho da economia brasileira, outros fatores podem estar influenciando a performance – por exemplo – da Bolsa de Valores e do dólar. Nesta segunda-feira, por volta das 15h50, de Brasília, a Bolsa operava em alta de 2,57%, enquanto o Ibovespa estava no patamar dos 97 mil pontos.
De outro lado, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,88, o que indicava queda de 2,12%. As duas situações podem ter sido influenciadas pela performance das Bolsas de Valores no exterior.
Se a economia brasileira caminha para outro ano perdido, aqui pela planície fatos novos animaram empresários e deixaram de fora quem se dizia – e diz – amigo do presidente da República.
A notícia do desligamento do titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), ocorrida na semana passada, não é bem como insinuou o ex-titular, Alfredo Menezes, o qual alegou que sairia “a pedido”. Aliás, é isso que informa o Diário Oficial da União ao publicar a exoneração de Menezes. Muitas aspas aí. 
No entanto, o fato é que ele foi desligado pelo governo federal e, até agora, a outra insinuação não se confirmou: não há nada de concreto sobre a ida de Menezes para a Secretaria da Amazônia, para a qual, como se sabe, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, já se candidatou a ser conselheiro.
Pelos lados da Suframa resta saber quem, realmente, vai substituir Menezes, pois ainda não foi oficializada a nomeação de nenhum general, como se comentava na semana passada.
A decisão de relaxar o isolamento social em Manaus, tomada pelo governador Wilson Lima, não teve boa recepção no meio acadêmico do Amazonas e um de seus principais argumentos para fazer o relaxamento também foi rebatido por convidados à audiência pública promovida pelo presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Josué Neto, nesta segunda-feira.
O evento virtual reuniu pelo menos sete cientistas, que representavam entidades como a Ufam, Fiocruz, Hemoam, FVS, Inpa, entre outras.
Nas expectativas dos cientistas, o argumento de que caiu o número de mortos pela covid-19 não justifica relaxar as restrições de isolamento social em Manaus. Pelo contrário, há, entre eles, a expectativa que esse fato vai abreviar, já para o próximo mês, julho, uma segunda onda ainda mais grave do que a primeira e, pior, com 57% dos casos agora situados no interior do Amazonas, que não tem equipamento de saúde agora existentes em Manaus, a previsão é de mais sete mil mortos na segunda onda.

Otimismo na Suframa e impacto da covid-19 no interior

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Ainda não se viu o túnel do retorno da economia para as atividades normais ou para o novo normal, como se diz agora. Apesar desta constatação já há agentes econômicos que estão otimistas quanto ao desempenho das atividades econômicas em curto período.

Incentivos administrados pela Suframa mantêm atração, diz superintendente

Um exemplo desse otimismo foi a live transmitida no último sábado, dia 24, pelo principal executivo da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), quando transmitiu notícias muito boas, principalmente se as informações que ele passou se concretizarem dois três meses.Uma desas informações foi a reunião ocorrida, obviamente que meio de video-conferência, entre O Ministério das Relações Exteriores e a Suframa, com o comparecimento de Agência Brasileira de Promoção das Exportações (Apex Brasil).
De acordo com o superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, existe interesse dos investidores estrangeiros em alocar recursos no Polo Industrial de Manaus (PIM). Entre os países citados pelo titular da Suframa estão os Estados Unidos e o Japão.
 Alfredo Menezes afirmou que empresas do Taiwan período  se mostram interessadas em operar na Zona Franca de Manaus (ZFM) A ideia é que sejam produzido na Zona Franca de Manaus equipamentos de proteção individual (EPIs), assim como ventiladores entre outros produtos dessa linha.
Sem chegar aos limites de Lula, Menezes também afirmou que, em decorrência da pandemia de coronavírus existe grande oportunidade de que sejam feitos investimentos na produção de equipamentos de saúde no polo de Manaus. O titular da Suframa citou inclusive a indústria Saldanha Rodrigues que opera nessa área.
 O anúncio feito pela moto Honda da Amazônia de começar o retorno às atividades de produção nesta segunda-feira, dia 25, foi outro motivo de otimismo. O titular da Suframa citou pesquisa pela autarquia a respeito dos impactos que a pandemia de coronavírus deixou na atividade produtiva da indústria manauara.
Conforme números citados, e registrados pela pesquisa, apenas 30% das cerca de 500 indústrias da Zona Franca de Manaus chegaram a paralisar suas atividades. As demais continuaram trabalhando, mesmo que tenham reduzido o ritmo de produção.
 Outra situação foi também citada por Alfredo Menezes sobre a queda na produção em Manaus. Assim, a baixa na produção da Zona Franca de Manaus foi impactada, não pela falta de insumos, como foi ventilado no início da crise. Basicamente o que impactou e levou as indústrias a reduzir a produção, ou mesmo paralisar a atividade em algumas fábricas, foi a queda da demanda. Esse fato, diz Menezes, impactou mais fortemente uma vez que sem o varejo para fazer encomenda, a indústria teria que parar, mesmo se considerando o alto custo de paralisar e, depois, retomar sua atividade.
Se a Suframa se mostra otimista com a volta da produção industrial, por outro lado, também há registros que indicam queda no número de mortes em Manaus. A parte ruim desta constatação é que os casos de covid-19 nos municípios já ultrapassam os da capital e o próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, diz que ainda se tem, no Brasil, o impacto da pandemia nos municípios do interior por acontecer.