A crise que o mundo vive com a pandemia de coronavírus não deve se encerrar tão cedo, no entanto, esta não é a pior crise que a humanidade enfrenta hoje, nas palavras do historiador israelense Yuval Harari: “Nessa crise, o maior inimigo não é o vírus, é o ódio, a nossa ganância, a nossa ignorância”, assim avalia o estudioso israelense.
Mas a covid-19 chegou e também conseguiu uma conquista para o Estado do Amazonas e, principalmente, para a Zona Franca de Manaus (ZFM), fato que tem sido pouco divulgado. Até a semana passada alguns estados já haviam solicitado a transferência da tecnologia que possibilita a transmissão de aulas – aqui conhecida pelo nome de “Aula em Casa” – para o contingente de estudantes dos ensinos Fundamental e Médio. No Amazonas, pelo menos 57 municípios devem receber as aulas.
O mais marcante nessa adesão ao “Aula em Casa”, porém, é a possibilidade de o próprio Estado de São Paulo vir realmente a utilizar a tecnologia amazonenses, e porque não dizer: Made in Zona Franca de Manaus, para beneficiar os estudantes paulistas. Nada mais importante nesse momento de crise. Assim, o reconhecimento aos benefícios proporcionados pela ZFM conferido pelo Estado mais críticos à utilização dos incentivos fiscais pelo Amazonas não deixa de ser boa notícia.
De outro lado, como especifica Harari, os interesses dos agentes econômicos, políticos e outros estão longe do enfrentamento da crise personificada pela covid-19. O que se vê pelo mundo, como a maneira pela qual o presidente dos Estados Unido, Donald Trump, adota, ao tentar manter negócios e empresas em pleno funcionamento, ao custo alto de vidas humanas, resultou no desastre de mortes recordistas no grande País do Norte.
No Brasil, a crise do coronavirus já derrubou um ministro na semana passada. Antes disso, aqui no Amazonas, rolara a cabeça do secretário de Saúde. Nas duas decisões, nenhum dos chefes de Executivo atentou para a crise maior, a da Saúde, enfrentada por todo País, uma vez que nem o Brasil, e muito menos o Estado do Amazonas, tem estrutura hospitalar para enfrentar tamanho desafio, como é o caso da covid-19.
Apesar da crise, a vida continua, às vezes motivando ações solidárias de pessoas e de instituições com a finalidade de reduzir riscos para os menos afortunados, os sem nada, sem teto, sem comida. Ao lado dessas iniciativas, artistas tiveram e têm que transmitir lives com a finalidade de angariar recursos para si próprios ou para distribuir a integrantes da categoria profissional.
Em Manaus, o fotógrafo e jornalista Rafael Alves tomou a iniciativa de fazer um trabalho registrando sua vida pessoal, no trabalho, assim com a vida na cidade. A vida em uma cidade tomada pelo coronavírus. Uma cidade com trânsito fluindo, todos os dias da semana, como se fossem um domingo.
O trabalho fotográfico de Raphael Alves, e de outros profissionais da escrita da luz, da fotografia, que a esse tema se dedicarem, serão um marco a lembrar, embora de forma triste, o que Manaus viveu durante a pandemia de coronavírus.
Doença democrática, que chegou por meio dos mais abastados, vindos do exterior, mas não perdoa, nem livra os mais humildes. Mesmo assim, nesta segunda-feira, se noticiou que o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Josué Neto, está acometido da covid-19.
Partida de Robson Franco
Para o jornalismo amazonense a notícia triste é a morte do jornalista Robson Franco, nesta segunda-feira, dia 20, colega em muitos veículos onde trabalhamos juntos, desde meados da década de 1990, quando nos conhecemos no Jornal do Norte, amigo sempre. Nunca o vi triste, mantinha o bom humor e perspicácia para perceber nas entrelinhas do que o interlocutor dizia a brecha para fazer uma boa piada e se manter sempre pra cima, dando força às pessoas que o cercavam, sem esquecer a ajuda que demos, eu e ele, ao crescimento da Ambev ali na balsa Amarela.
Fiquemos em casa.