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Arquivos Mensais: fevereiro 2015

Falsa baiana e o bloco do Bocal Queimado

24 terça-feira fev 2015

Posted by Eustáquio Libório in Crônica

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Amazonas, baiana, carnaval, floresta, insulto, Manaus, meio do nada, preconceito

(Ou: É, rica dá costas para Manaus)

Depois do caso do tucumã, quando funcionários de fast food local foram insultados em março de 2014, durante o Carnaval  deste ano surgiu uma tal baiana em busca de fama nas redes sociais e resolveu falar mal de Manaus e de seu povo, mas pincipalmente, mostrar seu preconceito  contra o índio e a floresta.

Aguia-Portela-2015-WP

A moça, que se diz baiana, se auto-apiedou por morar no “meio do nada” , na floresta, em uma cidade que ela diz odiar: Manaus.

Em sua  conta, no Facebook, a baiana destilou preconceito, ódio e, sobretudo, desprezo pela cidade onde ela vive, de onde tira seu sustento vendendo cosméticos em uma lojinha no bairro Armando Mendes, zona Leste.

Baiana que entra na roda e só fica parada/ Não canta, não samba, não bole nem nada/ Não sabe deixar a mocidade louca…

A situação da tal baiana, exposta por ela mesma, era de tristeza e pesar por morar em Manaus e não poder brincar o Carnaval no litoral cantado por Jorge Amado em tantas de suas obras literárias. Vai ver que a moça não foi nem ao sambódromo ver o desfile das escolas de samba locais, não conseguiu ver a banda da Bica e nem a do Galo de Manaus, não  sabe onde é o bar do Armando, o Jangadeiro nem o Caldeira.

Como para a moça da Bahia, terra de Castro Alves, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, entre tantos outros, Manaus não tem nada, com certeza ela jamais ouviu falar de Moacir Andrade, Aldisio Filgueira ou de Samuel Benchimol, nem mesmo de Milton Hauton.

Se o Carnaval de Manaus é um porre para a moça, que está mais para a falsa baiana da música de Geraldo Pereira, cantada por Roberta Sá: “Baiana que entra na roda e só fica parada/ Não canta, não samba, não bole nem nada/ Não sabe deixar a mocidade louca…”, imagine o que ela deve pensar sobre os espetáculos tão populares quanto o Carnaval e que, até onde se sabe, é muito bem feito aqui no Amazonas.

Exemplo disso seria a Festival Folclórico de Parintins. Ali, a mão-de-obra artística desde há muito vem sendo exportada para outras regiões do Brasil, como atestou, no Carnaval do Rio de Janeiro deste ano, quando a águia portelense teve que fechar as asas para sair do sambódromo construído por Leonel Brizola, quando governador daquele Estado, lá pelos anos 1980.

Vendedora de cosméticos trabalha com a vaidade das pessoas, e essa do Armando Mendes, deve ter perdido a freguesia depois de seu “desabafo” via redes sociais. Assim, quem brinca em uma ciranda em Manaus, não vai passar por lá para comprar produtos que lhe emprestem mais beleza. Quanto às cirandas de Manacapuru, talvez seja demais esperar que a comerciante de cosméticos tenha se dado ao trabalho de ir ver.

Mas, como dizem nas redes sociais, a zoeira não acaba e a vendedora de cosméticos, que deu as costas para Manaus, teve que se desculpar pela mesma via por onde ofendeu boa parte da gente desta terra, que a todos acolhe com um sorriso nos lábios e muito calor humano.

Mesmo após seu pedido desculpas, no entanto, a coisa ficou preta lá pelo bairro Armando Mendes, quando, na terça-feira de Carnaval, dia 17, a moçada do bloco do Bocal Queimado foi confundida com uma turma de vândalos. Para livrar o comércio de cosméticos, o marido da tal baiana chamou a polícia que foi dar proteção às instalações comerciais, mas nada pôde fazer contra os xingamentos do bloco cujo nome, para bom entendedor, já diz muita coisa.

O manauense e o manauara, por mais receptivos que sejam, não toleram ofensas à sua terra, só falta agora canalizar essas forças também para exigir das autoridades e servidores públicos mais e melhores serviços para a cidade.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 24/02/2015

Lambanças de campanha e a queda da popularidade

11 quarta-feira fev 2015

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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benefício, campanha 2012, Dilma Rousseff, direito de trabalhadores, estórias, governo, política, popularidade

palanqueEm 2012, durante a campanha eleitoral da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) à Prefeitura de Manaus, assisti a um comício que a presidente petista Dilma Rousseff veio fazer em Manaus em apoio à senadora que enfrentava o arqui-inimigo de Lula, Artur Neto (PSDB). O evento aconteceu às margens do igarapé do Passarinho, no bairro Monte das Oliveiras, zona Norte.

E aí a candidata à reeleição assegurava que, caso vencesse, os trabalhadores não tinham o que temer. Menos de um mês após assumir o segundo mandato, a contadora de estórias ampliou prazos e reduziu o quantitativo de benefícios devidos aos trabalhadores, afetando principalmente aqueles da previdência

Naquela noite, uma segunda-feira, 22 de outubro, assisti ao vivo a presidente Dilma Rousseff fazer aquilo que agora se sabe, faz parte de seu arsenal dialético: afirmou entre outras coisas que fogem da verdade, que o prefeito Amazonino Mendes teria recebido recursos federais para levar água a algumas regiões da cidade, mas não teria cumprido sua parte no acordo.

Se bem que, quem acompanhou a campanha de 2010, já soubesse desse “recurso” de marketing da presidente, aliás não só dela, mas de boa parte dos políticos que disputam cargos eletivos, com as exceções de praxe, que servem para confirmar a regra.

Dilma, que em 2010 obtivera mais de 80% dos votos dos amazonenses e vencera a disputa pela Presidência da República, voltava a Manaus montada nesse capital eleitoral por dois motivos. O primeiro era cumprir as ordens do mestre Lula. Afinal, aluna aplicada, deve fazer “tudo que o mestre mandar”, no caso, era detonar a candidatura do tucano Artur Neto. Seu desempenho foi pífio.

O segundo objetivo, tangencial, era dar apoio à campanha da senadora que, naquele momento, fim da disputa eleitoral, dava sinais de estar próxima do naufrágio, o que de fato se consolidou no segundo turno, quando o Guaramiranga reservou um camarote especial para Vanessa, devidamente ornamentado com pinturas de aves amazônicas e alguns tucanos estilizados.

Mas os eleitores da “presidenta”, no Amazonas e pelo Brasil afora, preferiram acreditar em Dilma Rousseff, que na campanha de 2010, prometera prorrogar a Zona Franca de Manaus por mais 50 anos e levou todo seu primeiro mandato para cumprir tal promessa.

Veio a reeleição e aí foi a vez de o tucano Aécio Neves ser demonizado por ter afirmado que o país precisava de ajustes em sua política econômica, urgente.

Àquela altura já se sabia que a inflação estava descontrolada e em dezembro, computando 12 meses, ultrapassou os 7%, fugindo do teto da meta, que era de 6%.

O escândalo da Petrobras que canalizou recursos da estatal para campanhas petistas também já viera a público e estava sendo investigado, mas os dados sobre o aumento da miséria no Brasil, durante os governos petistas, não puderam ser divulgados  por impedimento obtido pela candidata petista junto à Justiça.

Com uma plataforma onde o forte eram os direitos conquistados pelos trabalhadores nos últimos 12 anos, Dilma tentou desqualificar o programa de Aécio Neves justamente por propor algumas mudança também nessa área.

E aí a candidata à reeleição assegurava que, caso vencesse, os trabalhadores não tinham o que temer. Menos de um mês após assumir o segundo mandato, a contadora de estórias ampliou prazos e reduziu o quantitativo de benefícios devidos aos trabalhadores, afetando principalmente aqueles da previdência.

Trazendo a discussão para o presente, a pesquisa divulgada pelo DataFolha no último fim de semana mostrou que a “presidenta” foi descoberta, pega de calças curtas em suas lambanças e seu governo foi avaliado de forma negativa por 44% dos entrevistados, enquanto 23% ainda o avaliam como ótimo ou bom. Com isso, a equação se invertes desde dezembro, quando as avaliações positivas eram de 42% dos consultados e 24% diziam que sua gestão era ruim ou péssima.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 10/02/2015

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