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“O economista era Deus”

06 terça-feira fev 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Aleam, Amazonas, Amazonino, economia, governo

Leitura da Mensagem

Fevereiro geralmente é curto por ter menos dias que os demais meses do ano, e, até por ser o mês do Carnaval. Muito alegre pela festa popular que incendeia o Brasil. É, também, o período no qual os poderes Judiciário e Legislativo voltam às atividades após o recesso de fim de ano.

Amazonino diz que a falta de experiência leva ao desastre, e, no Brasil, Estados foram a pique

Na quinta-feira, dia 1º de fevereiro, como é de praxe, o governador do Amazonas foi à Assembleia Legislativa do Estado ler a mensagem anual aos deputados que ali mantêm assento como representantes do povo, embora ultimamente a maioria do “people” prefira dizer que não se sente representada, nem ali e muito menos no Congresso Nacional, a ironia é que só ganha mandato no Legislativo quem consegue votos, logo…

Mas a leitura da mensagem anual do governador Amazonino Mendes, como sempre acontece nessas ocasiões, foi abreviada para menos de meia hora, até pela extensão do documento, o qual, um calhamaço de 450 páginas, foi reiteradas vezes solicitada, pelo governador aos presentes, que fizessem a leitura do documento. Amazonino chegou a se emocionar quando falou sobre sua prisão nos idos de 1964, e aproveitou para fazer seu marketing e avisar que fora “preso por amor aos pobres.”

Quase octogenário, do alto de seus 78 anos, o governador Amazonino Mendes reconheceu o óbvio, ao dizer que está velho, para logo em seguida informar que, apesar disso, tem espírito jovem e que os anos já vividos lhe conferiram um bem precioso: experiência. E foi por aí que o Negão começou a abrir o verbo, quando declarou que a falta de experiência leva ao desastre, e, no Brasil, Estados foram a pique, citando Minas Gerais, Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, sem deixar de registrar que o desastre chegara por aqui também.

Da velha guarda, o Negão é partidário de que, ao contrário de algumas lideranças políticas da esquerda, a Lei de Responsabilidade Fiscal seja cumprida, as finanças públicas estejam equilibradas, entre outros procedimentos necessários ao êxito na administração pública. Mas aí o Negão voltou à carga para dizer que a saúde pública no Amazonas perdeu a qualidade, que a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), nos últimos tempos, obedeceu a objetivos políticos sem levar em conta seu objetivo nem as vocações do interior.

Para Amazonino Mendes, que também declarou que [a economia do] o Amazonas é muito frágil, “somos consequência dos produtos in natura”, quando à época do desbravamento da região “o economista era Deus”, explicou o governador, para também apontar a falta de compromisso com os anseios do povo do interior em relação aos cursos da UEA.

No entanto, se os pedidos do Negão para que a mensagem seja lida na íntegra, uma vez que em 2017 houve três governadores no Amazonas, também sobrou espetadas para o empresariado paulista, contrários da Zona Franca de Manaus (ZFM), quando Amazonino Mendes afirmou, citando monsenhor Arruda Câmara, que “o colonialismo interno é mais cruel do que o imperialismo externo” e enfatizar que nossa economia, a ZFM, depende de um decreto.

De outro lado, durante sua fala, Amazonino Mendes “proibiu” que o questionassem ou falassem com ele sobre política e eleições, pois, alegou, preferia falar sobre administração e declarou que o Amazonas “é delicado”, não pode ser governado por qualquer uma pessoa, mesmo que ela tenha “bons princípios, vontade, mas se não tiver experiência, qualificação, se se deixar levar pela politiquice, ela vai arrastar o estado para a bancarrota.”

E foi por aí a linha do discurso do governador Amazonino Mendes, o terceiro a assumir o posto em 2017 que, ao encerrar sua mensagem, cumprimentou o presidente da Aleam sem citar o nome de David Almeida, o qual, logo, em seguida, declarou que Amazonino tem seu apoio para aquilo que for para o bem público e, sem ser um aliado, se declarou parceiro do Negão, entendeu?

Pois é, ao que tudo indica, a campanha para a eleição de outubro está em pleno andamento, com farpas, mensagens cifradas e entrega de títulos de terras.

Cautela e canja de galinha…

05 terça-feira dez 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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governo, incerteza, inflação, política, previdência, reformas

As medidas tomadas pelo governo para melhorar o ambiente econômico, mesmo com resultados positivos que podem ser aferidos pelo aquecimento da atividade na economia do país neste exercício, incluindo alguma recuperação na oferta de postos de trabalho, não parecem obter o consenso dos agentes econômicos quanto ao futuro próximo. O Indicador de Incerteza da Economia (IIE) que afere a confiança – ou não – no mercado, dá bem a medida de como estes agentes veem a conjuntura.

O que complica a expectativa sobre o desempenho da economia brasileira são, entre outros fatores, as indicações de que reformas estruturantes – como a da Previdência Social – não devem sair neste ano

Em queda desde julho, depois de ter atingido 142,5 pontos no mês anterior, o IIE chegou a 111 pontos no último mês de outubro e, em novembro, voltou a subir 1,8 ponto para atingir os 112,8 pontos atuais. Para analistas da FGV, que produz o indicador, essa pontuação reflete que os agentes econômicos percebem as melhorias, como o fim da recessão e mesmo a certeza de que Temer, após duas tentativas de tirá-lo da Presidência da República, deve mesmo terminar seu mandato. No entanto, isso não basta para desligar o sinal amarelo.

Para esses observadores, o que ainda complica, e muito, a expectativa sobre o desempenho da economia brasileira são, entre outros fatores, as indicações de que reformas estruturantes – como a da Previdência Social – não devem sair neste ano. Essa possibilidade é fundamentada na ausência de maior agregação na base de apoio ao Executivo no Congresso Nacional e, pior, os desentendimentos e deserções na própria base de apoio ao presidente da República para conseguir a aprovação de medidas necessárias ao equilíbrio das contas governa mentais.

A cautela também permeia as expectativas obtidas pelo Banco Central do Brasil (BC), por meio da pesquisa Focus, efetivada semanalmente junto ao mercado. Por ali, as expectativas que envolvem o governo têm, agora, alguma sintonia. A dívida pública do governo apresenta possibilidade de baixar há duas semanas consecutivas, enquanto os preços administrados parecem ter obtido uma percepção mais positiva na semana passada, com a sinalização de baixa. Essas perspectivas dos dois indicadores se referem a este exercício.

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No que diz respeito ao investimento direto no país, a Focus captou tendência de baixa na última pesquisa finalizada na sexta-feira, dia 1º, enquanto dois indicadores de inflação – IPCA e IPC-Fipe – apresentam expectativas de baixa em 2017, os outros dois sobre os quais a Focus consulta o mercado – IGP-M e IGP-DI – na percepção dos agentes econômicos se mantêm em alta.

Para complicar mais, como se sabe, 2018 é ano eleitoral e não faltam candidatos a salvador da pátria, assim como crédulos para lhes dar sustentação, o que se traduz na busca, de quem é detentor de mandato eleitoral, de se distanciar de projetos que, mesmo sendo necessários para levar o país a níveis mais elevados de igualdade e dar fim a privilégios no setor público, mas que possam ser vistos como impopulares.

O político, eleito para zelar pelos negócios públicos, por aqui prefere cultivar seu umbigo a se expor a não ser eleito. Enquanto isso, o país – como diria Ludmilla – que se exploda.

Boas notícias, mas governo ainda atrapalha

20 terça-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Brasil, crise, economia, governo, inflação, melhoria, Michel Temer, recessão

Ao fim do primeiro semestre de 2016, as indicações de que o mercado começa a reagir, assim como a expectativa de que o fundo do poço, se ainda não foi atingido, já está bem próximo, irrompem de fontes como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), além de estarem espelhadas na pesquisa semanal realizada pelo Banco Central do Brasil, a Focus, divulgada às segundas-feiras.

De acordo com os Indicadores Industriais relativos ao mês de junho de 2016, divulgado pela CNI na segunda-feira, dia 1º, de cinco indicadores por ela levantados, três têm evolução positiva, dois ainda estão em queda e o quinto, não evoluiu.

O estudo da CNI informa que o faturamento da indústria apresentou crescimento de 2% no mês de junho, ao mesmo tempo em que as horas trabalhadas na produção apresentaram expansão de 0,2%, além de a utilização da capacidade instalada ter crescido 0,3%. A pesquisa informa ainda que o rendimento médio real dos trabalhadores desse segmento da atividade econômica permaneceu estável.

O porém apresentado no estudo da entidade de classe da indústria é que, no período estudado, o emprego apresentou queda de 0,6%, acompanhado – por tabela – por baixa na massa salarial no mesmo nível de 0,6%.

O estudo da CNI destaca o fato de que o crescimento de 2% no faturamento da indústria em junho, em relação ao mês anterior, acontece depois de três meses de quedas consecutivas. A pesquisa esclarece, ainda, que no comparativo com o mesmo mês de 2015, a baixa foi de 8,2%. O mais grave é que, no primeiro semestre deste ano, o acumulado é uma queda de 11,2% no faturamento das indústrias.

Pelo lado do Banco Central, também existem boas e más notícias. As boas são que, para este ano, dos quatro indicadores de inflação pesquisados em relação à semana anterior, três apresentam expectativas de queda e apenas o IPCA permaneceu com a mesma estimativa da semana anterior, de chegar ao fim de 2016 em 7,21%. No entanto, ao se considerar que, há quatro semanas, esse indicador era de 7,27%, mesmo aí há melhorias.

Se o mercado vê o câmbio em queda, com expectativa de 2016 fechar com a moeda norte-americana cotada em R$ 3,30, quando na semana anterior o valor era de R$ 3,34, pelo lado do segmento administrado pelo governo as coisas não estão em céu de brigadeiro.

Exemplo disso é que a dívida líquida do setor público continua a apresentar tendência de alta, impactando, assim, as expectativas em relação à taxa básica de juros, a Selic. De acordo com a pesquisa Focus, 2016 deve fechar com a Selic em 13,50%. Na semana anterior a previsão era de 13,25%.

Quanto à geração de riqueza neste ano, os agentes de mercado consultados pelo Banco Central estão mais otimistas. Há cerca de um mês, a expectativa era de queda em -3,35% no produto interno bruto (PIB). Na semana passada esse valor caiu para -3,27% e nesta semana as expectativas convergiram para -3,24% no fim de 2016.

Se o panorama visto para o setor privado parece se encaminhar para uma reação contra a recessão, o governo ainda não dá sinais de estar fazendo o dever de casa de forma rígida. Para completar, o presidente em exercício, Michel Miguel Temer, que no início de sua gestão dizia não pretender se candidatar à reeleição em 2018, já ensaia sair para candidato. Quer dizer, se for por aí, as medidas duras e necessárias para tirar o país do buraco vão demorar mais ainda.

 

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 2 e 7/08/2016

Lei Maluf no Brasil surreal

20 terça-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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admnistração pública, Amazonas, Brasil, cargos, corrupção, governo

Surrealismo, de acordo com mestre Aurélio, se refere a escola de literatura e arte que se caracteriza pelo desprezo das construções refletidas ou encadeamentos lógicos, e pela ativação sistemática do inconsciente, com objetivo de obter a renovação total dos valores, não somente artísticos, mas também morais, políticos e filosóficos.

Se o Brasil não é um país surreal, pelo menos o qualificativo pode ser aplicado ao momento pelo qual o país passa, principalmente alguns acontecimentos ocorridos na última semana, inclusive aqui no Amazonas.

É emblemática, por exemplo, a afirmação do deputado federal Paulo Maluf, já chamada de Lei Maluf, segundo a qual o parlamentar, ao contrário da maioria dos brasileiros, não precisa trabalhar muito, bastam três dias na semana e, mesmo assim, diz ele, consegue se reeleger.

No entanto, a afirmação de Maluf até que faz sentido, ou os representantes do povo nas três esferas do Legislativo brasileiro teriam projetos com mais substância, menos casuísmos e não o volumoso número de projetos que fazem homenagens a “figuras ilustres” ou criam, aqui e ali, mais uma efeméride na qual ninguém presta atenção, nem faz a menor diferença existir ou não nos calendários estaduais, municipais e federais.

Outro exemplo do “desprezo das construções refletidas” pode ser o projeto de lei nº 4.253/2015, aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados e que dá boas indicações de como a afirmação de Maluf paira sobre o parlamento brasileiro. O projeto, que autoriza reajuste aos funcionários da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e de outros órgãos federais, teve a inserção de um artigo que cria 14.419 cargos federais. Tudo isso em um momento no qual o discurso é de crise e cinto apertado para todos.

O surrealismo, no entanto, também se materializa na necessidade de o Ministério do Planejamento emitir nota negando a criação de qualquer cargo em nível federal, mas “apenas” o remanejamento de cargos extintos, portanto sem aumento da despesa. Pois é, sem aumento de despesa, que também não diminui e o rombo nas contas públicas está aí pelos R$ 170 bilhões, por enquanto.

No Amazonas, onde é comum não apenas o “caboco”, mas também aqueles que se dizem letrados, se gabarem da rica biodiversidade, inclusive ictiológica, isto é, a abundância de espécies de peixes do Estado, não ficou atrás com a aprovação, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), de lei que abre as porteiras, ou melhor, os cursos d’água para a criação de peixes exóticos. Quer dizer, alienígenas, de outras paragens como a tilápia.

Até onde se sabe, a produção pesqueira do Amazonas é insuficiente para atender a demanda local, inclusive das espécies mais apreciadas como o tambaqui, apesar da invenção de um tal de piraculhau por um iluminado ex-secretário da Sepror-AM. Assim, o Amazonas importa de Rondônia e de Roraima, este sem nenhuma tradição pesqueira, mas que se deu bem com piscicultura, o saboroso tambaqui. Em outras palavras, não conseguimos desenvolver a piscicultura dos espécimes nativos, mas, mesmo assim, autorizamos que outras espécies sejam trazidas para cá em prejuízo das locais. É como encontrar um jabuti trepado em pé de cacau ou de cupuaçu. Em boa ora a lei vai ser mudada.

Por fim, mas voltando ao parágrafo inicial, é lamentável que não se veja a renovação de valores pregado pelos surrealistas, mas sim, a inversão de valores, que Rui Barbosa já antevia há muito tempo: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 07/06/2016

Articulações para enfrentar desafios

17 sábado dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Brasil, federalismo, governo, Michel Temer, política, previdência, reformas

Os desafios com os quais a gestão, mesmo que interina, de Michel Temer se depara incluem velhos problemas não equacionados e pelos quais o setor produtivo vem intercedendo há 20 anos, no mínimo, a se julgar por documentos publicados no início do segundo mandato do ex-presidente Lula da Silva, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O documento, intitulado “Crescimento. A Visão da Indústria” mapeia a conjuntura em 2006 e indica ações e propostas a serem implementadas entre 2007 e 2015, a fim de atingir certos objetivos ali explicitados.

Entre os resultados que a CNI propôs para o período estavam o crescimento econômico, mais emprego e renda, elevação da qualidade de vida, diminuição das desigualdades regionais e sociais, assim como a expansão dos negócios com geração de valor.

Como parte do diagnóstico feito na ocasião pela entidade, é enfatizado o fato de que, entre 1996 e 2006, o crescimento da renda per capita fora de 0,7% ao ano. A partir desta constatação, o documento informava que, nesse patamar, o Brasil levaria cerca de 100 anos para dobrar a renda e chegar ao nível, por exemplo, de Portugal.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2006 o desemprego atingiu 10% e em 2007 caiu para 9,3%. Como se sabe, em 2015 a taxa de desocupação ficou em 6,8%. No entanto, o IBGE assegura que, frente a 2014, quando esse indicador foi de 4,8%, a expansão de dois pontos percentuais entre os dois exercícios é a maior registrada desde o início da série histórica.

Como se pode ver, um dos resultados a serem obtidos – mais emprego e renda – já deve ter ido para as cucuias com os números cada vez mais negativos coletados pelo IBGE.

Para atingir os resultados/objetivos propostos pela CNI havia, como há agora, a necessidade de implementar medidas como política macroeconômica onde os juros altos não deveriam ser o principal pilar, uma vez que, se por um lado combatem a inflação, por outro, têm efeito indesejado ante o câmbio.

O gasto público, que teve sua expansão a partir de 2008 com a política de incentivo ao consumo e favorecimento, com desoneração, a determinados setores da atividade econômica, cresceu alavancado por essas e outras medidas tomadas a partir de então. Assim, a imposição de limite ao gasto público proposta pela CNI virou letra morta na gestão petista.

Nos níveis em que se encontra o déficit público, estimado em cerca de R$ 100 bilhões no exercício de 2016, o controle da inflação vai exigir grandes esforços do ministro da Fazenda, apesar de se saber que quem vai pagar o pato – e já está pagando – é a população.

Àquela época, e antes também, foram propostas três reformas interligadas entre si, com a finalidade de aumentar o crescimento econômico, do emprego e criar sistemas auto-sustentáveis. Seriam as reformas tributária, da Previdência e das relações de trabalho.

De 2006 até agora, pode-se dizer que pouco foi feito nesse sentido e a não abordagem da questão do federalismo – o novo pacto entre os entes federativos – é outro complicador a ser enfrentado pela nova – ou nem tão nova assim –equipe que assume os destinos do país.

Formada por maioria de parlamentares, o ministério do presidente interino que nasceu Michel Miguel Elias Temer Lulia, vai ter muito que articular para fazer o dever de casa a tanto exigido e protelado.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 17/05/2016

Lambanças de campanha e a queda da popularidade

11 quarta-feira fev 2015

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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benefício, campanha 2012, Dilma Rousseff, direito de trabalhadores, estórias, governo, política, popularidade

palanqueEm 2012, durante a campanha eleitoral da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) à Prefeitura de Manaus, assisti a um comício que a presidente petista Dilma Rousseff veio fazer em Manaus em apoio à senadora que enfrentava o arqui-inimigo de Lula, Artur Neto (PSDB). O evento aconteceu às margens do igarapé do Passarinho, no bairro Monte das Oliveiras, zona Norte.

E aí a candidata à reeleição assegurava que, caso vencesse, os trabalhadores não tinham o que temer. Menos de um mês após assumir o segundo mandato, a contadora de estórias ampliou prazos e reduziu o quantitativo de benefícios devidos aos trabalhadores, afetando principalmente aqueles da previdência

Naquela noite, uma segunda-feira, 22 de outubro, assisti ao vivo a presidente Dilma Rousseff fazer aquilo que agora se sabe, faz parte de seu arsenal dialético: afirmou entre outras coisas que fogem da verdade, que o prefeito Amazonino Mendes teria recebido recursos federais para levar água a algumas regiões da cidade, mas não teria cumprido sua parte no acordo.

Se bem que, quem acompanhou a campanha de 2010, já soubesse desse “recurso” de marketing da presidente, aliás não só dela, mas de boa parte dos políticos que disputam cargos eletivos, com as exceções de praxe, que servem para confirmar a regra.

Dilma, que em 2010 obtivera mais de 80% dos votos dos amazonenses e vencera a disputa pela Presidência da República, voltava a Manaus montada nesse capital eleitoral por dois motivos. O primeiro era cumprir as ordens do mestre Lula. Afinal, aluna aplicada, deve fazer “tudo que o mestre mandar”, no caso, era detonar a candidatura do tucano Artur Neto. Seu desempenho foi pífio.

O segundo objetivo, tangencial, era dar apoio à campanha da senadora que, naquele momento, fim da disputa eleitoral, dava sinais de estar próxima do naufrágio, o que de fato se consolidou no segundo turno, quando o Guaramiranga reservou um camarote especial para Vanessa, devidamente ornamentado com pinturas de aves amazônicas e alguns tucanos estilizados.

Mas os eleitores da “presidenta”, no Amazonas e pelo Brasil afora, preferiram acreditar em Dilma Rousseff, que na campanha de 2010, prometera prorrogar a Zona Franca de Manaus por mais 50 anos e levou todo seu primeiro mandato para cumprir tal promessa.

Veio a reeleição e aí foi a vez de o tucano Aécio Neves ser demonizado por ter afirmado que o país precisava de ajustes em sua política econômica, urgente.

Àquela altura já se sabia que a inflação estava descontrolada e em dezembro, computando 12 meses, ultrapassou os 7%, fugindo do teto da meta, que era de 6%.

O escândalo da Petrobras que canalizou recursos da estatal para campanhas petistas também já viera a público e estava sendo investigado, mas os dados sobre o aumento da miséria no Brasil, durante os governos petistas, não puderam ser divulgados  por impedimento obtido pela candidata petista junto à Justiça.

Com uma plataforma onde o forte eram os direitos conquistados pelos trabalhadores nos últimos 12 anos, Dilma tentou desqualificar o programa de Aécio Neves justamente por propor algumas mudança também nessa área.

E aí a candidata à reeleição assegurava que, caso vencesse, os trabalhadores não tinham o que temer. Menos de um mês após assumir o segundo mandato, a contadora de estórias ampliou prazos e reduziu o quantitativo de benefícios devidos aos trabalhadores, afetando principalmente aqueles da previdência.

Trazendo a discussão para o presente, a pesquisa divulgada pelo DataFolha no último fim de semana mostrou que a “presidenta” foi descoberta, pega de calças curtas em suas lambanças e seu governo foi avaliado de forma negativa por 44% dos entrevistados, enquanto 23% ainda o avaliam como ótimo ou bom. Com isso, a equação se invertes desde dezembro, quando as avaliações positivas eram de 42% dos consultados e 24% diziam que sua gestão era ruim ou péssima.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 10/02/2015

Certezas e expectativas políticas frustradas

07 terça-feira out 2014

Posted by Eustáquio Libório in Crônica

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2º turno, Amazonas, candidato, eleição, governo, Manaus, pesquisa, urna

Terminado o primeiro tempo da peleja eleitoral é de se registrar que as certezas de alguns candidatos se transformaram expectativas frustradas como no caso do cargo presidencial, onde Aécio Neves (PSDB) conseguiu tirar Marina Silva da disputa e baixar a bola da presidente Dilma Rousseff (PT) que, obviamente, preferia, uma vitória no primeiro turno a enfrentar o tucano no segundo, como vai acontecer.

No caso da Presidência da República, vai ficar difícil transferir os mais de 22 milhões de votos que Marina Silva (PSB) obteve em função do perfil desses eleitores que têm posições formadas e preferem, eles mesmos, direcionar seu voto em vez de seguir eventual orientação para votar em quaisquer dos dois candidatos que se enfrentam no 2º turno.

Outra expectativa frustrada foi a do candidato ao governo do Amazonas, senador Eduardo Braga (PMDB) que, de acordo com as pesquisas de institutos de renome nacional, vinha liderando e bem à frente do candidato à reeleição, José Melo (Pros). Enquanto Braga deixou sua candidata a vice em Manaus e foi atrás de votos no interior, José Melo correu atrás nos dois fronts e o resultado foi um empate que, para Braga, deve soar como derrota até pelos ataques que desferiu contra o governador a fim de desqualificá-lo.

O segundo turno, aqui pelo Amazonas, vai ter como um dos protagonistas o deputado estadual Marcelo Ramos (PSB) que conseguiu a bagatela de 11% dos votos e, se não se elegeu, concorreu firmemente, com sua candidatura, para que a disputa pelo governo estadual aportasse no segundo turno, no próximo dia 26 de outubro. Fica aqui a mesma observação acerca do perfil dos eleitores de Marina Silva quanto à dificuldade de transferir votos.

Há um detalhe que chama a atenção no caso da apuração dos votos. Se começou célere, o final se transformou em bicho preguiça, que o animal me perdoe a comparação, tanto foi o tempo necessário para finalizar a contagem de votos no Amazonas.

Mas na crônica de qualquer eleição no Brasil cabe a nota destoante da estratégia antiga, dos tempos dos coronéis de barranco, mas que faz a alegria das gráficas, de, na véspera, madrugada da eleição, fazer um derrame de cédulas de votação nas ruas das cidades por todo o país. Manaus não foi exceção e, possivelmente, nenhum candidato deixou de fazê-lo, se teve os meios para tal.

Infelizmente, apesar de prevista como infração na legislação brasileira, são muito poucos os casos dos quais se toma conhecimento de que os (i)responsáveis serão apenados com multas ou outros instrumentos para desmotivar essa, literalmente, prática suja. No entanto, cabe registrar que não foram poucos os eleitores que, sem ter candidatos, fazem uso dessa cooptação onde o nome dos candidatos é encontrado no meio da rua.

Com a poderosa ajuda do bico tucano do prefeito Artur Neto, não foi somente o governador José Melo que viu seus votos crescerem em Manaus, mas também o deputado estadual Arthur Bisneto (PSDB) que, alavancado pelo maior eleitor de Manaus, o prefeito, teve mais de 250 mil votos para se eleger deputado federal, coroando com a ironia de, a partir de sua votação, a coligação puxar o deputado Átila Lins que quase fica de fora.

O segundo tempo está a caminho, daqui a 19 dias, quando as urnas falarão, de novo.

Mulheres a menos e jovens a mais

13 quarta-feira ago 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, crescimento, densidade demográfica, educação, faixa etária, governo, jovem, mulher, população, prioridade, saúde

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já há algum tempo mantém em seu site uma aplicação similar ao Impostômetro. Se este mostra ao brasileiro quanto ele paga de tributos a todo momento, o software do IBGE calcula o crescimento da população brasileira e projeta diversas situações para o futuro.

De acordo com o site do IBGE, no dia 6 de julho, a estimativa era de que o Brasil tinha 202,8 milhões de habitantes e, a cada 18 segundos, informa a aplicação, nasce um brasileiro. No Amazonas, com população de 3,87 milhões, são necessários  oito minutos para vir à luz mais um amazonense, em que pesem as taxas de crescimento, já que a do Amazonas é mais que o dobro, 1,73, que a média brasileira de 0,86.

Dos dados elencados pelo IBGE fica claro que o contingente jovem da população do Amazonas deveria estar à frente nas prioridades que governos do Estado e dos municípios deveriam dar a este segmento

Um dado do IBGE, no entanto, desfaz a crença de que no Amazonas existem mais mulheres do que homens. Contrariando a média brasileira, que em 2000 apresentava 49,68% de homens contra 50,32% de mulheres, por aqui a equação populacional se invertia naquele ano com 50,72% de homens, contra 49,28% de mulheres.

Os números exibidos pela aplicação do IBGE para 2014 demonstram uma tendência, ainda que pequena, de manter equilíbrio entre homens e mulheres indicando, no Brasil, a existência 49,40% de homens contra 50,60% de mulheres, enquanto no Amazonas caiu para 50,52% de homens e 49,48% de mulheres.

Outro dado que chama a atenção é a concentração da população do Amazonas na faixa etária de 10 a 14 anos. Se em 2000 o Brasil concentrava 30,04% da população nessa faixa etária, no Amazonas o mesmo estrato populacional era de 39,35%. Em 2014, a concentração nesta faixa caiu para 23,66% da população brasileira, enquanto no Amazonas baixou para 31,96%.

Com isto se estreitou a diferença na concentração de pessoas na faixa de 10 a 14 anos entre o Brasil, no geral, e no Amazonas, tanto é assim que essa diferença, no ano 2000, era de 9,31 pontos percentuais e em 2014 cai para 8,30 pontos.

O comparativo entre a população brasileira e a do Amazonas, em particular, para quatro faixas etárias entre 15 e 34 anos demonstra que o percentual do Brasil só começa a ser maior do que o do Amazonas a partir da faixa de 30 anos, tanto na população masculina quanto na feminina, conforme é explicitado a seguir:

       Amazonas                       Brasil

                                  Homens   Mulheres   Homens   Mulheres   

15 a 19 anos

5,37%

5,25%

4,33%

4,20%

20 a 24 anos

4,90%

4,79%

4,30%

4,21%

25 a 29 anos

4,51%

4,45%

4,38%

4,34%

30 a 34 anos

4,20%

4,19%

4,27%

4,28%

Dos dados elencados pelo IBGE fica claro que o contingente jovem da população do Amazonas deveria estar à frente nas prioridades que governos do Estado e dos municípios deveriam dar a este segmento. Tais prioridades passam, necessariamente, pela saúde e pela educação, ambas bem maltratadas desde há muito por quem vem administrando o Estado há pelo menos três décadas, embora não se possa negar alguma melhoria.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 15/07/2014

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