Tags
2014, Adolpho Lisboa, alagar, Barão de São Domingos, comércio tradicional, enchente, Manaus Moderna, mercadão, porto, prejuízo, roadway, rua dos Barés
Quem frequenta a área da Feira da Banana, no entorno da Manaus Moderna, desde a semana passada está convivendo com uma área alagada na rua dos Barés, próximo ao cruzamento com a rua Izabel.
Por ali carros leves passam, como diria o caboclo, fazendo banzeiro, e quem estiver a pé vai encontrar dificuldade para transitar no local devido à falta de passarelas, pois, como se sabe, nos meses de maio/junho, quando a enchente do Negro toma maior volume, é comum que se ande em passarelas nas áreas mais próximas do rio.
Com as águas no nível de 29,03 m, atingido no último dia 23 de maio, sexta-feira, o rio Negro estava, naquele dia, no mesmo nível do ano de 2013, porém bem abaixo da cota atingida em 2012, quando era de 29,91 m. A se registrar que, entre um ano e outro, as águas do Negro estão subindo, em média, 3 a 4 cm por dia.
Se a comparação se referir a 2012, ano de enchente recorde, as águas do rio Negro subiam, em média, um centímetro por dia nessa época. Pode-se afirmar, dentro dessa perspectiva histórica, que a cheia do Negro, em 2014, não deve atingir níveis muito superiores aos de 2013, embora esta enchente já possa se inscrever entre as maiores já ocorridas. Mesmo com essa perspectiva otimista, nesse campo uma previsão está sujeita a outros fatores que não apenas a simples leitura do quantitativo diário da enchente.
Por ali carros leves passam, como diria o caboclo, fazendo banzeiro, e quem estiver a pé vai encontrar dificuldade para transitar no local devido à falta de passarela
Assim, as contas apresentadas pela prefeitura indicam que, em Manaus, pelo menos a população de 12 bairros já sofre com a invasão das águas do Negro e a região do centro histórico é um desses sítios alagados. Por ali, além da rua dos Barés, as águas já chegaram à rua Barão de São Domingos, ao lado do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, enquanto as escadarias de acesso aos barcos, no porto da Manaus Moderna, estão submersas e o acesso acontece por meio de plataformas.
A estimativa das autoridades é de que cerca de 37 mil famílias já foram atingidas pelas águas da enchente. Por outro lado, a se manter o nível diário da enchente, o rio Negro deve fechar maio com uma cota de 29,31 m. Se concretizada essa expectativa, estará bem próximo do nível da enchente de 2013 quando, em 16 de junho, o rio Negro estava na cota de 29,33 m.
O CPRM prevê que o rio Negro atinja, no máximo, o nível de 29,49 m. Assim, áreas que alagam nas maiores enchentes como a avenida Eduardo Ribeiro, e atingem prédios como da Alfândega, da Receita Federal e instalações do Porto de Manaus, o Roadway, estariam fora dessa expectativa de serem invadidos pelas águas. Ali, a preocupação com enchente maior só acontece a partir da cota de 29,50 m.
De qualquer jeito, já tem comerciante dizendo que as águas começam a atrapalhar seus negócios, como é o caso de quem trabalha na área alagada da rua dos Barés.
Por fim, é de se esperar que o ritmo das chuvas sobre os rios tributários do Negro já tenha diminuído, reduzindo a possibilidade de que a enchente cause mais prejuízo à população de Manaus, além daquela parte que já está enfrentando as águas.
Publicação no Jornal do Commercio, ed. 27/05/2014