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Da aldeia global à sociedade em rede

14 segunda-feira mar 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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aldeia global, Castells, comunicação, McLuhan, redem social, Tecnologia

Lá pelos anos 1960, Marshall McLuhan se debatia com conceitos do que ele chamou de “era da eletricidade” para explicar a simultaneidade da tecnologia de ponta de então, coisas como as comunicações via satélite, que possibilitavam assistir programas de TV e ouvir rádio de qualquer parte do mundo, ampliando, assim, os sentidos do ser humano, que podia fazer telefonemas de um continente para outro e derrubava, dessa forma, a barreira do tempo e do espaço, aproximando as sociedades por meio da tecnologia.

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Aquelas tecnologias que tornavam possível transmitir imagens à distância, geralmente telefotos em preto e branco e de baixa resolução, assim como textos, via telex, 24 horas por dia, só estavam ao alcance de empresas com cacife financeiro para bancar os altíssimos custos.

É interessante a constatação de McLuhan, em “Os meios de comunicação como extensões do homem” de que a International Business Machines, a IBM fundada em 1911, só começou a ter visibilidade depois de perceber que não produzia máquinas e, sim, processamento de informações.

A migração dos computadores das empresas para as residências, nos anos 1980/90, foi o início, talvez, do que hoje um dos autores mais consagrados em seu campo de pesquisa, Manuel Castells, chama de ‘sociedade em rede’

O criador da expressão “aldeia global” também não deixou por menos ao criticar a forma de atuação da General Eletric, que, à época, tirava a maior parte de seus lucros da venda de lâmpadas elétricas. Nessa parte, a opinião, ou melhor, o conceito adotado por McLuhan vai muitos anos à frente quando ele diz que a “luz é informação pura” e, desse modo, a GE deveria se ver no segmento da informação móvel, como a AT&T, para citar uma gigante das comunicações daqueles anos.

Porém, o desenvolvimento das tecnologias da informação e sua consequente expansão viria a acontecer nas décadas seguintes, transformando o mundo e a convivência das pessoas, as quais, no primeiro momento, tiveram o bônus de ver seu poder de comunicação passivo aumentar com as tecnologias do rádio e da TV e, depois, quando a informatização das empresas chegou para valer, ter maiores facilidades nos relacionamentos comerciais.

O melhor (?), no entanto, já antevisto por McLuhan, ainda estava por vir, quando, nas décadas de 1960/70, foram iniciados estudos, por militares norte-americanos, para a criação da rede mundial de computadores. Embora não se tenha uma data exata para o surgimento do que viria a ser a internet atual, cria da Arpanet, e o impacto que os três Ws – world wide web – teria no mundo globalizado do fim do século 20 em diante, a tecnologia estava em gestação.

A migração dos computadores das empresas para as residências, nos anos 1980/90, foi o início, talvez, do que hoje um dos autores mais consagrados em seu campo de pesquisa, Manuel Castells, chama de “sociedade em rede”.

Não é à toa que um dos trabalhos organizados por Castells ganhou o título de “A Sociedade em Rede: do Conhecimento à Política”, onde a discussão é justamente sobre a mudança para um novo paradigma tecnológico e a ênfase está justamente sobre a dicotomia de a tecnologia moldar a sociedade, ou, ao contrário, esta ser responsável em dar forma à tecnologia, conforme as necessidades e interesses das pessoas que as utilizam.

Castells, neste aspecto, é muito claro ao dizer que é a sociedade, os usuários que moldam a tecnologia adaptando-a a seus valores e interesses. Nada mais claro quando se avalia, por exemplo, a utilização das redes sociais, hoje disseminada por smartphones, tablets, além dos computadores.

Por fim, cabe dizer que tais reflexões vieram à tona pela efeméride do último domingo, 17, quando se comemorou o Dia Internacional das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, esta última criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005.

No entanto, ouvi, outro dia de um frei, que a internet está colocando as pessoas loucas, ou quase. Pode ser, a vida virtual, em alguns casos, ganhou maior importância que a vida real, mas aí já é tema para outro artigo.

Publicação no Jornal do Commercio, edição de 19/05/2015

Como torrar R$ 5,5 bilhões e continuar na sombra

13 quarta-feira ago 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, apagão, blecaute, comunicação, Eletrobras Amazonas Energia, energia, falta de luz, Manaus, SIN, sistema interligado nacional, Tucuruí

Torre-energia

Em janeiro de 2013, a Eletrobras Amazonas Energia anunciava que, até 2014, investiria R$ 5,5 bilhões no sistema elétrico para reforçar e dar “maior estabilidade, robustez e confiabilidade à rede elétrica.”

Os valores seriam aplicados “em obras de transmissão e subtransmissão (R$ 1 bilhão), na construção da nova Usina Termelétrica Mauá 3 (R$ 1,1 bilhão) e na construção do ‘linhão’ de Tucuruí (Tucuruí/Macapá/Manaus) de 500 kV que, quando concluído terá um custo de cerca de R$ 3,4 bilhão”.

Em uma coisa, no entanto, a Eletrobras se mantém com uma firmeza inegável: não quer melhorar a distribuição de energia em Manaus

Desde julho de 2013 Manaus está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e as condições e qualidade da distribuição de energia na cidade permanecem praticamente as mesmas, com apagões constantes, qualidade da energia abaixo do desejável, além da ausência de comunicação ativa com a sociedade.

Se a concessionária estatal, qualificação que é quase uma redundância e por si só já dá uma ideia da qualidade dos serviços a serem entregues à população, faz alarde quando descobre que alguém está roubando energia e vai aos veículos de comunicação social expor a falcatrua, na outra ponta sua comunicação é falha.

Neste fim de semana, quem mora na zona Norte, e especificamente, no bairro Cidade Nova, sofreu com a péssima qualidade da energia fornecida pela estatal que, após gastar toda essa fortuna e mais alguma coisa, não consegue prever a demanda e planejar produção/distribuição do insumo que deveria entregar à sociedade, assim como, pontualmente, cobra suas faturas, independentemente de ter entregue o insumo ou não.

A má qualidade dos serviços da Eletrobras Amazonas Energia, no entanto, não se limita à sua atividade-fim que é, junto com suas associadas, produzir e distribuir energia no Estado do Amazonas.

Não foram poucos os usuários que tiveram, desde setembro de 2013, alteradas as datas de vencimento de suas faturas de energia pela concessionária sem que, pelo menos, fossem consultados a respeito.

O fato pode até parecer de menor importância, porém, implica em duas situações. A primeira é que a mudança por decisão unilateral da companhia não considera a renda nem o fluxo de caixa de seus clientes, os quais, após a mudança, têm que honrar o compromisso sob pena de ficar sem energia elétrica em sua casa ou empresa.

A segunda implicação deixa aberto o caminho para se inferir que do lado da companhia a situação de caixa não está nada boa, uma vez que ela faz mudanças no vencimento das faturas para reduzir o prazo de pagamento, na mesma proporção a companhia alavanca seu fluxo de caixa onerando a vida financeira dos usuários de seus serviços. Usuário compulsórios, diga-se, já que o setor, por aqui, não comporta concorrência e apenas um fornecedor opera no Amazonas.

A estatal já deu tantas desculpas esfarrapadas para justificar corte no fornecimento de energia em Manaus, já foi chamada e questionada tantas vezes na Assembleia Legislativa do Estado, em conjunto com o Procon, que até se perdeu a conta e não resolveu o problema.

Em uma coisa, no entanto, ela se mantém com uma firmeza inegável: não quer melhorar a distribuição de energia em Manaus, pois seus próprios dirigentes já garantiram que o problema não é de produção, mas de distribuição. Vai ver que é por causa da mansão flagrada roubando energia que o caos energético se instalou lá pela zona Norte e em outros bairros neste fim de semana.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 29/07/2014

Smartphones e redes sociais, a democratização do poder

27 domingo jul 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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celular, comunicação, democratização, facebook, fonte de informação, jornal, mídia, poder político, redação, rede social, smartphone, TV, twitter, youtube

Os telefones inteligentes, ou como prefere chamá-los a maioria dos usuários, os smartphones, estão realmente ganhando poder, ou melhor, dando poder a quem os utiliza, um contingente cada vez maior de pessoas, independente de sexo e classe social ou econômica.

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O poder dos smartphones, no entanto, deriva do esforço, às vezes solitário e sem qualquer remuneração, dos desenvolvedores de apps, as aplicações que fazem desses ‘telefones’ um instrumento de informação e desafio à ordem social vigente.

No Brasil, junho de 2013 é o marco, pelo menos regional no âmbito da América Latina, de como as mídias sociais, com o reforço dos telefones inteligentes, podem ser um instrumento de democratização do poder político, ou melhor, do poder do povo em relação àqueles que estão no poder e, nem por isso, conseguiram antecipar, prever que havia uma onda de resistência sendo gestada para mostrar o grau de insatisfação da população com os destinos do país.

No entanto, as redes sociais e os smartphones se associam aqui em Manaus e conseguem, dentro de um contexto militar, organizar uma greve de praças da Polícia Militar que, por falta de inteligência, tanto no sentido organizacional quanto lato sensu, deixaram de considerar a realidade e a rotularam de virtual, de movimento inexistente, e para usar uma expressão lá da terra do quase ex-senador Alfredo Nascimento, sem futuro. Deu no que deu: o governador teve que resolver uma parada que em princípio, não poderia existir na caserna.

Quer saber mais? A campanha eleitoral que se aproxima vai ser vencida na internet, nos celulares.

Mudaram os tempos, chegaram as novas tecnologias que colocam, literalmente, na mão de seus usuários o poder de questionar, de se organizar e, principalmente, fazer valer seus direitos. Aliás, o Brasil vive um momento no qual já não se fala mais nos deveres. Todo mundo só reconhece seus direitos, quantos aos deveres, ora, ora…

Voltando aos smartphones: não dá para viver sem eles. Ao mesmo tempo em que o usuário pode verificar como vai ser o clima, checar o trânsito no itinerário que vai fazer, ou, em um supermercado, prescindir das máquinas leitoras de códigos de barras, pode também fazer muito mais. É só querer e ter a app apropriada, geralmente obtida de graça.

Por exemplo, não são poucas as pessoas que usam o telefone para fotografar, filmar e denunciar infrações, crimes e omissões que as prejudicam. Pior: com as redes sociais aliadas aos smartphones, a notícia, o fato, a denúncia perdeu o dono. As empresas de comunicação já deixaram de ser o veículo único e exclusivo de disseminar a informação.

Os veículos que, digamos, se modernizaram, vão pela via que, até pouco tempo atrás era a contramão. Isto é, em vez de simplesmente buscarem dar informação a seus leitores, telespectadores, transformam esses agentes em fornecedores de informações, de reivindicações, de demandas sociais que devem ser atendidas pelo poder público ou, na grande maioria dos casos, por empresas, notadamente aquelas que prestam serviços públicos.

Não é à toa que, hoje, as empresas com os maiores índices de rejeição são, justamente – em todos os sentidos – as operadoras de telecomunicações, energia, água e esgoto. Isto é, concessionárias de serviços púbicos.

Quer saber mais? A campanha eleitoral que se aproxima vai ser vencida na internet, nos celulares. As propostas devem ser apresentadas ao eleitor e ele não vai esperar para ver isso em programa de TV, todo lindo, produzido, e, para não ofender, bem longe da realidade da vida das pessoas.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 06/05/2014

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