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O segmento de duas rodas do Polo Industrial de Manaus (PIM) se mantém como um dos pilares da indústria incentivada na zona franca e, até setembro deste ano, havia faturado 2.39 bilhões de dólares, pouco mais de um terço do que chegou a comercializar em 2012, quando fechou o exercício com vendas de 6.48 bilhões de dólares. No entanto, nem mesmo esse baixo desempenho que já vem acontecendo desde 2012, teve o poder de tirar o setor do topo dos cinco setores que mais vendem produtos made in ZFM.
Com o desempenho atual, o segmento de duas rodas garante o terceiro lugar em faturamento entre os pouco mais de vinte setores que compõem o contingente de segmentos industriais da Zona Franca de Manaus (ZFM).
O dirigente da Honda da Amazônia, Paulo Takeuchi, é otimista ao afirmar ter certeza de que o segmento tem muito potencial para crescer
Em 2012, o setor de duas rodas abria suas unidades fabris para mais de 19 mil funcionários e pagava por mês – em média -, entre salários, encargos e benefício (SEB) o equivalente a 47 milhões de dólares. Também na média, cada colaborador do segmento era contemplado com 2.42 mil dólares/mês, o que lhe garantia a quarta posição com despesas dessa natureza entre os setores do PIM.
Os tempos mudaram e, há cinco anos, desde 2012, o faturamento da indústria de duas rodas só cai. Com a crise que pegou o Brasil em 2014, o cenário piorou e não somente para duas rodas. Se antes havia uma baixa na demanda por produtos como motocicletas basicamente em função da queda na oferta de crédito pelos bancos, com a crise e suas consequências, a demanda só ficou menor.
Até setembro deste ano, dizem os Indicadores de Desempenho do PIM, divulgado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), as linhas de produção das montadoras de motocicletas só produziram 714 mil unidades, além de outras 513 mil bicicletas, quantidade muito abaixo do 1,708 milhão de motos fabricadas em 2012, ou as 913 mil bicicletas que saíram das linhas de montagem naquele ano.
Se a demanda enfraqueceu a produção dos veículos de duas rodas, a baixa nesta atividade econômica, por outro lado, mandou para casa nada menos 13 mil colaboradores. Do contingente de 19.655 que trabalhavam nas montadoras do PIM, restaram, em 2016, cerca de 6,7 mil colaboradores que continuam se esforçando para entregar os produtos que são distribuídos pelo Brasil afora, com ou sem crise.
É neste panorama de muita dificuldade e esforço por parte de indústrias e colaboradores que operam no setor de duas rodas do Polo Industrial de Manaus que a Moto Honda da Amazônia completou, na semana passada, 40 anos de instalação na zona franca, onde mantém uma das maiores unidades fabris da Honda.
Neste ano, a Moto Honda comercializou mais de 630 mil motocicletas, fato que lhe garante a terceira posição no ranking de faturamento das indústrias do PIM, além de assegurar à indústria de motos japonesa pelo menos 80% do mercado de motocicletas do país.
A situação ainda é de cautela em face das incertezas econômicas, e também políticas, que afetam o Brasil, mas o dirigente da Honda da Amazônia, Paulo Takeuchi, é otimista ao afirmar ter certeza de que o segmento tem muito potencial para crescer, apesar de, diz ele, não saber quando isso vai acontecer, dada a conjuntura do país.