A morena era bem casada com um comerciante gente fina que tinha quase o dobro de sua idade: Ela tinha 19 e ele 37, mas se davam bem. Saiam muito e frequentavam, nos fins de semana, uma roda de samba lá pelo Morro da Liberdade, zona Sul.
O nó todo aconteceu depois que eles se mudaram para um condomínio de casas localizado no Parque Dez, ali pelos lados da Colônia Japonesa. Uma noite, ela vinha dirigindo sozinha e teve problema com o carro perto do centro de treinamento da Honda.
Saiu do carro e, logo em seguida, outro carro parou e seu ocupante a ajudou a pôr seu carro em movimento. O motorista que a ajudou disse se chamar Leite, Ricardo Leite. Na rápida conversa que se seguiu, uma coincidência: eram vizinhos, moravam na mesma quadra do condomínio.
Foi o começo de um caso entre os dois, pois Nicinha, agradecida pela ajuda – de batismo era Nicimar – dera o número do celular a Ricardo.
Foi depois desse incidente que Jefferson, marido de Nicinha, deixou de ter a companhia da mulher nas rodas de samba das sextas, que ela começou a evitar.
Dois meses depois, Jefferson tinha sérias desconfianças de que estava sendo traído, afinal, quase quarentão, ainda dava bem no couro, mas a mulher, bem mais jovem, andava evitando não só a roda de samba, mas até a cama do casal andava menos quente naquele agosto manauense.
De observação em observação, um dia Jefferson pegou o celular de Nicinha e confirmou o que já sabia, com nome e tudo mais sobre o outro. Ele foi à luta. Sabendo quem era o rival, pensou, no primeiro momento, em contar tudo para a mulher de Ricardo, afinal ela era tão enganada quanto ele, Jefferson.
Pois é, pensou, pensou e findou contando… no fim ela preferiu nem dar bronca no tal Ricardo, para ela um grande sem-vergonha e investiu no vizinho quarentão para dar o troco, afinal, chumbo trocado não dói, dizem.
Se os dois foram felizes ao um shopping center, não se sabe, mas os motéis ganharam mais dois usuários assíduos.