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encargos, faturamento, indústria, lucro, massa salarial, Polo Industrial de manaus, salário, Thomaz Nogueira, trabalhador, zona franca
Ao contrário dos oráculos que mais confundem do que esclarecem e sempre foram fonte de confusão para quem por eles se guiou ou tomou decisões, mesmo que fosse um César do império romano, os números esclarecem sem deixar margens para nenhuma dúvida, afinal o produto da soma 2 + 2 vai ser quatro, seja no Amazonas ou na galáxia Andrômeda, a 2,54 milhões de anos-luz do quarto planeta do sistema solar.
É por esses números que se pode afirmar que as indústrias do polo de Manaus estão muito bem, obrigado. Afinal, se forem comparados o desempenho de 2010 com o de 2013, constata-se crescimento de 9,57% no faturamento medido na moeda norte-americana, o dólar.
A análise do desempenho do Polo Industrial de Manaus é uma enxurrada de números positivos se o período analisado estiver entre 2010 e 2013, como se pode constatar pelos números apresentados a seguir.
A massa salarial passou de US$ 922 milhões, em 2010, para US$ 1,34 bilhão no fechamento de 2013, apresentando evolução positiva de 23,53% no período de quatro anos. Esse número dá uma média mensal de desembolso na faixa de US$ 76 milhões.
Melhor do que a evolução dos salários foi o crescimento do pagamento dos encargos vinculados à folha de pagamento, que saiu de US$ 1,05 bilhão, em 2010, para US$ 1,34 bilhão no exercício de 2013, com crescimento de 27,72% no período.
A massa salarial passou de US$ 922 milhões, em 2010, para US$ 1,34 bilhão no fechamento de 2013, apresentando evolução positiva de 23,53% no período de quatro anos
É importante, porém, que se analise o conjunto das despesas de pessoal da indústria incentivada do PIM. O agregado desses números, de acordo com os indicadores divulgados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) relativos ao mês de abril, dão conta de que salários, encargos e benefícios (SEB) evoluíram 25,73%, passando do patamar de US$ 164,06 milhões (média mensal) em 2010, para US$ 206,28 milhões em 2013.
No entanto, as boas notícias começam a rarear a partir do momento em que se considera o SEB médio e a evolução dos salários pagos aos operários do PIM. No primeiro quesito, o SEB médio, a evolução é de 3,17% em quatro anos. Os gastos com esse item passaram de US$ 1,77 bilhão em 2010, para US$ 1,82 bilhão no ano passado.
O segundo item, os salários pagos aos operários do PIM, a situação é bem mais dramática, para dizer o mínimo. Se em 2010 o salário médio estava na faixa dos US$ 827, em 2013 passou para US$ 838. Trocando em miúdos, bem miudinhos, cresceu exatos 1,34%.
Ante ao exposto sobram duas conclusões. A primeira é a de que as indústrias, no geral, estão conseguindo bons resultados. A segunda é que, apesar da evolução positiva no oferecimento de mais empregos, os assalariados do PIM estão com a remuneração praticamente estagnada há quatro anos.
No entanto, cabe uma reflexão: se cresceu o pagamento de encargos e benefícios e o operário, para falar no popular, continua lascado, então o governo está levando, de novo, a parte do leão.
Publicação no Jornal do Commercio, ed. 01/07/2014