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Educação sem prioridade

30 terça-feira abr 2019

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Brasil, educação, Pisa, política de Estado, políticas pública, prioridade

O calendário de datas comemorativas no Brasil está praticamente tomado e poucos são os meses do ano que ainda dispõem de um mais dias sem que já não seja data comemorativa devidamente formalizada, no entanto, nem todas têm o apelo de motivar debate na sociedade, como seria o ideal. Entre essas datas está, com certeza, o dia 28 de abril, Dia Internacional da Educação, mais lembrado no Brasil, por ser, também, o Dia da Sogra.

Educação, como se sabe, é a base sobre a qual se fundamenta tanto o crescimento quanto o desenvolvimento de uma sociedade. Sem educação, é difícil o crescimento individual e, sem profissionais bem treinados, o desempenho das empresas e das instituições do governo de um país está comprometido. Dar prioridade à Educação é pensar no futuro.

A ausência de debates, no Brasil, acerca de priorizar melhorias nessa área, é um atestado de que o País, seus governantes nos três níveis da administração pública, não veem a Educação como prioridade a ser contemplada, não só com recursos, que são essenciais, mas também com políticas públicas e planejamento estratégico que a tornem política de Estado e não apenas políticas de governos ocasionais, sem continuidade quando o governo muda, a cada quatro anos.

Estudantes brasileiros que se submetem ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) — Programme for International Student Assessment —, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), não conseguem acompanhar o desempenho de estudantes europeus e, pior, ficam atrás dos jovens do Chile e da Colômbia, onde, ao que parece, o governo trata a educação com a seriedade de quem vê nessa área o futuro do país.

Não é à toa que a Colômbia melhorou seu desempenho na Educação, quando se sabe que até celebridades como a cantora Shakira age no sentido de, dentro de suas possibilidades, dar a algumas crianças colombianas a oportunidade de crescer tendo como alavanca a Educação.

A Fundação Pés Descalços, criada por Shakira em sua cidade natal, Baranquila, ganhou o troféu de melhor escola pública em 2015, a partir de pesquisa realizada pela Fundação Alberto Marani entre os anos de 2011 e 2015. Os críticos podem afirmar que isso é um pingo d’água no mar de falta de recursos e prioridades, porém o desempenho da Colômbia está melhor.

O Brasil, que nos anos 1980, tinha um perfil muito próximo da Coreia do Sul, não conseguiu fazer a lição de casa. Desde então, o país asiático cresceu em termos econômicos e hoje está entre aqueles que têm população instruída e empresas que desenvolvem tecnologia de ponta, incluindo algumas com operações no Polo Industrial de Manaus (PIM).

Enquanto isso, no país do “jeitinho”, para dizer o mínimo, as metas com as quais o Ministério da Educação (MEC) trabalha, são desvirtuadas no momento ser colocadas em práticas. Exemplo disso, infelizmente, é a prática, que já vem de uma ou duas décadas, pela qual as escolas públicas não reprovam seus alunos.

Não são poucos os professores que reclamam – pedindo anonimato – acerca dessa prática que se torna transparente quando o estudante brasileiro da escola pública é confrontado com o conhecimento dos colegas de outros países, como no Pisa.

Se o ensino brasileiro está, como parece estar, direcionado para gerar estatísticas positivas no desempenho fictício de nossos jovens estudantes, a consequência de melhorar a Educação “para inglês ver”, que leva governos às alturas ao comemorar algo inexistente, vai se transformar, logo mais à frente, em uma tragédia para os, hoje, jovens brasileiros.

Em 2016, o então ministro da Educação, Mendonça Filho, assim qualificou o desempenho da Educação no Brasil, ao tomar ciência do resultado do Pisa, no ano anterior: “Esse resultado é uma tragédia”. A declaração ministerial está publicada, até hoje, para quem quiser ver, no site do MEC.

Por fim, resta o Fundo de Manutenção, Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Profissional da Educação (Fundeb), que, desde sua implantação, deu fôlego à Educação ao garantir recursos destinados à merenda e transporte escolar, além de material didático. A iniciativa tem prazo para vencer e se não for renovada e, quem sabe, até re-estruturada, vai acabar em 2020.

No Amazonas, palco de greve na Educação há duas semanas, a discussão maior se dá em termos de salários e, ao que tudo indica, os professores vão perder… de novo.

Sem educação de qualidade, capital humano vai à míngua

20 terça-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Brasil, capital humano, educação, Pisa, produtividade

Em 2015, o Programme for International Student Assessment (Pisa) – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – avaliou 65 países, incluindo o Brasil, que participou com mais de 30 mil estudantes com até 15 anos de idade e que já haviam terminado o Ensino Fundamental. As conclusões desse estudo e de outras fontes não deixam dúvidas sobre como o Brasil vem cuidando – ou descuidando – da educação nos últimos tempos.

A posição ocupada pelo Brasil na avaliação Pisa, por si só já diz muito sobre a quantas anda a educação dos jovens brasileiros. O país ficou em 53º lugar entre os 65 países que participaram da avaliação.

O resultado é que 34% dos jovens estudantes que chegam à quinta série do Fundamental não conseguem ler, outros 20% conseguem a proeza de concluir o Ensino Fundamental sem, no entanto, dominar a leitura ou a escrita, mas nos últimos anos havia um governo a dizer que o Brasil se tornara a “Pátria Educadora”.

O pouco caso com que a educação é tratada no país espelha o descompromisso com o futuro das novas gerações e ao, comprometer o preparo educacional dos jovens, determina também o atraso do Brasil em obter produtividade e competitividade com sua força de trabalho nos próximos anos.

É justamente aí que estudos como o efetivado pelo Fórum Econômico Mundial mostram porque o Brasil perde feio na comparação com outros países, mesmo aqueles localizados na América Latina, apesar de sermos a maior economia da região.

No Índice de Capital Humano, levantado pelo Fórum Econômico Mundial entre 130 países, o Brasil aparece como o 83º colocado, atrás do Uruguai (60º), Colômbia (64º), México (65º), Bolívia (77º) e do Paraguai (82º). Sintomaticamente, o Brasil fica à frente da Venezuela (89º).

A definição de capital humano especifica que é o conjunto de capacidades, conhecimentos, competências e outros atributos, inclusive de personalidade, que facilitam o trabalho para produzir valor econômico. Quer dizer, no cerne do capital humano está a educação, a qual, no Brasil, está começando muito mau, prejudicando o desenvolvimento que a experiência e a perícia iriam dar à mão de obra, principalmente quando se sabe que a qualificação do trabalhador brasileiro ainda não atingiu o nível ideal.

É no mercado de trabalho que a ausência do capital humano vai se cristalizar quando o trabalhador, por falta de qualificação, não consegue obter um posto de trabalho, enquanto as organizações, mesmo se dispondo a contratar, não conseguem encontrar candidatos que preencham os pré-requisitos mínimos para determinada função.

O resultado de tal conjuntura é trazer capital humano de onde eles estão, de países como Finlândia, primeiro colocado no estudo desenvolvido pelo Fórum Econômico Mundial, Noruega, Suíça e do Japão, como se pode conferir, neste último caso, nas empresas que mantêm operações no Polo Industrial de Manaus (PIM).

O Brasil, que vive um momento de inflexão a partir do qual se espera que políticas públicas com objetivos voltados para o crescimento e desenvolvimento nacionais sejam implantadas, não pode mais se dar ao luxo de cultivar um modelo de educação voltado para gerar estatísticas, quando procedimentos, nas salas de aulas, levam à aprovação de estudantes que não aprendem nem a ler, quando mais a escrever.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 19 e 20/07/2016

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