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Arquivos da Tag: prefeitura

Prioridades e abandono dos bairros de Manaus

20 terça-feira fev 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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iluminação, Manaus, prefeitura, viaas esburacadas

buraco

Tenho uma página no Facebook com o nome de Manaus Cidade Sorriso, inspirado que foi na letra de Áureo Nonato para “Canção de Manaus”, a qual, mesmo não sendo o hino da cidade, canta-a e a enaltece como local aprazível e difícil de ser esquecido, o que, de fato, continua a ser uma verdade, mesmo que nem só por seus encantos brejeiros, mas até por seus desencantos e maus-tratos.

Há cerca de cinco anos, quando coloquei a página no ar, a ideia era, justamente, mostrar o lado positivo de uma cidade que, àquela época, eu dizia que continuava linda, mas estava muito maltratada. A página foi ao ar em setembro de 2013, por coincidência primeiro ano do segundo mandato do atual prefeito, agora postulante à Presidência da República e no exercício do terceiro mandato à frente do Executivo municipal.

Nestes cinco anos algumas realizações aconteceram e outras emperraram, pararam, depois continuaram, na dinâmica vida que uma metrópole com mais de dois milhões de habitantes tem de levar em frente e seu principal administrador de definir as prioridades que irão, ou deveriam, beneficiar a maioria dos habitantes.

No quesito realizações pode-se inscrever a restauração de parte do centro histórico de Manaus, incluindo o Mercado Municipal Adolpho Lisboa. Já entre as melhorias prometidas e que ficaram paralisadas está a recuperação do largo da matriz de Nossa Senhora da Conceição, iniciada e paralisada por alguns anos até sua recente inauguração, em meados de novembro do ano passado.

Mas enquanto as obras do largo da matriz não andavam, foi feito um trabalho de restauração do revestimento da avenida Eduardo Ribeiro, muito criticado por alguns e elogiado pelos que acreditam na preservação da cultura da cidade.

No entanto, outros locais de Manaus estão esquecidos e aqui não vou discutir a responsabilidade de quem deve se ocupar da preservação, se o município ou o governo estadual, embora se deva ter em mente que equipamentos urbanos geralmente são da competência do município. Além de locais, também nada se fez para melhorar o transporte coletivo público, onde quem menos parece apitar é a prefeitura, enquanto empresários e “trabalhadores” da área pintam e bordam em prejuízo da população.

Um desses locais esquecidos é o largo do Mestre Chico, confluência de três antigos bairros de Manaus como a Cachoeirinha, Educandos e Santa Luzia. O local, aprazível, conta com uma vista para a ponte de Ferro – Benjamin Constant – e, quando em período de enchente, do outro lado, uma visão do igarapé do Educandos, aonde já vi gente praticando esqui náutico.

A ponte está necessitando de conservação, assim como as demais instalações do largo, e o local propriamente dito, já não é tão frequentado quanto na época em que foi entregue à população. As paredes da penitenciária Vidal Pessoa, desativada, aonde um mural a enfeitava retratando o casario em estilo colonial, está desbotado e perde em plástica para as passagens de níveis pintadas por grafiteiros em outros locais da Manaus que, a cada dia, menos sorri.

A eleição de prioridades pelo Executivo municipal também levou iluminação a LED para algumas das principais vias da capital. Muito bom. O ruim é o “esquecimento” de fazer reparos nas vias dos bairros, a maioria dos mais de 60 bairros que Manaus tem, convive com crateras até em vias principais, imagine-se nas secundárias e nas vias locais.

Bueiros sem tampa já não se tem conta de quantos estão por aí, prontos para tragar carros de passeio, cujo proprietário sempre fica no prejuízo, assim como aqueles que são vítimas de buracos escondidos pelas águas da chuva e dos “mondrongos” criados pelas ações das famosas tapa-buracos. A própria iluminação pública nos bairros deixa muito a desejar, sem falar no trânsito, cada dia mais caótico e estressante.

Fica difícil para o contribuinte, o cidadão que mora em Manaus, entender o estardalhaço criado pelo município acerca de Manaus ser eleita em primeiro lugar, entre as capitais, e em 33º em um ranking de 4.544 municípios, como a cidade que mais se enquadra no cumprimento das regras da Lei de Responsabilidade Fiscal. Na vida real do homem comum, é mais ou menos como deixar a grana render alguma coisa no banco, enquanto sua moradia desmorona.

Mesmo assim a Prefeitura de Manaus se dedica a resolver o problema grave de moradia construindo algumas centenas de casas populares. Estranho, muito estranho.

Sindicalista não quer prejudicar ninguém, só 700 mil usuários

24 terça-feira jan 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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greve, justiça, Manaus, prefeitura, rodoviários, sindicalismo, SMTU, transporte coletivo

Na terça-feira, 17, Manaus viveu um dia de caos, quando os rodoviários paralisaram 100% da frota de transporte coletivo público, cerca de 1500 ônibus, prejudicando entre 700 mil a 800 mil usuários, conforme estimativas não oficiais veiculadas na imprensa, tudo porque, informam os rodoviários, eles não teriam recebido os benefícios assegurados pelo dissídio da classe no ano passado.

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A paralisação dos rodoviários iniciou descumprindo uma liminar da Justiça que proibia a realização do movimento paredista, mesmo assim, os usuários de ônibus sofreram e foram prejudicados pela greve ilegal dos rodoviários, os quais só colocaram coletivos nas ruas no meio da tarde daquela terça-feira.

Enquanto a Prefeitura de Manaus mantiver a posição atual, onde os empresários recebem subsídios para colocar a frota na rua, mas não podem fazer investimentos para melhorar o serviço, a população vai continuar a sofrer

A volta dos ônibus às ruas de Manaus só aconteceu depois que a Justiça ordenou a prisão de toda a diretoria do sindicado dos rodoviários, dirigido por Givancir Oliveira e Josildo Oliveira. Os dois irmãos comandam a entidade de classe há um bom tempo, mas as melhorias que porventura tenham conquistado para seus companheiros de trabalho não parecem satisfazer a classe.

O sistema de transporte coletivo é servido por uma frota cujos veículos menos velhos são de 2012/13, no mínimo, têm quatro anos de uso e não é novidade encontrar esses carros em pane mecânica, deixando seus usuários sem o serviço e, além disso, congestionando vias de tráfego intenso.

Se os usuários reclamam da qualidade do serviço de transporte coletivo, de outro lado os trabalhadores do sistema estão insatisfeitos com os salários e benefícios pagos, além das condições de trabalho. Para deixar a equação ainda mais complicada, os empresários do setor querem o reajuste da tarifa, cujo último aumento também se perdeu em dias passados, lá por 2013, quando passou para R$ 3. Em 2015, à força de subsídios, mesmo com estudos que apontavam a necessidade de aumento, a tarifa se manteve naquele valor.

As informações sobre o sistema, que um dia já foi acessível a qualquer vereador, hoje pouco se encontra no site da Prefeitura de Manaus ou no do Sinetram. A ausência de transparência sobre essas informações, que assim como o transporte coletivo, são públicas, é um outro problema para o cidadão que usa os serviços por necessidade e não por conveniência.

No entanto, enquanto a população sofre com as interrupções do serviço, o qual, mesmo com decisões judiciais contrárias já ficou parado, pouco se vê, em relação ao poder concedente, em ações com potencial para trazer melhorias ao sistema.

A última ação do município em relação ao transporte coletivo foi a negativa ao reajuste pleiteado pelos empresários em 2016, ano de eleições municipais e de difícil aprovação, como ficou patente, de reajuste na tarifa do transporte público.

Enquanto a Prefeitura de Manaus mantiver a posição atual, onde os empresários recebem subsídios para colocar a frota na rua, mas não podem – dizem eles – fazer investimentos para melhorar o serviço, a população vai continuar a sofrer, mesmo que sindicalistas como o vice-presidente dos rodoviários, Josildo Oliveira, declare que não quer prejudicar ninguém.

A afirmação do sindicalista soa até como insulto aos usuários, uma vez que ele deu essa resposta – não prejudicar ninguém – quando instado a fazer os rodoviários praticarem a catraca livre, isto é, transportariam as pessoas sem receber remuneração. Mas aí, o sindicalista disse que isso é crime. Pois é, prejudicar 700 mil pessoas, para Josildo Oliveira não é nada, ou essas são “ninguém”?

Promessas e desafios na Prefeitura de Manaus

31 sábado dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Arthur Neto, eleições, Manaus, prefeitura

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A reeleição do tucano Artur Neto à Prefeitura de Manaus dá indicações de que o manauara prefere administradores com experiência para gerir os destinos da cidade que, desde a década de 1970, cresce de maneira desordenada, ou melhor, incha, até pela forma como o solo é ocupado no município, por meio de invasões.

Já ao candidato derrotado só nos resta agradecer sua participação na campanha por tê-la tornado, na reta final, muito divertida

Mesmo áreas planejadas findam por ser invadidas e quem fica no prejuízo são os adquirentes, que perdem a propriedade, como aconteceu, por exemplo, com quem tinha terreno no loteamento Rio Piorini, no bairro Novo Israel, zona Norte.

Se em uma área loteada os problemas de infraestrutura são agravados pelas invasões que acontecem na cidade, nos locais tomados pelas invasões onde havia floresta a situação é bem pior, pois aí nem traçado de ruas existe e os moradores passam a exigir da prefeitura que ofereça tanto a infraestrutura quanto os equipamentos urbanos necessários.

Na gestão de Artur Neto esse quadro de invasões até que melhorou com as medidas adotadas para remover invasores antes que o problema se tornasse mais grave com a ocupação definitiva da terra.

Ao prefeito que se reelegeu no último domingo de outubro fica, entre os vários desafios a serem enfrentados, este em particular, de impor diretivas e fazer obedecer àquelas já existente com a finalidade melhorar, no sentido urbanístico, a ocupação do solo em Manaus, principalmente nos bairros mais novos, como aqueles localizados nas zonas Norte e Leste.

Outra onça brava a ser encarada pelo prefeito tucano é a questão da qualidade do transporte coletivo, uma reivindicação praticamente unânime do manauara que utiliza o sistema público de transporte coletivo. Neste particular, além do investimento bilionário a ser efetivado pelo município sob a gestão do vice-prefeito Marcos Rotta, para implantar o BRT de forma a servir todas as zonas administrativas de Manaus, há ainda o problema do trânsito caótico, nos horários de pico.

Melhorar a qualidade do trânsito manauense é necessidade e deve ser prioridade já, sob pena de Manaus, em pouco tempo, ver paralisado o fluxo de veículos em suas vias quando, em alguma de suas principais avenidas, ocorra um acidente mais grave parando trânsito não só no local e via onde este aconteceu, assim como em outras cujo fluxo é por ela coletado.

O tempo que o manauara perde no trânsito, hoje, deve ser motivo de estudos com o objetivo de conhecer os principais obstáculos que o emperram, embora uma boa parcela desses obstáculos seja criada por condutores que simplesmente não respeitam as leis do trânsito: são os apressados e espertos que nunca usam a seta, transitam costurando em velocidade acima da permitida, além de infringirem outras normas sem sofrer punição.

Esse tipo de motorista só se educa quando a penalidade o faz levar a mão ao bolso para pagar multas. Campanhas educativas não surtem efeito quando o problema é de personalidade e o sujeito “se acha” por aprontar essas barbaridades pelas ruas de Manaus.

Ao prefeito que se reelegeu cabe trazer mais qualidade de vida aos munícipes e cumprir as promessas de campanha, que não foram poucas. Já ao candidato derrotado só nos resta agradecer sua participação na campanha por tê-la tornado, na reta final, muito divertida, pelo menos nas redes sociais. Afinal “tem dinheiro, dá pra fazer”, certo Artur Neto?

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 1º/11/2016

Eleição: último round fica para véspera do Dia das Bruxas

31 sábado dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Arthur Neto, eleições, Marcelo Ramos, poluição, prefeitura, segundo turno

O domingo de eleição trouxe poucas surpresas, pelo menos no que diz respeito ao resultado para o cargo de prefeito de Manaus, quando o tucano Arthur Neto se posicionou à frente de Marcelo Ramos (PR) com mais de 100 mil votos. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo em relação à poluição da cidade, pois nas diversas zonas eleitorais espalhadas por Manaus a sujeira era a mesma. O pior, além da sujeira dos candidatos ou de seus cabos eleitorais, foi ver pessoas buscando, nesses santinhos jogados pelas ruas, opções de candidato para votar.

Fica para o dia 30 de outubro, Dia de Todos os Santos e véspera do Dia das Bruxas, o round final pela Prefeitura de Manaus. Bons presságios?

Para os não petistas, a boa notícia é o fato de que o Partido dos Trabalhadores (PT) foi implodido na Câmara Municipal de Manaus (CMM): só conseguiu eleger um vereador, velho conhecido do movimento sindical ligado à construção, o Sassá da Construção Civil, além disso, nenhum dos vereadores que têm assento na CMM (Bibiano Garcia, Waldemir José e Rosi Matos) conseguiu se reeleger, apesar do desempenho do candidato petista à Prefeitura de Manaus, deputado José Ricardo, ter sido bom, considerando a situação do partido pelo Brasil afora.

Pelo lado do gênero, a participação das mulheres na CMM também foi por água abaixo, com perdas no número de mulheres, que caiu 43%, passando de sete nesta legislatura, para quatro vereadoras a partir de 2018: Therezinha Ruiz, Professora Jaqueline, Glória Carrate e Joana D’ Arc. Apenas esta última estreia na CMM.

Do lado do PSDB, que reelegeu dois vereadores, Plínio Valério e Elias Emanuel, também houve perda de representante, pois Ednailson Rozenha não conseguiu se reeleger e dos três assentos tucanos, o partido de Arthur Neto só manteve dois. O ex-tucano Mário Frota também não se reelegeu.

Entre aqueles que embarcaram no N/M Guaramiranga, o barco que nunca chegou a seu destino, e fazem companhia a Mário Frota (PHS) estão os três petistas, Fabrício Lima (SDD), Pastora Luciana e Socorro Sampaio, ambas do PP. Assim, o quadro de vereadores da CMM foi renovado em cerca de 50%.

O maior destaque nesta eleição municipal é possível que tenha sido o desempenho do candidato João Luiz (PRB), eleito com 13.978 votos e que, sem ter completado o Ensino Fundamental, é carioca e vive em Manaus onde é pastor da Igreja Universal, à qual o resultado nas urnas, com sua eleição, deve ser creditado.

Também ligado a uma igreja evangélica, o vereador Reizo Castelo Branco (PTB) conseguiu 10.402 votos no domingo, bem abaixo de seu desempenho na eleição anterior, quando obtivera mais de 17 mil votos.

O desempenho das três candidaturas mais expressivas à Prefeitura de Manaus, excluindo Arthur e Marcelo, somam mais de 342 mil votos e é esse espólio que está em jogo, o qual, somado aos outros quatro candidatos derrotados, totaliza  cerca de 414 mil votos. O prefeito Arthur Neto e seu oponente, Marcelo Ramos, têm pouco tempo para convencer eleitores que não lhe deram voto no primeiro turno, a votar em suas propostas.

Fica para o dia 30 de outubro, Dia de Todos os Santos e véspera do Dia das Bruxas, o round final pela Prefeitura de Manaus. Bons presságios?

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 04/10/2016

Promessas de candidato e as lendas amazônicas

27 terça-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, candidato, eleição 2016, Manaus, política, prefeitura, promessa

A campanha eleitoral onde políticos disputam a cadeira de prefeito de Manaus anda quente na cidade, nas redes sociais, além da TV e rádio, mas as propostas são escassas, repetitivas e, à primeira vista, na maioria dos casos, o candidato a prefeito “esquece” de um detalhe muito importante: explicar como vai fazer aquilo que está prometendo aos eleitores durante a campanha.

Se no campo das promessas os fatos se casam com as expectativas, isto é, não há praticamente nada de novo sob a luz dos refletores da TV ou nas ondas de rádio, o comportamento de alguns postulantes a ser o dirigente máximo da cidade também imita campanhas passadas, onde acusações sem comprovação são feitas em um jogo de cena para impressionar incautos e o eleitor desinformado.

Desse tipo de candidato, o mínimo que se pode dizer é que apela para a demagogia, que é, ao longo da história ocidental, a arte de conduzir o povo, mesmo utilizando de artifícios e subterfúgios para enganar o cidadão

No mesmo ritmo estão os candidatos que apresentam o atual prefeito de Manaus e seus antecessores, mais ou menos no “estilo Lula da Silva”, para quem nada foi feito e algo, se o foi, não presta, é danoso e não beneficia a população. É a lenga-lenga do “nunca antes neste país”, no caso, em Manaus.

Tais posturas de candidatos fazem lembrar lendas amazônicas como a do Matinta-Perera, também conhecido como Saci-Pererê, que à noite incomoda os vilarejos com seu assobio e não deixa ninguém dormir até que lhe deem ou prometam dar fumo, tabaco, já que a criatura é fumante inveterada. Qualquer semelhança com esta época pré-eleição de 2 de outubro não é coincidência.

Mas existem candidatos que preferem algo mais glamoroso – não é o caso que se viu na semana passada, quando a cara-de-pau levou um a carregar água em baldes na periferia da cidade, enquanto um outro foi “passear” de ônibus para demonstrar a precariedade do sistema de transporte coletivo urbano, da qual, aliás, ninguém duvida.

Desse tipo de candidato, o mínimo que se pode dizer é que apela para a demagogia, que é, ao longo da história ocidental, a arte de conduzir o povo, mesmo utilizando de artifícios e subterfúgios para enganar o cidadão, seja fazendo promessas inexequíveis ou deixando de cumprir as exequíveis, uma vez que pesa mais, para tais políticos, alcançar e permanecer no poder.

A estes a lenda mais apropriada para descrevê-los é do boto-cor-de-rosa, animal que, no período da lua cheia ou nas festas juninas, se transforma em um belo rapaz para atrair e seduzir donzelas. As que caem em sua lábia, diz a lenda, engravidam de um bebê… boto.

Vaidade e gente cheia de orgulho não falta nesta campanha, seja a vaidade de achar saber tudo ou o orgulho de pensar ser o único iluminado a ter capacidade para administrar Manaus e tornar o dia-a-dia dos manauaras menos estressante e com mais qualidade de vida. Mas o candidato com essas “qualificações” pode ser identificado com a lenda do Pirarucu, guerreiro vaidoso e orgulhoso, filho de um cacique, que oprimia seus irmãos na ausência do pai e foi atingido por um raio, por desígnio de Tupã, transformando-o no saboroso peixe amazônico.

No nível atual da campanha, os políticos mais confundem do que esclarecem (algo novo por aí?). Quando algum candidato diz, por exemplo, que vai oferecer aulas particulares de reforço aos alunos do município, enquanto outro prefere garantir a segurança da cidade e um terceiro, se eleito, se diz disposto a consultar o povo para saber onde investir o dinheiro público.

Por aí dá para sentir que não há, aparentemente, intenção de resolver os problemas urbanos, melhorar o que pode ser melhorado, mas apenas mostrar que é o melhor candidato. Como diz o ditado, falar é fácil, difícil é fazer.

Ao eleitor cabe a pior das tarefas: descobrir, entre oito candidatos, quem pode fazer gestão melhor que o atual prefeito, o qual, aliás, anda muito calado.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 13/09/2016

Chegam as chuvas e o verde volta à cidade

07 quarta-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Crônica

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calor, chuva, Eduardo Ribeiro, Manaus, obras, prefeitura

Depois de dois meses de calor intenso em Manaus, as chuvas de novembro chegaram regando plantas e gentes. Não faltaram comemorações, pelo menos nas redes sociais, aonde internautas postaram fotos da chuva  que viam e das que nem conseguiam enxergar, além de até tomar banho da dita cuja.

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Os igarapés, que a vazante do rio Negro, ao atingir pouco menos de 16 m acima do nível do mar, deixou seus leitos à mostra, re velando também a nossa falta de cultura e zelo pela cidade com o rastro de resíduos e lixo que ali acumularam, produto do descarte irresponsável não só de quem mora à margem dos cursos d’água, assim como daqueles que não hesitam em jogar no meio da rua qualquer coisa já usada.

Só Quintino Cunha para nos contar e cantar toda a beleza dos dois rios que se cruzam em Manaus, embora o talento do parintinense Chico da Silva, sem pavulagem nenhuma, também saiba muito da Manaus dos anos 1960/70

A malha de igarapés da cidade, que continua a ser aterrada desde a época do governador Eduardo Ribeiro, se constitui em recipiente pas sivo de lixo, resíduos da indústria e tudo o mais que perde utilidade, sem que manauaras tomem para si a responsabilidade de evitar a poluição desses corpos de água.

No entanto, voltemos à chuva que, além de diminuir um pouco o calor manauense, torna verde, em tempo recorde, os canteiros de avenidas, praças e parques, além de outros logradouros públicos, ou nem tanto, como as várzeas de igarapés e do rio Negro. O capim, o mato, as ervas que aí rapidamente brotam alegram os olhos de quem transita nesses locais

A temporada de chuvas em Manaus, porém, tem lá seus desencantos quando interferem no andamento de obras públicas ou privadas, atrasando-as, paralisando-as ocasionalmente ou por tempo maior, dependendo do ritmo da chuva.

Na avenida Eduardo Ribeiro, que teve a parte onde o relógio municipal está instalado parcialmente interditada e as obras que deveriam ser efetivadas naquela região embargada s por órgão de preservação do patrimônio histórico, agora tem mais uma parte interditada para revitalização.

O projeto de revitalização e restauração quer trazer de volta o visual daquela avenida das décadas de 1920/30. É uma boa ideia, mas se conseguir tra zer pelo menos o que a Eduardo Ribeiro tinha nos idos de 1960 já dá para comemorar, pois não é pouca coisa ter calçadas largas à disposição do passante, recoberta por sombra de benjamins.

Evidente que não se quer voltar ao passado, mesmo que o DeLorean do filme de “Volta para o Futuro” estivesse disponível. Já pensou, com o trânsito atual ter aquele sinal de trânsito, primeiro semáforo instalado em Manaus, no Canto do Quintela, ali no cruzamento das avenidas 7 de Setembro com a Joaquim Nabuco. E quando digo no cruzamento é no meio da via, mesmo. Não vai dar.

A chuva também tornou mais visível o verde da avenida Djalma Batista. Na Djalma?! Alguém vai perguntar e respondo: ali mesmo. As mudas plantadas no canteiro central, já na gestão do atual pr efeito, estão com dois, três metros de altura. Não mais parecem mudas, mas árvores jovens e adultas, umas com mais outras com menos sombra, a arrefecer o calor manauense, marca registrada da cidade.

Assim, se as obras podem parar com as chuvas, o verde, as plantas nas vias públicas, parques ou quintais, agradecem à natureza a volta da estação chuvosa, quando o rio Negro fica mais bonito ainda. E aí, só Quintino Cunha para nos contar e cantar toda a beleza dos dois rios que se cruzam em Manaus, embora o talento do parintinense Chico da Silva, sem pavulagem nenhuma, também saiba muito da Manaus dos anos 1960/70.

 

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 17/11/2015

Janela de oportunidade e a parada de ônibus

26 sábado jul 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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abrigo, ônibus, bem público, construção, lucro, Manaus, negócio, oportunidade, prefeitura, setor público

Um dos mitos da economia de mercado é o de que bens públicos devem ser construídos pelo Estado. Isto é, como o bem público normalmente pode ser usufruído por todos, na maior parte das vezes sem a contrapartida do pagamento, o setor privado não teria interesse. Mas nem sempre é assim, como bem pode ser observado no dia-a-dia das grandes cidades.

Em uma economia de livre iniciativa cabe ao empreendedor definir quanto vai investir e no que vai investir, a partir da lógica de maximizar os lucros do capital disponibilizado para o investimento, seja na produção de bens ou na oferta de serviços, assim como deve definir as quantidades do que vai oferecer no mercado.

Já o Estado vai oferecer serviços e bens públicos nos quais a iniciativa privada dificilmente teria interesse de alocar recursos. Assim, fica a cargo do governo, da administração pública, por exemplo, construir vias, praças e outros equipamentos de uso coletivo nos quais empreendedores privados não querem investir, como paradas de ônibus.

Há alguns anos, a Prefeitura de Manaus construiu paradas de ônibus que mais serviam para afixar peças publicitárias do que para abrigar usuários de transporte coletivo, que necessitam desse tipo de abrigo em função das intempéries e do longo tempo de espera até que o transporte chegue. É possível que tal iniciativa tenha economizada algum dinheiro do contribuinte, mas deixou muita gente na chuva ou no sol quente à espera de ônibus.

Essas paradas de ônibus ainda estão ativas pela cidade, apesar de a administração municipal estar construindo outras em formato mais apropriado para abrigar as pessoas do que para ser suporte de banners ou estandartes.

No entanto, existe uma máxima econômica que afirma serem os recursos escassos e as necessidades a serem satisfeitas, infinitas. É bem por aí que chegamos na convergência de um senhor quase paralítico que construiu uma parada de ônibus na avenida Brasil, no bairro São Jorge.

O cidadão se chama João Corrêa Pimentel e teve o insight de construir a parada de ônibus ao perceber que os usuários de transporte coletivo faziam fila para se esconder do sol à sombra de um poste – bem, pelo menos os mais magros conseguiam a façanha – mas não tinham como fugir da chuva, em local bem próximo de sua casa.

Pimentel, que sobreviveu a um acidente de motocicleta, mas ficou um bom tempo sem memória e quase perdeu os movimentos dos braços, arranjou material e, ele mesmo, construiu o abrigo em duas semanas. No entanto, além de pensar em tirar o pessoal do sol e da chuva, ele vislumbrou a oportunidade de faturar algum dinheiro com a venda de água mineral e outras coisas a quem espera ônibus naquele ponto.

Talvez ‘seu’ João ainda não tenha faturado nada com sua obra, mas já está procurando saber, lá pela prefeitura, se pode abrir um lanche no local.

Fica o exemplo da visão do empreendedor que, ao satisfazer a necessidade de terceiros não deixa de estar de olho na oportunidade de se beneficiar com seu trabalho, sem nenhuma esperteza, mas com o firme propósito de ter algum lucro.

Se a moda pega, a prefeitura vai ter que se virar para regulamentar a construção de paradas de ônibus pela iniciativa privada. Bom para usuários de ônibus.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 15/04/2014

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