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Omissão e irresponsabilidade

05 terça-feira jun 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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ônibus, confornto, greve, Manaus, revolta, rodoviários

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A população de Manaus parece que se cansou de sofrer pagando passagens em ônibus velhos que não atendem a contento seus usuários e, nesta segunda-feira, quando o movimento paredista dos rodoviários completava uma semana em greve, usuários do transporte público coletivo urbano apelaram para a violência e depredaram, incendiaram e não faltou infiltrados, disfarçados de passageiros, que saquearam os coletivos danificados.

O prefeito, que tem falado muito sobre resolver a situação, pouco faz de concreto em favor de um transporte público mais digno para Manaus

A senha para iniciar a depredação, além da insatisfação acumulada em uma semana de péssimo serviços dos coletivos, por que normalmente já é ruim, foi o abandono de passageiros que já tinham pago a passagem e foram expulsos dos veículos no terminal 4, zona Leste, sem opções de chegar a seus destinos.

O movimento ilegal dos rodoviários, que volta e meia e por qualquer motivo paralisam o transporte público na cidade, já vinha sendo objeto de punição por parte da justiça que especificou altas multas para sindicatos e motoristas que parassem seus veículos, essas penalidades não tiveram o poder de reduzir o ímpeto do movimento. Pois, conforme informaram as empresas, estas teriam colocado cerca de 850 ônibus nas ruas de Manaus no início da manhã.

Essa frota de 844 carros corresponderia a pouco mais de 56% da frota operante cadastrada pela Superintendência Municipal de Transporte Urbano (SMTU), que totaliza 1.507 veículos. O problema é que os coletivos saíram da garagem e pararam nos corredores viários ou terminais, deixando os usuários sem transporte.

A questão é antiga e do conhecimento das autoridades, assim como da administração das empresas e sindicato dos rodoviários. Enquanto estes alegam lutar por um reajuste de salário e manutenção de algumas conquistas, a população virou refém da irresponsabilidade dos sindicalistas e até de vereador ligado ao movimento e filiado ao PCdoB, que diz apoiar a causa e, por tabela, a baderna na qual se transformou a cidade, e principalmente a zona Leste na última segunda-feira, dia 4.

O prefeito, que tem falado muito sobre resolver a situação, pouco faz de concreto em favor de um transporte público mais digno para Manaus, sendo assim, conivente com a situação que levou usuários a depredar veículos.

Manaus, com certeza, não é a quarta capital em população no Brasil, no entanto tem a quarta tarifa mais cara do país, e, se for montado um ranking para avaliar e classificar o serviço de transporte coletivo, bem como o estado da frota, se não tomar nota zero vai ficar bem próxima disso, assim como as autoridades que não usam suas prerrogativas e autoridade para solucionar de vez o problema.

Pior do que a omissão das autoridades é presenciar, como ocorreu na manhã de ontem, na zona Leste, profissionais do transporte coletivo em choque, com medo de retomar seu trabalho em função da violência desencadeada pelos usuários e outros aproveitadores e provocadores. Aliás, não se deve descartar a possibilidade de um viés político na violência contra os veículos, pois não faltaram partidários do “quanto pior, melhor” para suas pretensões escusas, de vez que teve gente gritando “Fora Arthur”, mas também “Fora Temer”, assim como aqueles que disseram que a culpa disso tudo foi tirar a presidenta do Planalto. Me engana, que eu gosto.

Quem saiu ganhando foram os moto-taxistas e o pessoal do transporte alternativo, estes autorizados a alongar seus itinerários até o Centro. Mas como nem tudo é perfeito, resta saber se vão receber o produto de seu trabalho, de vez que as cooperativas vivem a reclamar do atraso nos repasses que devem ser efetivados pelo Sinetram.

Na briga do mar com o rochedo, a vítima é sempre o caranguejo, mas por aqui a população substituiu o caranguejo.

Opções erradas

29 terça-feira maio 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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caminhoneiros, crise, diesel, greve, Manaus, petróleo, política

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Um efeito sombra, se pode ser chamado assim, se abateu sobre Manaus na noite de quinta-feira e levou ao quase pânico proprietários de veículos durante toda a sexta-feira, 25 de maio, com boatos sobre quebra de estoque de combustíveis, principalmente de gasolina e etanol em toda a cidade. O resultado, alimentado pela mídia local, foi uma corrida aos postos de gasolina que culminou com cerca de 70% desses estabelecimentos distribuidores de combustíveis fechados, por volta das 14h, em virtude de estarem com seus reservatórios vazios.

O movimento paredista e de bloqueio de rodovias pelo país afora desencadeado pelos caminhoneiros chegou a Manaus pela via ilegal, assim como o próprio movimento, de bloquear o acesso à refinaria Isaac Sabbá ao longo da sexta-feira e, com isso, impedir a livre distribuição e venda de combustível na capital do Amazonas.

O movimento ilegal dos caminhoneiros foi organizado, conforme seus participantes, pelo aplicativo WhatsApp e esta iniciativa – de usar o aplicativo – deu origem a boatos que “bombaram” nas redes sociais e nos grupos do próprio aplicativo, por mais absurdos que fossem, como o foi a própria corrida aos postos pela cidade.

O que explica aquela corrida aos postos se no sábado, pela manhã, a maioria desses distribuidores estava comercializando combustíveis normalmente? A força da mídia, seja ela nas redes sociais ou nos meios tradicionais como rádio, TVs e jornais, além da própria internet em seus sites noticiosos. Como já registravam os estudiosas da sociologia da comunicação e das mídias, essas práticas seriam as “profecias comunicacionais” que ganharam maior impacto no final do século 20, com a internet e mesmo com setores econômicos que utilizam as novas tecnologias.

Sudeste, Sul e demais regiões brasileiras, assim como parte da região Norte conectada por rodovias, estão até esta segunda-feira, 28, enfrentando dificuldades dada a dependência do país, que tem nas rodovias mais de 60% do modal de circulação de cargas. O perfil de Manaus diverge da maioria das cidades brasileiras por ter uma refinaria instalada. Além disso, a entrada e saída de mercadorias para abastecimento ou distribuição do que aqui é produzido, depende de uma logística diferenciada que tem nos rios uma boa parte das rotas de escoamento, mesmo com o pouco caso das autoridades em relação às hidrovias.

De acordo com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), a participação no escoamento de cargas pelas rodovias, no Brasil, atinge o volume de 65%; as ferrovias respondem por 15% e a cabotagem, em conjunto com as hidrovias, respondem por 16% do fluxo de cargas no país, cabendo ao transporte aéreo um residual de 0,2%. Dutovias respondem por 4%.

A opção pelas rodovias no país vem lá de meados do século XX, nos tempos de JK, com aquela política de fazer “50 anos em 5”. De lá para cá pouco se investiu em ferrovias e os números atuais continuam a fomentar essa preferência maléfica do país pelas rodovias, a quais receberam R$ 1,9 bilhão em investimentos – e nem por isso têm boa qualidade –, enquanto as ferrovias tiveram R$ 120 milhões.

Se o movimento dos caminhoneiros começou com a bandeira da reivindicação no corte no preço do óleo diesel, o que pode até ser entendido, pois a própria população sofre com a alta exacerbada no preço da gasolina também, se abre aí uma outra modalidade de debate que envolve a natureza da Petrobras como estatal, fato que, devido a seu monopólio na maioria das operações vinculadas à exploração de petróleo, tira a possibilidade de concorrência neste mercado, enquanto os varejistas, e por esse substantivo entenda-se os postos, são acusados da prática de cartel e não só em Manaus. Isto sem falar da enorme carga tributária incidente sobre os combustíveis, onde os grandes favorecidos são os estados, via arrecadação do Imposto so bre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Por fim cabe um registro acerca da malha aérea nacional, quando se sabe que Brasília concentra pelo menos 40% das conexões dos voos no país. Quer dizer, se o pessoal ligado a navegação aérea em Brasília resolver seguir a rota dos caminhoneiros, além da anunciada greve de petroleiros a partir de quarta-feira, dia 30, não vai faltar nada para o Brasil parar.

Sindicalista não quer prejudicar ninguém, só 700 mil usuários

24 terça-feira jan 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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greve, justiça, Manaus, prefeitura, rodoviários, sindicalismo, SMTU, transporte coletivo

Na terça-feira, 17, Manaus viveu um dia de caos, quando os rodoviários paralisaram 100% da frota de transporte coletivo público, cerca de 1500 ônibus, prejudicando entre 700 mil a 800 mil usuários, conforme estimativas não oficiais veiculadas na imprensa, tudo porque, informam os rodoviários, eles não teriam recebido os benefícios assegurados pelo dissídio da classe no ano passado.

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A paralisação dos rodoviários iniciou descumprindo uma liminar da Justiça que proibia a realização do movimento paredista, mesmo assim, os usuários de ônibus sofreram e foram prejudicados pela greve ilegal dos rodoviários, os quais só colocaram coletivos nas ruas no meio da tarde daquela terça-feira.

Enquanto a Prefeitura de Manaus mantiver a posição atual, onde os empresários recebem subsídios para colocar a frota na rua, mas não podem fazer investimentos para melhorar o serviço, a população vai continuar a sofrer

A volta dos ônibus às ruas de Manaus só aconteceu depois que a Justiça ordenou a prisão de toda a diretoria do sindicado dos rodoviários, dirigido por Givancir Oliveira e Josildo Oliveira. Os dois irmãos comandam a entidade de classe há um bom tempo, mas as melhorias que porventura tenham conquistado para seus companheiros de trabalho não parecem satisfazer a classe.

O sistema de transporte coletivo é servido por uma frota cujos veículos menos velhos são de 2012/13, no mínimo, têm quatro anos de uso e não é novidade encontrar esses carros em pane mecânica, deixando seus usuários sem o serviço e, além disso, congestionando vias de tráfego intenso.

Se os usuários reclamam da qualidade do serviço de transporte coletivo, de outro lado os trabalhadores do sistema estão insatisfeitos com os salários e benefícios pagos, além das condições de trabalho. Para deixar a equação ainda mais complicada, os empresários do setor querem o reajuste da tarifa, cujo último aumento também se perdeu em dias passados, lá por 2013, quando passou para R$ 3. Em 2015, à força de subsídios, mesmo com estudos que apontavam a necessidade de aumento, a tarifa se manteve naquele valor.

As informações sobre o sistema, que um dia já foi acessível a qualquer vereador, hoje pouco se encontra no site da Prefeitura de Manaus ou no do Sinetram. A ausência de transparência sobre essas informações, que assim como o transporte coletivo, são públicas, é um outro problema para o cidadão que usa os serviços por necessidade e não por conveniência.

No entanto, enquanto a população sofre com as interrupções do serviço, o qual, mesmo com decisões judiciais contrárias já ficou parado, pouco se vê, em relação ao poder concedente, em ações com potencial para trazer melhorias ao sistema.

A última ação do município em relação ao transporte coletivo foi a negativa ao reajuste pleiteado pelos empresários em 2016, ano de eleições municipais e de difícil aprovação, como ficou patente, de reajuste na tarifa do transporte público.

Enquanto a Prefeitura de Manaus mantiver a posição atual, onde os empresários recebem subsídios para colocar a frota na rua, mas não podem – dizem eles – fazer investimentos para melhorar o serviço, a população vai continuar a sofrer, mesmo que sindicalistas como o vice-presidente dos rodoviários, Josildo Oliveira, declare que não quer prejudicar ninguém.

A afirmação do sindicalista soa até como insulto aos usuários, uma vez que ele deu essa resposta – não prejudicar ninguém – quando instado a fazer os rodoviários praticarem a catraca livre, isto é, transportariam as pessoas sem receber remuneração. Mas aí, o sindicalista disse que isso é crime. Pois é, prejudicar 700 mil pessoas, para Josildo Oliveira não é nada, ou essas são “ninguém”?

Promessas de sempre e o desemprego atual

05 segunda-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Textos & Economia

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desemprego, economia, greve, inflação, mercadoria, porto, suframa

conteineres

Depois de 56 dias de greve, o Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa) decidiu pôr fim ao movimento paredista sem que, até onde se sabe, tenham obtido qualquer ganho. No entanto o movimento perdeu força depois que técnicos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), amparados por medida judicial, fizeram o serviço de liberação de quase mil unidades de carga que estavam à espera de ser desembaraçadas.

Se do lado dos servidores da Suframa o que restou foram as promessas de sempre, desta vez sob o artifício de que os sindicalistas deram um voto de confiança aos parlamentares dos cinco Estados afetados pela greve – Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima– do lado do Estado, da indústria e da própria cidade de Manaus não foram poucos, nem pequenos, os prejuízos causados pela paralisação.

 

O Amazonas perdeu na arrecadação e a indústria calcula em cerca de US$ 5 bilhões as perdas em função da greve dos servidores da Suframa, cujo movimento sofreu impacto da ação do governo estadual no momento em que fiscais da Sefazforam mobilizados para liberar carretas, contêineres, entre outros, a fim de não paralisar ainda mais a atividade econômica no Amazonas.

 

Outra consequência que a greve trouxe foi a desatualização dos dados, normalmente informados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus, com a divulgação mensal dos indicadores industriais. A última edição publicada se refere ao mês de março de 2015.

Em ano de crise, recessão, desemprego e queda nos salários, a informação ganha maior valor, pois é de importância crucial para nortear o planejamento de entidades públicas e do setor privado. Desatualizados os dados, o que é ruim, como o desempenho da atividade econômica abaixo do esperado e com estimativas de analistas avaliando que o produto interno bruto (PIB) deste ano deve ser negativo em mais de 1,5%, as expectativas só pioram.

 

Se a Suframa, por força da greve, deixou de atualizar os indicadores, nem por isso as más notícias deixam de chegar por outras vias, como é o caso do Cagedreferente ao mês de junho, divulgado na sexta-feira, e que mostra o crescimento das perdas dos postos de trabalho pelo país afora.

 

No Amazonas, a contabilidade do extermínio de vagas, assim como o destino da Suframa, preocupam mais do que o normal. Em 12 meses, conforme informações do Caged, foram detonadas 17.412 vagas. Deste total, as maiores perdas aconteceram em 2015, quando 16.951 foram ceifadas no primeiro semestre, das quais 3.859 aconteceram no mês de junho. Os números, se trabalhados pela média, dá como medida um corte mensal de 2.825 vagas.

 

Agora, infelizmente, vêm as péssimas notícias, já que as anteriores eram as más. Assim, como parte do ajuste fiscal ainda está por ser aprovado no Congresso Nacional, a expectativa da inflação continua a indicar demora em baixar o nívelatual, além da conjuntura política tornar o ambiente de negócios complicado para investidores, só se pode dizer, por enquanto, que o túnel deve ser escavado a fim de que a luz, quem sabe no fim de 2016, possa ser avistada.

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