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Arquivos da Tag: turismo

Turismo no meio do mato

12 terça-feira fev 2019

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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floresta, Manaus, musa, turismo, zona franca

Manaus, mesmo maltratada, é uma bela cidade a surpreender quem aqui chega pela primeira vez, e, eventualmente, deslumbrar o visitante desavisado, em que pese os problemas que a acometem, a maioria, aliás, presente nas metrópoles brasileiras.

A violência, a ausência de estrutura que dê mobilidade aos habitantes por meio do transporte público – que é caro e não tem qualidade -, a precariedade no fornecimento do serviço de energia elétrica e até a ausência de porto público, que talvez pudesse reduzir os custos do frete para a indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Ao manauara e ao amazonense que mora em Manaus, assim como pessoas de outros estados e países que aqui se fixaram, vivem e trabalham, causa ofensa grave o forasteiro que diz, e não são poucos, que a cidade só tem mato e jacaré passeando pelo asfalto.

Ouso dizer que tais afirmações não são verdadeiras, mas, caso o fossem, deveriam, mais uma vez, ser motivo de orgulho para os moradores da cidade por razão simples e que corroboraria o reflexo de termos instalado em Manaus o setor industrial que talvez seja um dos menos poluentes que se conhece.

As indústrias incentivadas que operam na cidade se ergueram em área de floresta, aonde boa parte ainda está preservada, apesar da atividade industrial se estender há mais de cinquenta anos.

De outro lado temos, um campus universitário implantado em plena floresta urbana na zona Sul da capital do Estado, fato pouco divulgado e até ignorado pelos próprios universitários e egressos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que se habituam a essa realidade e não a veem como um diferencial basicamente amazônico.

Manaus pode não ser uma cidade verde, mas já esteve em estado bem pior antes que a prefeitura começasse a arborizá-la e os corredores verdes começam a mudar a paisagem da cidade como bem exemplifica a avenida Djalma Batista, a qual, há cinco ou mesmo dez anos, era um deserto e agora já se pode usufruir, na época da floração, o espetáculo dos ipês colorindo e mudando a paisagem daquela via.

Em percurso de cerca de 15 quilômetros, entre as zonas Norte e Sul, saindo por exemplo do terminal 3, na Cidade Nova 1, até o bairro Japiim, o visitante passa por três reservas: a Sumaúma, a reserva do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a da Ufam.

Isto, sem falar nos parques urbanos como Mindu, Bilhares, entre outros, que fornecem um pouco mais de verde para Manaus, além de possibilitar ao manauara sentir orgulho de viver no “meio do mato”.

Nosso descaso pelo verde e outros atrativos de Manaus, e aí não falo somente da população que, em sua maior parte não conhece a Reserva Florestal Adolpho Ducke e nem mesmo o Teatro Amazonas, é tão grande que chega a parecer que tanto o morador quanto as autoridades desconhecem a cidade no mesmo grau que os forasteiros desinformados.

Essas reflexões acontecem a propósito da ideia – muito boa – explicitada pela presidente da Amazonastur, Roselene Medeiros, acerca da necessidade de criar um plano estratégico para o turismo estadual abrangendo o período 2020-2030. O segmento, na visão da titular da empresa de turismo, pode ser uma nova matriz econômica, fato do qual não se pode discordar e cujos exemplos bem sucedidos, estão em outros estados brasileiros como o vizinho Pará.

Há, porém, que educar o morador de Manaus e das cidades do interior do Amazonas que tenham potencial turístico, a fim de que se tornem divulgadores de uma riqueza que é nossa e com retorno assegurado, se a estratégia der certo.

Cenários desvirtudos 2

17 terça-feira jul 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazônia, futuro, matéria-prima, pobreza, turismo

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As possibilidades de crescimento econômico da Amazônia foram esmiuçadas em quatro cenários propostos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em 2001, em projeções que poderiam se concretizar no fim da segunda década deste milênio, isto é, o prazo limite seria o ano de 2020. Aquelas projeções iam de uma Amazônia evoluída, com melhores indicadores sociais à base da sustentabilidade, com mais dois cenários intermediários de maior ou menor desenvolvimento, até o quarto cenário, onde, conforme aquele estudo, prevaleceria a pobreza e a degradação ambiental.

Os condicionantes para promover o crescimento e desenvolvimento da Amazônia, estão, como sempre estiveram, conectados aos processos internacionais e nacionais, com as limitações que tal situação impõe

Os condicionantes listados nos cenários propostos analisaram variáveis como a demanda por recursos naturais, o papel do Estado, rede e tecnologia da informação, passando  pelas políticas de desenvolvimento, política energética, ambiental, educacional, defesa nacional investimentos privados na região, oferta de transporte, comunicação e energia, entre outras de maior ou menor impacto na construção desse futuro a se concretizar daqui a dois anos.

No entanto, os condicionantes para promover o crescimento e desenvolvimento da Amazônia, estão, como sempre estiveram, conectados aos processos internacionais e nacionais, com as limitações que tal situação impõe, por fugir ao controle dos agentes locais, sejam da iniciativa privada ou dos governos estaduais e municipais. Assim, são caracterizados como externos.

Entre esses condicionantes externos, estão quatro conectados ao panorama mundial e cinco com ligações ao nacional. Assim, no panorama mundial, estão os serviços que a floresta tropical existente na Amazônia presta ao restante do mundo com impacto sobre as mudanças climáticas e o consequente espaço que se abre para esta região contribuir para o equilíbrio dos ecossistemas mundiais. Tais serviços, na visão de futuro dos cenários traçados, ensejariam a possibilidade de a Amazônia deixar para trás as atividades de exportação de recursos naturais, como madeira e minérios, e passar a ser exportadora de serviços ambientais valorizados, e devidamente remunerados.

Um outro condicionante externo mundial é a pressão por maior consciência acerca da necessidade de se preservar o meio ambiente. Esse fato se traduz em maior pressão de outras nações sobre países que, como o Brasil, detêm soberania sobre regiões ainda pouco degradadas, caso da Amazônia, com a finalidade de regular a exploração da natureza, assim como implementar medidas para controlar e administrar os recursos ambientais.

Reduzir o conteúdo de matérias-primas e energéticas e ampliar o conteúdo tecnológico e de conhecimento nos produtos a partir de inovações tecnológicas e de mudanças na estrutura produtiva seria um terceiro condicionante externo de impacto mundial para alterar as relações entre a produção e os recursos naturais e energéticos, reduzindo os coeficientes tanto de um quanto de outra nos produtos, com isso revertendo a tendência de degradar o ambiente, o que favoreceria a Amazônia por ser destaque nesse segmento.

A expansão mundial do turismo e a valorização do ecoturismo, que no início da década de 2000 movimentava cerca de 260 bilhões de dólares por ano, é outra condicionante mundial a favor da Amazônia, principalmente pelo envelhecimento e maior tempo livre da população dos países centrais, com maior renda média, assim como o apelo ao turismo ambiental, do qual esta região poderia sair favorecida. O problema, no entanto, é que o Brasil não dá prioridade a essa atividade até hoje e, nos idos dos anos 2000, a Amazônia, com tudo o que tem a oferecer, usufruía de apenas 0,01% daquele faturamento mundial.

Se essas condicionantes externas do panorama mundial deixam a região sem muita opção para alcançar estágio mais avançado de crescimento e desenvolvimento, outras existem e só dependem da vontade política de agentes nacionais, sejam prefeitos, governadores, ministros ou o presidente da República, assim como os parlamentares, cuja atenção não se volta para as ações com grande potencial de prover crescimento pelo Brasil afora e na Amazônia, particularmente, e aí ficamos a ver navios, pelo menos enquanto o rio Negro tiver calado suficiente para atracação de transatlânticos.

 

Programa de manauara

04 terça-feira abr 2017

Posted by Eustáquio Libório in Crônica

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lazer, Leticia Sofia, Manaus, passeio de barco, rio Negro, Tupé, turismo

N/M Leticia Sofia

No último domingo, dia 2 de abril, a previsão da meteorologia era de tempo nublado com chuva e choveu mesmo. Mas, quem mora em Manaus, pouco está ligando para o tempo e isso já vem desde há muito, afinal, o manauara ainda não aderiu à prática da violência em massa que leva torcidas organizadas a se enfrentarem em estádios ocasionando até mortes, mesmo que um dos astros do MMA internacional, José Aldo, tenha surgido lá pelo bairro Alvorada.

Se Manaus perdeu seus igarapés, parece que a Rede Globo está dando uma mãozinha para tornar as praias nas imediações mais populares

A capital do Amazonas, que lá nos primórdios era recortada por igarapés apropriados para banho e até consumo humano, já os perdeu para os aterramentos feitos com a finalidade de dar lugar a novas vias e aqueles cursos d’água remanescentes no perímetro da cidade estão poluídos e somente em época de enchente grande aparecem moleques com vocação para herói com coragem suficiente – ou desinformados dos riscos – para se entregar a um mergulho.

No mais, a população prefere a praia perene da Ponta Negra, ou aquelas um pouco mais distantes, como Açutuba, Tupé e praia da Lua, para falar nas mais próximas e com acesso por carro ou barco.

Se Manaus perdeu seus igarapés, parece que a Rede Globo está dando uma mãozinha para tornar as praias nas imediações mais populares e empresários com visão começam a faturar em cima do lazer do amazonense oferecendo, a preços populares, viagens de barco para algumas essas praias.

O barco aqui, não se trata das já célebres lanchas “a jato”, popularizadas pela velocidade encurtando o percurso das distâncias amazônicas na navegação e unindo municípios ribeirinhos pelo Amazonas afora. No caso, trata-se de barco grande e no qual o passageiro – ou o turista, conceda-se o título a quem usa esse transporte – usufrui de conforto que lhe assegura fotografar durante toda a viagem sem ser incomodado pelo banzeiro que faz tremer as fotos.

Exemplo dessa opção de turismo com curta duração, é o barco Letícia Sofia, que sai aos domingos às 8h da manhã do porto da Manaus Moderna – proximidades da balsa Amarela – com destino à praia do Tupé, e volta no fim da tarde. Com capacidade para cerca de mil passageiros e preços de até R$ 30 por pessoa, o que não falta é gente interessada em fazer o passeio, mesmo com chuva como ocorreu no último domingo.

É possível que a nova novela da Globo – Força do Querer – até tenha dado uma força, ao se considerar a “descoberta de Manaus” que os atores globais fizeram em suas incursões por Manaus e Belém, com direito a visita de Fiuk a tribo indígena localizada próxima a Manaus. Independente da Globo, porém, o amazonense gosta mesmo é de água, pois até banho chuva é popular por aqui.

Meteorologia à parte, a empresa proprietária do barco deve estar faturando uma boa grana e com lucro apreciável, afinal, a viagem não é longa e, em tempo de crise, preços populares com algum conforto pode ser a solução para quem quer detonar o estresse sem gastar muito ou entrar no financiamento do cartão de crédito.

Serviços perdem força e caem 14% no Amazonas

14 quarta-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Brasil, crise, economia, serviços caem, turismo

No mês de janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu uma boa notícia ao divulgar o desempenho da indústria, na passagem do mês de dezembro de 2015 para janeiro de 2016. Por ali se soube que este segmento da atividade econômica conseguira resultados positivos em oito dos 14 Estados pesquisados pelo IBGE.

Vai por aí os anúncios de cancelamentos de voos internacionais, como o da Transportes Aéreos Portugueses (TAP), que não faz mais a ligação direta entre Manaus e Lisboa, assim como o voo direto para Miami, a ser desativado pela TAM

O Amazonas, no entanto, ficou entre as seis unidades da federação pesquisadas com índice negativo. No período de janeiro de 2015/2016, a baixa na atividade da indústria detectada pelo IBGE atingiu mais de 30%.

O setor de serviços, conforme dados divulgados por aquele instituto na semana passada, por outro lado, não traz boas notícias, embora seja nesse segmento que é gerada a maior parte do produto interno bruto (PIB) do país.

Em janeiro deste ano, comparado com dezembro 2015, a queda no volume de serviços apontada pelo IBGE chega a 5% e o acumulado de 12 meses é negativo em 3,7%.

É evidente que alguns subsetores dos serviços foram mais prejudicados do que outros pela paradeira quase geral da economia. Nos transportes, por exemplo, a queda no volume do serviço de transporte terrestre, em janeiro, foi de 12,1%, no transporte aquaviário a redução caiu pela metade, com 6,5%, mas o transporte aéreo foi o segmento mais atingido com queda no volume de 24,7%.

Embora Amazonas não esteja entre os 12 Estados selecionados pelo IBGE para compor índices de desempenho do turismo e determinados serviços, não deixa de ser perceptível, por aqui, as consequências do mau desempenho do setor, uma vez que, no Brasil, o acumulado de 12 meses é negativo em 1,9%.

Vai por aí os anúncios de cancelamentos de voos internacionais, como o da Transportes Aéreos Portugueses (TAP), que não faz mais a ligação direta entre Manaus e Lisboa, assim como o voo direto para Miami, a ser desativado pela TAM, a partir do próximo mês. Voos domésticos desta companhia, a partir de Manaus para Boa Vista, Rio de Janeiro e Fortaleza também vão ficar fora do ar.

Os serviços ligados ao turismo tiveram queda no volume, em janeiro, de 0,5%, isto considerando os 12 Estados que integram a base de pesquisa do IBGE, sem incluir o Amazonas, mas por aqui a baixa nos serviços também é expressiva como indicam os registros do instituto.

Com baixa no volume dos serviços na faixa de 14% em janeiro deste ano, o Amazonas é o penúltimo colocado entre os Estados da federação e só ganha do Amapá, onde a curva descendente atingiu 19,1% no mesmo período. No acumulado de 12 meses, o Amazonas amarga perdas que atingem 10,4%, também à frente do Amapá, aonde o volume de serviços caiu 12,5% no período assinalado.

Na região Norte, apenas os Estados do Acre (+ 1,4%) e Roraima (+11,2%) tiveram resultados positivos no primeiro mês de 2016.

Além desses dois Estados nortistas, mais cinco outras unidades da federação apresentaram desempenho positivo nos serviços, em janeiro. Foram: Ceará, +0,4%, Alagoas, 6,3%, Mato Grosso do Sul com 3,8%, Brasília com 13,3% e o melhor desempenho ficou com Mato Grosso, cujo setor de serviços cresceu 17,5% naquele mês.

O segmento responsável pela geração de 67% do produto interno bruto brasileiro, como se vê, assim como a indústria, está descendo a ladeira. Embora a indústria, como dizem os dados do IBGE, no comparativo entre janeiro de 2015 e 2016, tenha apenas 12 dos 15 locais onde é feita a pesquisa, pontuando no azul.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 15 e 16/03/2016

Turismo, rota perdida para crescer

13 terça-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Brasil, norte, políticas públicas, turismo

Pesquisa do Ministério do Turismo realizada em novembro de 2015 sobre as intenções do brasileiro viajar nas férias dá indicação de como o Norte do país e, por tabela, o Amazonas, está fora das rotas de quem mora nas sete cidades pesquisadas, que preferem, na maioria dos casos, conhecer outras regiões do país ou mesmo ir para o exterior.

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Realizada pela Fundação Getulio Vargas, a pesquisa intitulada “Sondagem do Consumidor Intenção de Viagem”, a primeira indicação é de que apenas 25,9% dos entrevistados em novembro de 2015 informaram a intenção de viajar nos próximos seis meses.

O Amazonas, por estar na região Norte, é parte dos, digamos, excluídos do circuito brasileiro de turismo interno

Em 2014, esse contingente era de 34,4%. Participaram das entrevistas, por telefone, cerca de 2.000 famílias nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

A contrapartida é o número daqueles que informaram não ter intenção de viajar nos próximos seis meses que aumentou de 62% no mesmo mês de 2014, para 70,4% em 2015. Ao que parece, os efeitos da crise econômica bateu forte e tirou as viagens do orçamento dos brasileiros.

Quanto aos destinos informados pelo universo dos que planejam viajar nos próximos meses, houve um ligeiro crescimento entre os dois períodos. Em 2014, 79,6% planejavam conhecer cidades brasileiras, já em 2015, os que preferem fazer turismo interno são 81,7%. Por outro lados, o contingente das pessoas que preferem fazer viagens ao exterior caiu de 18,7% em 2014, para 13,8% em 2015. Isto pode indicar influência da valorização do dólar ante o real.

Os indecisos, que não decidiram para onde viajar, conforme a pesquisa, são 4,5%. Conhecer as demais regiões brasileiras é onde o Norte perde terreno e o Amazonas também. A pesquisa da FGV diz que 40,6% vão para o Nordeste, 32,4% preferem o Sudeste, Sul tem 19,6%, Centro-Oeste 5,3% e o Norte, na lanterna, tem a preferência de apenas 2,1%.

O Amazonas, por estar na região Norte, é parte dos, digamos, excluídos do circuito brasileiro de turismo interno, embora o último perfil traçado pela Empresa Estadual de Turismo, datado de 2011, informe que dos 755.058 turistas que visitaram o Amazonas naquele ano, 400.466, ou 53%, são originários de outros Estados brasileiros. De acordo com a Amazonastur, o crescimento do fluxo de turistas entre 2010 e 2011 foi de 12%.

Em 2011, o Estado que mais teve emissão de turistas com destino ao Amazonas foi São Paulo com 134.176, seguido de Rio de Janeiro, com 40.181 e Distrito Federal com 31.536. Minas Gerais emitiu 18.443 para o Amazonas.

É de se questionar o que é feito, ou, talvez, o que se deixa de fazer com o objetivo de atrair mais visitantes para o Amazonas, o qual, de acordo com a legislação em vigor, tem até um fundo destinado a incentivar o turismo, só que o Fundo de Fomento ao Turismo e a Interiorização do Desenvolvimento também direciona recursos para infraestrutura.

As políticas públicas que deveriam reger o desenvolvimento do turismo no Estado do Amazonas parecem se diluir, assim, com iniciativas que nem sempre visam alavancar a atividade turística por aqui. Por fim, cabe registrar que o contingente de turistas que aflui para o Rio de Janeiro apenas para passar o Réveillon, cerca de 800 mil, muito se assemelha à quantidade dos que visitam o Amazonas durante todo o ano.

Publicação no Jornal do Commercio em 05/01/2016 e Portal do Holanda em 04/01/2016

ZFM prorrogada, “e agora José?”

14 quinta-feira ago 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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50 anos, alternativas, Amazonas, artesanato, biodiversidade, conservação, gás, mineral, petróleo, potencialidade, prorrogação, turismo, vocação, ZFM, Zona Franca de Manaus

Munguba

Biodiversidade é potencial a ser aproveitado

A prorrogação da Zona Franca de Manaus, materializada com a promulgação da emenda constitucional no último dia 5, reviveu alguns questionamentos antigos, além de trazer outros que, se não são novos, estão há menos tempo na mídia e, às vezes, nas pautas de autoridades do governo e de políticos sem maiores consequências.

Se empresários reclamavam do horizonte inferior a 10 anos vislumbrado até a aprovação da prorrogação, agora perdem esse argumento contra a inversão de recursos no Polo Industrial de Manaus (PIM) e podem, caso queiram e lhes seja conveniente, investir com a perspectiva de 60 anos para maturar e obter retorno do capital investido.

A situação das vias do Distrito Industrial é emblemática do pouco caso com o qual a infraestrutura ligada às indústrias, que em 2013 faturaram mais de R$ 80 bilhões, é (mal)tratada.

No entanto, do outro lado, o setor público, nas três esferas de governos, não podem mais se limitar à propaganda e às promessas que nada acrescentam às deficitárias infraestrutura e logística existentes no Amazonas, que abrangem desde as precárias condições das estradas e rodovias municipais, interestaduais e mesmo internacional, como a BR-174 e a em parte intrafegável BR-319, passando, ainda, pela energia, internet e telefonia móvel, além da ausência de hidrovias sinalizadas, sem esquecer dos portos.

A situação das vias do Distrito Industrial é emblemática do pouco caso com o qual a infraestrutura ligada às indústrias, que em 2013 faturaram mais de R$ 80 bilhões, é (mal)tratada. A situação da avenida Buriti, onde buracos viram crateras e nada é feito para resolver a situação, deixa transparecer essa falta de atenção com itens estruturais que findam por elevar o custo de produzir no polo de Manaus, sem falar no risco de trafegar em vias esburacadas. Já não é novidade carretas tombarem nessas vias e os consequentes prejuízos.

A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), por outro lado, perde força por depender de decisões tomadas na Esplanada dos Ministérios e iniciativas como a do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), com potencial para aproveitar uma das maiores potencialidades da região, a biodiversidade, ainda não emplacou, assim como o CT-PIM, criado para impulsionar a tecnologia, está em situação similar.

As seis décadas disponibilizadas à Zona Franca de Manaus devem começar, de imediato, a ser aproveitadas para corrigir estas falhas e, ao mesmo tempo, planejar e implementar projetos que venham interiorizar a distribuição de riqueza no Amazonas.

O Estado, dividido em quatro mesorregiões, concentra na mesorregião Centro, onde está o polo de indústria incentivado e a província petrolífera de Urucu, 93,2% do produto interno bruto (PIB). Nessa região estão 78% da população do Amazonas.

Desta forma, às outras três regiões – Norte, Sudoeste e Sul – sobram pífios 6,8% do PIB para 22% da população do Amazonas.

É o momento de desenvolver potencialidades como indústria petroquímica e de gás, sim, mas também outras já incipientes como cosméticos, polo naval e oleiro, a própria biodiversidade, o setor mineral, sem esquecer do turismo e do artesanato regional.

Em 47 anos do modelo ZFM quase nada foi feito neste sentido. O comércio de importados veio e se foi, o distrito agropecuário está aí, quase parado. Resta fazer como o poeta e perguntar: “E agora José? José para onde…”

Publicação no Jornal do Commercio em 12/08/2014

Ar de cidade cosmopolita e a violência

02 sábado ago 2014

Posted by Eustáquio Libório in Crônica

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Arena da Amazônia, Índia, Bar do Armando, copa do mundo, estrangeiro, futebol, inglês, largo de São Sebastião, Singapura, turismo

O resultado do jogo entre Itália e Inglaterra todo mundo já sabe, agora outras coisas que os ingleses fizeram, ou não fizeram, enquanto estavam em Manaus ainda estão por ser mais divulgadas, como, por exemplo, se o príncipe Harry esteve mesmo na capital do Amazonas.

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É tão certo que ele aqui aportou, que até passeio de barco ele fez pelo rio Negro, mas, devido ao calor, se sentiu mal e teve quer ser atendido por um médico, ou médica, como querem alguns.

O que se sabe com certeza é que um cavalheiro inglês tirou a roupa e fez pipi em plena Arena da Amazônia. Como os ingleses parecem ter medo de calor, deve ter tirado a roupa por essa causa, o restante foi causado por necessidade fisiológica, afinal, se o torcedor paga uma grana alta pelo ingresso, ele não vai querer perder um lance do jogo, embora no caso presente, além do lance, deve ter perdido a vergonha.

Porém, Manaus está uma festa só, em função dos jogos da Copa de 2014, independente de o Brasil jogar ou não, os espaços públicos onde há transmissão dos jogos e eventos culturais têm sido tomados pelas pessoas que querem ver os jogos e se divertir com algo a mais, como na Ponta negra e no largo de São Sebastião.

O que se sabe com certeza é que um cavalheiro inglês tirou a roupa e fez pipi em plena Arena da Amazônia

Neste domingo, quem se deu ao trabalho de ir ao largo deve ter se surpreendido com a diversidade de países ali representados por pessoas que vieram a Manaus embaladas pelos jogos da Copa do Mundo.

Se o manauense não sentiu muita diferença na cidade nos últimos tempos, quem veio de fora pôde perceber a riqueza cultural da cidade pelos eventos disponíveis nos vários espaços públicos, além das atrações turísticas que, em última instância, são peculiares à Amazônia.

Se no largo de São Sebastião estava fácil encontrar, sentados no mesmo banco, um natural de Cingapura, um inglês e um indiano, mais difícil era a comunicação para quem não fala nada de inglês.

Talvez esta seja uma das explicações para aproximar as três pessoas nessa situação, já que o único a ‘arranhar’ o português, misturado com espanhol, era o cingapuriano, que contou ser casado com colombiana. Tirando o calor, não reclamaram da cidade e disseram ter-se surpreendido, no bom sentido, com Manaus.

Ver o largo lotado de pessoas de outros países dá um ar cosmopolita à cidade, assim como aconteceu em alguns shoppings centers e, como não podia deixar de ser, na região do porto da Manaus Moderna. Ali, cada lancha que saía tinha boa parte da lotação feita por turistas estrangeiros embevecidos pelo tamanho e a cor das águas do Negro, principalmente nesta época do ano e em domingo como o do dia 15, com muito sol.

O registro negativo nessa primeira Copa do Mundo da qual Manaus sedia jogos fica por conta da violência, apesar das ações de segurança. Só no dia do primeiro jogo do Brasil, entre acidentes de trânsito e mortes violentas foram registrados dez casos, enquanto no último fim de semana os registros do IML dão conta de 13 mortes. Quase normal.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 17/06/2014

Festa juninas, rio cheio e Copa do Mundo

31 quinta-feira jul 2014

Posted by Eustáquio Libório in Crônica

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Arena da Amazônia, água, bumbás, cangaços, canoa, cirandas, festejos juninos, junho, Manaus, namorado, Ponta Negra, quadrilhas, rio Negro, santo Antonio, turismo

O fenômeno da enchente nos rios amazônicos é oportunidade para se admirar, mais ainda, as belezas naturais, e outras nem tanto, que cercam Manaus, mesmo sem as praias naturais, de rio, e principalmente do rio Negro com suas areias brancas.

Em um passeio pelo entorno da cidade, preferencialmente de barco, já dá para sentir as mudanças ocorridas nesta época do ano, apesar dos malefícios trazidos pelas águas para quem vive às margens de rios e igarapés.

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Os dias de junho, com todo esse sol e os atrativos da região bem mereceriam o título que Carlos Drummond de Andrade deu a uma de suas obras, o livro de crônicas “Os Dias Lindos”.

Mas junho não é só a beleza das águas transbordantes do rio Negro, é também o mês das festas populares, que, por aqui, já foram juninas e, seja por causa dos bumbás de Parintins ou por motivos diferentes, foram praticamente transferidas para o mês de julho, apesar de serem juninas tanto na coreografia quanto na gastronomia, esta, aliás, a melhor parte.

Vai longe a época em que as danças folclóricas eram coisas de amador, com apresentações de pessoas que participavam pelo simples espírito de diversão, pela brincadeira em si

Os festejos juninos, com suas quadrilhas, cirandas, cangaços, bumbás entre outras tantas e tão famosas servem para um propósito nem sempre explícito que é o de integrar e unir pessoas aficionadas a essas farras, no bom sentido, claro.

No entanto, vai longe a época em que as danças folclóricas eram coisas de amador, com apresentações de pessoas que participavam pelo simples espírito de diversão, pela brincadeira em si e, por que não, pelas moças e rapazes com os quais passavam a conviver nesse período e, com grande frequência, por período bem maior depois das festas juninas.

É nessa parte da história que entra em cena um santo português que fez nome na Itália, onde foi parar por acaso, ou melhor, levado, literalmente, pelos ventos, naquele tempo, lá pelo século XI, quando as velas e os remos eram a força motriz de navios pelos mares-oceanos do mundo.

Conhecido como protetor dos pobres e dos namorados, Santo Antonio nasceu Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, em Lisboa, no ano de 1195 e, aos 27 anos, se tornou franciscano. Resolveu ir pregar na Espanha, mas foi nessa ocasião que os ventos, em vez de encaminhá-lo ao país vizinho na península Ibérica, findou por depositá-lo em terras italianas.

Antonio radicou-se em Pádua, na região de Vêneto, nordeste da Itália, de onde, mais tarde, tomou emprestado o nome que o tornou famoso pelo mundo cristão, principalmente na Itália, França, Portugal e Brasil.

Após ser chamado pelo papa Leão 13 de “Santo do mundo inteiro” ficou conhecido por seus devotos como Santo Antonio de Pádua, em homenagem à cidade universitária italiana.

Voltando à nossa cidade, pode-se dizer que, se as velas e rezas a Santo Antonio, o santo casamenteiro, são manifestações de fé mais reservadas, não é o que acontece, por exemplo, com a procissão fluvial de São Pedro, nas ensolaradas tardes do fim do mês de junho, quando pescadores e boa parte da população manauara vai de barcos ou acompanha a procissão da orla da cidade.

Junho, em Manaus, é tudo isso e mais a Copa do Mundo que, neste ano, tomou a Arena da Amazônia para os jogos, além de se apossar da Ponta Negra para eventos culturais.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 10/06/2014

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