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Cenários desvirtuados

10 terça-feira jul 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazônia, Amazonas, crescimento, infraestrutura, políticas públicas, zona franca

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Uma das premissas para se trabalhar com planejamento é a possibilidade de acompanhar o desenrolar das atividades projetadas a fim de, caso necessário, fazer mudanças que coloquem a atividade, a ação, o negócio ou mesmo o desenvolvimento de uma cidade, estado ou país em harmonia com as metas fixadas, a fim de que os recursos, sempre escassos, possam ser utilizados de forma a proporcionar o melhor benefício possível.

No início do século 21, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), como era denominado o atual Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), publicou um trabalho que contemplava a Amazônia com diagnóstico sobre a conjuntura regional e oferecia a perspectiva de que a região poderia, a partir do ano 2000, atingir um dos cenários projetados ao fim da segunda década do milênio.

O primeiro cenário, batizado como de “Desenvolvimento Sustentável”, previa uma Amazônia “próspera, fortemente integrada e com intenso comércio com o resto do País e exportações ampliadas para o mundo.” A realização desse cenário considerava o protagonismo a ser exercido pelo Polo Industrial de Manaus (PIM), uma vez que esse dinamismo seria suportado pela produção de bens de consumo, equipamentos e componentes microeletrônicos, de informática e telefonia. Assim, o desenvolvimento da região estaria interiorizado, criando postos de trabalho e alavancando os indicadores sociais.

O cenário seguinte é o de “Desenvolvimento Regional e Qualidade de Vida”, onde sobressairiam atividades novas como a bioindústria, combinados, por exemplo, com a de equipamentos e componentes microeletrônicos, além da ampliação de setores tradicionais como a indústria de bens de consumo duráveis e não-duráveis, com os mesmos resultados já listados no primeiro cenário.

“Crescimento e Degradação Ambiental” é um cenário menos otimista e a Amazônia aí é vista como região de crescimento médio e os segmentos com melhores retornos são a indústria de eletro-intensivos, metal-mecânica, agropecuária, agroindústria, beneficiamento de madeira e turismo. O desempenho da região, nesse cenário, não consegue eliminar a pobreza, além de um alto custo quanto ao meio ambiente, degradado com a utilização de tecnologias inapropriadas.

O quarto e último cenário, “Estagnação e Pobreza”, já dá bem a medida do que poderia acontecer com uma Amazônia que se manteria com a exportação de produtos derivados de recursos naturais renováveis e não-renováveis. “O espaço regional”, diz o estudo, “é desarticulado e as atividades dinâmicas são concentradas em poucos polos.” Resultado: pobreza e meio ambiente degradado.

O enunciado acima é parte do estudo Macrocenários da Amazônia 2000-2020 e oferece uma boa base para refletirmos acerca do que é e o que pode vir a ser a Amazônia, além de incluir o Polo Industrial de Manaus como uma das forças necessárias para o crescimento e desenvolvimento regional, fato que reforça a percepção do modelo Zona Franca de Manaus como fator primordial no crescimento do Amazonas e das outras regiões sob a jurisdição da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

No entanto, a integração da Amazônia ao resto do país ainda deixa muito a desejar e, no caso do Amazonas, e particularmente de Manaus, pela importância de seu parque industrial, a situação é mais precária sem ter por onde se abastecer ou escoar os produtos made in ZFM por via terrestre. Em um país que lá atrás, meados do século 20, fez a opção de privilegiar o modal rodoviário, a capital do Amazonas está isolada dos grandes centros consumidores do país, com as consequências drásticas daí advindas.

Voltando ao que dizíamos sobre a necessidade de planejar, pode-se afirmar que as poucas políticas públicas voltadas para dotar o país da infraestrutura necessária para dar suporte ao crescimento da economia são deixadas pelo caminho ao gosto do administrador público de plantão e para desgosto da sociedade. Sem isso, o país parar, como os caminhoneiros fizeram no último mês de maio, é apenas uma das muitas mazelas que devem ser enfrentadas.

Turismo, rota perdida para crescer

13 terça-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Brasil, norte, políticas públicas, turismo

Pesquisa do Ministério do Turismo realizada em novembro de 2015 sobre as intenções do brasileiro viajar nas férias dá indicação de como o Norte do país e, por tabela, o Amazonas, está fora das rotas de quem mora nas sete cidades pesquisadas, que preferem, na maioria dos casos, conhecer outras regiões do país ou mesmo ir para o exterior.

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Realizada pela Fundação Getulio Vargas, a pesquisa intitulada “Sondagem do Consumidor Intenção de Viagem”, a primeira indicação é de que apenas 25,9% dos entrevistados em novembro de 2015 informaram a intenção de viajar nos próximos seis meses.

O Amazonas, por estar na região Norte, é parte dos, digamos, excluídos do circuito brasileiro de turismo interno

Em 2014, esse contingente era de 34,4%. Participaram das entrevistas, por telefone, cerca de 2.000 famílias nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

A contrapartida é o número daqueles que informaram não ter intenção de viajar nos próximos seis meses que aumentou de 62% no mesmo mês de 2014, para 70,4% em 2015. Ao que parece, os efeitos da crise econômica bateu forte e tirou as viagens do orçamento dos brasileiros.

Quanto aos destinos informados pelo universo dos que planejam viajar nos próximos meses, houve um ligeiro crescimento entre os dois períodos. Em 2014, 79,6% planejavam conhecer cidades brasileiras, já em 2015, os que preferem fazer turismo interno são 81,7%. Por outro lados, o contingente das pessoas que preferem fazer viagens ao exterior caiu de 18,7% em 2014, para 13,8% em 2015. Isto pode indicar influência da valorização do dólar ante o real.

Os indecisos, que não decidiram para onde viajar, conforme a pesquisa, são 4,5%. Conhecer as demais regiões brasileiras é onde o Norte perde terreno e o Amazonas também. A pesquisa da FGV diz que 40,6% vão para o Nordeste, 32,4% preferem o Sudeste, Sul tem 19,6%, Centro-Oeste 5,3% e o Norte, na lanterna, tem a preferência de apenas 2,1%.

O Amazonas, por estar na região Norte, é parte dos, digamos, excluídos do circuito brasileiro de turismo interno, embora o último perfil traçado pela Empresa Estadual de Turismo, datado de 2011, informe que dos 755.058 turistas que visitaram o Amazonas naquele ano, 400.466, ou 53%, são originários de outros Estados brasileiros. De acordo com a Amazonastur, o crescimento do fluxo de turistas entre 2010 e 2011 foi de 12%.

Em 2011, o Estado que mais teve emissão de turistas com destino ao Amazonas foi São Paulo com 134.176, seguido de Rio de Janeiro, com 40.181 e Distrito Federal com 31.536. Minas Gerais emitiu 18.443 para o Amazonas.

É de se questionar o que é feito, ou, talvez, o que se deixa de fazer com o objetivo de atrair mais visitantes para o Amazonas, o qual, de acordo com a legislação em vigor, tem até um fundo destinado a incentivar o turismo, só que o Fundo de Fomento ao Turismo e a Interiorização do Desenvolvimento também direciona recursos para infraestrutura.

As políticas públicas que deveriam reger o desenvolvimento do turismo no Estado do Amazonas parecem se diluir, assim, com iniciativas que nem sempre visam alavancar a atividade turística por aqui. Por fim, cabe registrar que o contingente de turistas que aflui para o Rio de Janeiro apenas para passar o Réveillon, cerca de 800 mil, muito se assemelha à quantidade dos que visitam o Amazonas durante todo o ano.

Publicação no Jornal do Commercio em 05/01/2016 e Portal do Holanda em 04/01/2016

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