
Os bancos só podem existir enquanto tiverem a confiança de seus clientes. Na economia, pode-se afirmar que o aquecimento ou desaquecimento da atividade econômicos depende, em grau elevado, das expectativas, assim como da confiança de que determinado país tem situação jurídica, fiscal, entre outras, a proporcionar segurança ao investidor.
No Brasil, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), a confiança se mantém no patamar de 64,5 pontos, conforme divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apesar de, na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, ter caído 0,2 pontos. Na série histórica, o nível atual se mantém acima do pico ocorrido em outubro de 2013, quando atingiu 58,1, e de fevereiro de 2018, quando chegou a 58,8 pontos.
No Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), valores acima de 50 pontos indicam confiança dos investidores. A conclusão que se pode ter a partir desses dados é de que o segmento industrial mantém a confiança no país, e nos negócios, em curva ascendente.
Na semana passada, o governo federal efetivou o leilão de concessão de uma dezena de aeroportos. A estimativa era de arrecadar cerca de 220 milhões de reais, qual não foi a surpresa das autoridades do setor aeroportuário com o valor efetivamente oferecido pelas organizações para obter a concessão, que ultrapassou em mais de dez vezes o montante estimado pelo governo e atingiu 2,37 bilhões de reais.
Em 2018, um ano no qual as expectativas iniciais mais otimistas se viram frustradas, as multinacionais enviaram às suas filiais com operações no Brasil, por meio de empréstimos, cerca de 32 bilhões de dólares, algo próximo de 123 bilhões de reais, dos quais dois terços direcionados à indústria. Os recursos, em sua maior parte, devem bancar operações já existentes e as sobras, caso existam, ainda podem obter ganhos com operações financeiras no país.
No que diz respeito a investimentos, o indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informa que 2019 começou bem, tanto que, em janeiro, em relação ao mês de dezembro de 2018, houve alta de 1,3%, com ênfase para importação de máquinas e equipamentos destinados ao segmento de petróleo. Segundo o Ipea, esse desempenho dá um corte nos dois meses consecutivos anteriores, nos quais o indicador acumulou perdas de 3,3%. Na comparação com igual mês de 2018, a expansão é positiva em 5,8% sobre janeiro do ano passado.
Cabe ainda o registro de que, nesta segunda-feira, 18 de fevereiro, a B3/Bovespa atingiu o nível histórico de 100 mil pontos sem que os analistas acreditem que os papéis ali negociados tenham atingido seu teto, isto é, que os preços das ações já teriam atingido o maior preço.
As informações acima não podem ter outro rótulo que não o de otimismo, cauteloso é bem verdade, mas não dá para interpretar de outra maneira, embora segmentos políticos vejam outros espectros a fazer visagem pela economia brasileira. Faz parte do jogo, desde que os jogadores sigam as regras.
Se há otimismo no país, então há mais motivos para que se façam a reformas das quais tanto o Brasil necessita, entre as quais, vale sempre enfatizar, a da Previdência, sem descartar o desmonte do cipoal legislativo sobre tributos que torna a vida empresarial mais cara, trabalhosa e, mesmo assim, a arrecadação dos tributos, ou o desempenho de quem governa, não permite que o contribuinte tenha a contrapartida pela qual é obrigado a pagar.