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Mulheres a menos e jovens a mais

13 quarta-feira ago 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, crescimento, densidade demográfica, educação, faixa etária, governo, jovem, mulher, população, prioridade, saúde

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já há algum tempo mantém em seu site uma aplicação similar ao Impostômetro. Se este mostra ao brasileiro quanto ele paga de tributos a todo momento, o software do IBGE calcula o crescimento da população brasileira e projeta diversas situações para o futuro.

De acordo com o site do IBGE, no dia 6 de julho, a estimativa era de que o Brasil tinha 202,8 milhões de habitantes e, a cada 18 segundos, informa a aplicação, nasce um brasileiro. No Amazonas, com população de 3,87 milhões, são necessários  oito minutos para vir à luz mais um amazonense, em que pesem as taxas de crescimento, já que a do Amazonas é mais que o dobro, 1,73, que a média brasileira de 0,86.

Dos dados elencados pelo IBGE fica claro que o contingente jovem da população do Amazonas deveria estar à frente nas prioridades que governos do Estado e dos municípios deveriam dar a este segmento

Um dado do IBGE, no entanto, desfaz a crença de que no Amazonas existem mais mulheres do que homens. Contrariando a média brasileira, que em 2000 apresentava 49,68% de homens contra 50,32% de mulheres, por aqui a equação populacional se invertia naquele ano com 50,72% de homens, contra 49,28% de mulheres.

Os números exibidos pela aplicação do IBGE para 2014 demonstram uma tendência, ainda que pequena, de manter equilíbrio entre homens e mulheres indicando, no Brasil, a existência 49,40% de homens contra 50,60% de mulheres, enquanto no Amazonas caiu para 50,52% de homens e 49,48% de mulheres.

Outro dado que chama a atenção é a concentração da população do Amazonas na faixa etária de 10 a 14 anos. Se em 2000 o Brasil concentrava 30,04% da população nessa faixa etária, no Amazonas o mesmo estrato populacional era de 39,35%. Em 2014, a concentração nesta faixa caiu para 23,66% da população brasileira, enquanto no Amazonas baixou para 31,96%.

Com isto se estreitou a diferença na concentração de pessoas na faixa de 10 a 14 anos entre o Brasil, no geral, e no Amazonas, tanto é assim que essa diferença, no ano 2000, era de 9,31 pontos percentuais e em 2014 cai para 8,30 pontos.

O comparativo entre a população brasileira e a do Amazonas, em particular, para quatro faixas etárias entre 15 e 34 anos demonstra que o percentual do Brasil só começa a ser maior do que o do Amazonas a partir da faixa de 30 anos, tanto na população masculina quanto na feminina, conforme é explicitado a seguir:

       Amazonas                       Brasil

                                  Homens   Mulheres   Homens   Mulheres   

15 a 19 anos

5,37%

5,25%

4,33%

4,20%

20 a 24 anos

4,90%

4,79%

4,30%

4,21%

25 a 29 anos

4,51%

4,45%

4,38%

4,34%

30 a 34 anos

4,20%

4,19%

4,27%

4,28%

Dos dados elencados pelo IBGE fica claro que o contingente jovem da população do Amazonas deveria estar à frente nas prioridades que governos do Estado e dos municípios deveriam dar a este segmento. Tais prioridades passam, necessariamente, pela saúde e pela educação, ambas bem maltratadas desde há muito por quem vem administrando o Estado há pelo menos três décadas, embora não se possa negar alguma melhoria.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 15/07/2014

Cascas de tucumã e festival de destempero

25 sexta-feira jul 2014

Posted by Eustáquio Libório in Crônica

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Tags

administração, amazonense, destempero, Habib's, mulher, peixe, preconceito, tucumã

tucumaComer tucumã e peixe é coisa de amazonense, assim como o gaúcho prepara e saboreia seu delicioso churrasco, sem dispensar o chimarrão, o amazonense prefere fazer um peixe moqueado, assado na brasa, temperado com chicória, limão, pimenta, se possível já devidamente apurada em molho de tucupi, sem esquecer a farinha do Uarini.

Moqueado… essa é a palavra. Vem de moquém e, em tupi, significa que o peixe foi assado sobre uma grelha feita de varas, o moquém, envolto em folhas que podem ser de bananeira. Dar o ponto no peixe assim assado é arte que poucos dominam e muitos se metem a fazê-lo, mesmo que não precisem desse moquém rudimentar e usem uma churrasqueira para o mesmo fim: assar um peixe.

Esse hábito sadio de assar e comer peixe foi xingado preconceituosamente por uma senhora, digamos assim, que perdeu as estribeiras. Estribeiras, todo mundo sabe, vem de estribo, utensílio que serve para arrear animais de quatro patas como o cavalo, sua fêmea, a égua, também a vaca e o boi, entre outros animais que, na semana passada, foram insultados, já não pela “senhora do Habib’s”, mas por alguns amazonenses mais exaltados que a compararam com essas fêmeas quadrúpedes. Os animais não mereciam tamanha ofensa.

É que esses moços e moças, ou nem tanto, ficaram muito ofendidos, indignados até, pelo palavreado da “senhora do Habib’s”, não por ela ter chamado os amazonenses de índios que só sabem comer peixe e descascar tucumã.

O insulto ficou por conta de tachar a linda cidade de Manaus de “uma bosta”. Se foi assim, essa bosta a acolheu muito bem e era onde, até a fatídica quinta-feira, 13, ela ganhava a vida como gerente, diz ela, de uma loja que pode ser no shopping Ponta Negra

Mas a “senhora do Habib’s”, foi mais longe, afirmou que os amazonenses, é isto aí, generalizou, não sabem quem são seus pais, que são todos filhos de mães solteiras, as quais gostam de usufruir da vida fácil e de companhias variadas.

Muito bem treinada, a “senhora do Habib’s”, também tomou ares de executiva ao dar treinamento aos pobres rapazes do Habib’s, que, estatelados ante tamanha celebridade a lhes ministrar aulas de administração, bom atendimento, vendas e até, quem sabe, de marketing, nada disseram e muito aprenderam.

Se até aquele dia não sabiam quem eram seus amados pais, ficaram sabendo e tomaram conhecimento, também, que ser índio, comer peixe e dominar a excelente e difícil arte de descascar um saboroso e suculento tucumã, daqueles bem amarelo-laranja, quase vermelho, era coisa errada lá pelas bandas de onde a destrambelhada veio, ou quem sabe, de onde foi passar umas férias e voltou, duas semanas depois, com sotaque do interior de São Paulo.

Os rapazes, estatelados, no sentido de surpreendidos, espantados, ficaram a ouvir a preleção didática da “senhora do Habib’s” que lhes explicou, usando termos técnicos como “k-ralho” e “seus merdas”, que os leitores me perdoem os palavrões, como se fazia o atendimento na loja onde ela, “há muito tempo” era gerente. Parece que mesmo sendo gerente há tanto tempo, ela não passou disso.

Por fim, o descontrole total e mais um festival de palavrões, dos quais não posso poupar os leitores, para terminar com a alegação: “Eu estou pagando, não estou pedindo, nem roubando… mas vocês só sabem comer poha de peixe e descascar k-ralho de tucumã, seus índios filhos da p…”. E teve gente defendendo tal figura.

Bom mesmo, nessa presepada toda, é que Celdo Braga se inspirou para compor o “Cordel da mulher malcriada”. Dez para Celdo, zero para a destrambelhada.

C’est la vie.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. de 18/03/2014

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