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Crescimento da população e miséria

26 terça-feira maio 2015

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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miséria, natalidade, população, subdesenvolvimento

Há um postulado na ciência econômica segundo o qual os recursos são escassos e as necessidades ilimitadas, enquanto, há pouco mais de dois séculos, um jovem economista inglês, então com 32 anos, percebeu que o crescimento da população acontece em progressão geométrica, mas a expansão dos meios de subsistência ocorre em progressão aritmética.

Escrito em 1798, o “Ensaio sobre a população” de Thomas Robert Malthus, descortina um panorama no qual o economista e sacerdote da Igreja Anglicana conclui que é impossível ao homem ser feliz nesta vida.

Escrita em um período no qual seu país estava em plena Revolução Industrial, a obra malthusiana está inserida em um contexto onde a população agrícola inicia a migração para as cidades, que oferecem oportunidade de trabalho nas indústrias nascentes, com as novas invenções a potencializar a criação de riqueza, quase nunca direcionada ao trabalhador.

A argumentação de Malthus é de que o crescimento da população, à sua época, era atenuada pela alta taxa de mortalidade, além de limitações aos nascimentos, como a miséria.

Desde então, a população mundial só cresceu, alavancada pelos progressos nas ciências, incluída a medicina, assim como pelas inovações tecnológicas que ampliaram sobremaneira a produção agrícola e a agroindústria. Se em 1800 a população da Terra chegou ao primeiro bilhão, no entanto, o mundo levou pouco mais de 200 anos para atingir a cifra de 7 bilhões de almas, em 2011.

Um levantamento do Banco Mundial com dados de 2007, informa que os 13 países mais populosos do planeta, China (1,32 bilhão de habitantes), Índia (1,13 bilhão) e os Estados Unidos (301 milhões) somam 39,3% da população mundial.

O que os diferencia é que a renda per capita nos EUA é de US$ 47.084, com taxa de crescimento populacional de 0,98%, enquanto na China a renda per capita equivale a US$ 4.393 e a população cresce à taxa de 0,47%. Na Índia a renda per capita é de US$ 1.477 e taxa de crescimento demográfico é de 1,41%.

Dos três, apenas os EUA é um país desenvolvido. A queda na taxa de natalidade na Índia é produto de política de controle dos nascimentos, enquanto na Índia a expansão dos nascimentos é responsável miséria em boa parte do país.

Um estudo publicado em 2013 pelo engenheiro mineiro José Olavo Mourão Alves Pinto, sob o título “O Direito de Bem Nascer” traça diagnóstico sobre as causas da pobreza e projeta o futuro não só do Brasil, mas do planeta, caso a população não seja estabilizada.

O Brasil, com 190 milhões de habitantes naquele ranking dos 13, aparece com renda per capita de US$ 10.710, taxa de natalidade de 1,20% e é o quinto colocado, atrás, além dos três países já citados, mais a Indonésia.

Com pouco menos de 10 milhões de habitantes em 1872, no primeiro censo realizado no país, em 1950 já éramos 52 milhões. Ao atingir 169,8 milhões de habitantes no ano 2000, a população brasileira cresceu, em 50 anos, 227%.

No país há cerca de 2,1 milhões de nascimentos por ano e uma política de planejamento familiar que ninguém conhece e onde isso só praticado pelos que têm maior nível de educação e renda, o Brasil vive uma epidemia de gravidez na adolescência, fato que contribui, nas palavras do médico Drauzio Varella, para o empobrecimento da família, uma vez que o nascimento de um bebê nessa idade tira a jovem da escola e empobrece a família.

Enquanto isso, políticas de inclusão social sem fiscalização da porta de saída para uma vida mais digna, como exigir e fiscalizar que os beneficiados aprendam um ofício e frequentem a escola, se tornam cabos eleitorais de quem dirige o Brasil.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda 31/03/2015

PIB rico, população pobre

19 terça-feira ago 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Careiro da Várzea, emprego, indústria, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manaus, migração, Novo Airão, PIB, PIB per capita, pobreza, população, Presidente Figueiredo, Região metropolitana de Manaus, renda, Rio Preto da Eva, RMM, ZFM, zona franca

Dinossauro em praça de Novo Airão

Dinossauro em praça de Novo Airão

A criação da Região Metropolitana de Manaus, que envolve, além da capital mais sete municípios, Iranduba, Manacapuru, Novo Airão, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Careiro da Várzea e Presidente Figueiredo, só se justifica com a efetiva alavancagem que a atividade econômica praticada em Manaus possa vir a dar aos demais municípios que a compõem, seja com a expansão do setor industrial para essas áreas ou com a implementação de suas vocações econômicas, preferencialmente com as cautelas cabíveis quanto à preservação do meio ambiente.

A cidade-estado que é Manaus não pode mais continuar a ser o polo de atração da população dos municípios em busca de emprego e renda na capital. A comparação do desempenho da economia de Manaus com os municípios da RMM mostra porque existe essa atração.

A comparação quanto ao produto interno bruto (PIB), no entanto, indica a penúria sob a qual vivem os municípios do Amazona

Para começar, enquanto a população da RMM totaliza 2,36 milhões de pessoas, a capital acolhe, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 1,98 milhão, o que equivale a 85,58% do total da área metropolitana.

Em contraposição, porém, pode-se afirmar que a área ocupada por Manaus representa pouco mais do que 11% dos 101,47 mil quilômetros quadrados da região metropolitana.

Tal fato explica a alta densidade demográfica da capital do Estado do Amazonas, superior a 173 habitantes/km2 em contraste com os demais municípios que apresentam índices bem mais modestos. O Iranduba, por ser, depois da inauguração da ponte Rio Negro, quase um bairro de Manaus, é o que tem a maior densidade demográfica, com 20,1 habitantes/km2, mesmo assim esse valor é quase nove vezes inferior à densidade demográfica de Manaus.

Novo Airão, localizado a 115 quilômetros da capital, tem a menor densidade demográfica entre os oito municípios, com apenas 0,44 habitante/km2, em que pese a facilidade de acesso tanto por rodovia quanto por via fluvial, além da vocação para o turismo, sem falar na atividade madeireira que, a exemplo de Itacoatiara, já foi forte em Airão, voltada para a construção de barcos regionais.

A comparação quanto ao produto interno bruto (PIB), no entanto, indica a penúria sob a qual vivem os municípios do Amazonas. Tal fato deve ser enfatizado, pois os municípios da RMM são os mais próximos da capital.

O PIB das oito unidades municipais, conforme publicação da Seplan/AM “Perfil da Região Metropolitana de Manaus” registra R$ 54,25 bilhões, com base em 2011, para a soma dos oito municípios. Manaus, com R$ 51,02 bilhões, deixa para os outros sete integrantes da RMM o montante de R$ 3,22 bilhões.

É assim que a estatística consegue mostrar o PIB per capita na região metropolitana de R$ 25,31 mil. Bem maior que os R$ 19,51 mil da média brasileira para o ano de 2011. Quer dizer, o manauense está bem de vida, ou quase, com o PIB per capita de R$ 27,85 mil.

Quando a análise leva em consideração o PIB per capita dos demais municípios, a coisa muda de figura. O mais bem aquinhoado, Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros da capital, registra R$ 15,92 mil, mas Novo Airão, o mais pobre, só aparece com R$ 5,22 mil.

Se nos municípios da RMM a situação é esta, dá para entrever a quantas anda a penúria no interior do Amazonas, apesar, ou talvez por causa, das bolsas isso e aquilo que se distribui sem oferecer melhores condições na educação, para ficar em um único item, do que deveriam ser as prioridades a favor da população.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 19/08/2014

Mulheres a menos e jovens a mais

13 quarta-feira ago 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, crescimento, densidade demográfica, educação, faixa etária, governo, jovem, mulher, população, prioridade, saúde

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já há algum tempo mantém em seu site uma aplicação similar ao Impostômetro. Se este mostra ao brasileiro quanto ele paga de tributos a todo momento, o software do IBGE calcula o crescimento da população brasileira e projeta diversas situações para o futuro.

De acordo com o site do IBGE, no dia 6 de julho, a estimativa era de que o Brasil tinha 202,8 milhões de habitantes e, a cada 18 segundos, informa a aplicação, nasce um brasileiro. No Amazonas, com população de 3,87 milhões, são necessários  oito minutos para vir à luz mais um amazonense, em que pesem as taxas de crescimento, já que a do Amazonas é mais que o dobro, 1,73, que a média brasileira de 0,86.

Dos dados elencados pelo IBGE fica claro que o contingente jovem da população do Amazonas deveria estar à frente nas prioridades que governos do Estado e dos municípios deveriam dar a este segmento

Um dado do IBGE, no entanto, desfaz a crença de que no Amazonas existem mais mulheres do que homens. Contrariando a média brasileira, que em 2000 apresentava 49,68% de homens contra 50,32% de mulheres, por aqui a equação populacional se invertia naquele ano com 50,72% de homens, contra 49,28% de mulheres.

Os números exibidos pela aplicação do IBGE para 2014 demonstram uma tendência, ainda que pequena, de manter equilíbrio entre homens e mulheres indicando, no Brasil, a existência 49,40% de homens contra 50,60% de mulheres, enquanto no Amazonas caiu para 50,52% de homens e 49,48% de mulheres.

Outro dado que chama a atenção é a concentração da população do Amazonas na faixa etária de 10 a 14 anos. Se em 2000 o Brasil concentrava 30,04% da população nessa faixa etária, no Amazonas o mesmo estrato populacional era de 39,35%. Em 2014, a concentração nesta faixa caiu para 23,66% da população brasileira, enquanto no Amazonas baixou para 31,96%.

Com isto se estreitou a diferença na concentração de pessoas na faixa de 10 a 14 anos entre o Brasil, no geral, e no Amazonas, tanto é assim que essa diferença, no ano 2000, era de 9,31 pontos percentuais e em 2014 cai para 8,30 pontos.

O comparativo entre a população brasileira e a do Amazonas, em particular, para quatro faixas etárias entre 15 e 34 anos demonstra que o percentual do Brasil só começa a ser maior do que o do Amazonas a partir da faixa de 30 anos, tanto na população masculina quanto na feminina, conforme é explicitado a seguir:

       Amazonas                       Brasil

                                  Homens   Mulheres   Homens   Mulheres   

15 a 19 anos

5,37%

5,25%

4,33%

4,20%

20 a 24 anos

4,90%

4,79%

4,30%

4,21%

25 a 29 anos

4,51%

4,45%

4,38%

4,34%

30 a 34 anos

4,20%

4,19%

4,27%

4,28%

Dos dados elencados pelo IBGE fica claro que o contingente jovem da população do Amazonas deveria estar à frente nas prioridades que governos do Estado e dos municípios deveriam dar a este segmento. Tais prioridades passam, necessariamente, pela saúde e pela educação, ambas bem maltratadas desde há muito por quem vem administrando o Estado há pelo menos três décadas, embora não se possa negar alguma melhoria.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 15/07/2014

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